7 | "Este é um manifesto de amor"

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"[...] e eu não sabia que direção tomar quando todas as estradas pareciam levar direto para o fundo do poço." (Samantha Vérant – Cartas de Amor de Paris)

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— Por favor, não fica longe de mim de novo — abracei Henry e o beijei ternamente após sua chegada do aeroporto, eu sentia saudade do toque aveludado de seus dedos em meu rosto.

— Se for pra ser recebido assim, vou viajar todos os dias — brincou. Ele agarrou meu cabelo por trás e me devolveu o beijo.

— Senti muito a sua falta quando a minha bomba familiar estourou, queria você por perto, pra me consolar, ver seu sorriso.

— Pare com isso, homem! Está me fazendo derreter, vem aqui — ele me puxou para a cama e nos deitamos abraçados, ficando daquele jeito por vários minutos.

Era maravilhosa a presença de Henry, acho que nunca me cansaria de estar ao seu lado. Passei minhas mãos em todo o seu corpo, lendo cada uma de suas entrelinhas, ouvindo a música que saia de seu peito. Passei minha língua em seu pescoço, degustando o meu sabor preferido. Acompanhei o desenho dos pelos em seu abdômen, sentindo seus músculos se contraírem de desejo. Apesar de estar todo arrepiado, ele fingia não estar interessado, sabia que isso me deixava louco. Aquela manhã foi regada a provocações e saudades.

Após o banho juntos, estávamos tomando café no balcão da cozinha, sentados nas banquetas de madeira de carvalho. Conversávamos sobre as coisas que ele trouxe para o novo apartamento e sobre como ele estava entusiasmado com a mudança para Los Angeles. Eu também estava muito feliz, já que ele estaria mais próximo de mim, poderíamos nos ver sempre.

Mais tarde, naquele mesmo dia, Henry me convidou para ver o seu apartamento. Era um loft muito espaçoso, daqueles que tem tudo num cômodo só, a cama ficava em um mezanino, havia um grande balcão de mármore escuro onde seria o espaço da cozinha. A reforma já estava no final, faltando alguns acabamentos, mas eu notei algo no móvel que estava no canto. Num porta-retrato, uma de nossas fotos casuais que tirávamos por tirar, sem nenhum propósito. Na imagem, eu estava de olhos fechados, rindo de alguma piada boba e Henry me fitava com amor, uma foto que guardei para sempre em minha memória.

A minha real vontade era de capturar Henry numa moldura e o deixar exposto para mim, sempre. A paixão me fez enxergá-lo com outros olhos, ele era um cara lindo, porém, mais que isso, era companheiro, carinhoso e gentil. Um perfeito cavalheiro, dono de um sorriso fantástico que poderia, facilmente, me fazer flutuar e ir a lugares desconhecidos. Eu não me cansava de olhar para aqueles olhos, o formato de seu maxilar, a barba por fazer, poderia ficar horas observando aquela obra-prima. Voltei da minha divagação para me dar conta de que, quando dizem que nada permanece oculto, para pessoas famosas isso é pior ainda.

— Hum, parece que alguém estava se divertindo em Seattle — Henry me mostrou, no seu celular, uma foto minha e de Naomi no bar, naquela noite. A maldita foto mostrava a moça numa posição bem sinuosa e ainda tinha a manchete "Ben Summers está voltando às raízes?".

— Ham?! — engoli seco e senti meu rosto ficando muito vermelho — Não, isso não é nada... Apenas nos encontramos, por coincidência, nada aconteceu.

— Então por que você está tão nervoso — ele passou o dedo indicador na ruga em minha testa.

— Não estou nervoso! — Eu quis disfarçar, mas já era tarde demais, eu não conseguia atuar na frente daquele sujeito, ele me fazia perder todas as minhas habilidades.

— Ben, Ben, Ben Summers, você ainda pensa que me engana? — Ele levantou a maldita sobrancelha esquerda e cruzou os braços, o que significava que não iria deixar esse assunto de lado.

Ben & Henry [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora