"Quem é esse cara? Que quando ele chega meu coração dispara/ olhos nos meus olhos, despertou minha tara". (Glória Groove - Muleke Brasileiro)
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As gravações da série já estavam terminando e eu já estava sentindo saudades. Atuar numa série é totalmente diferente do cinema, os personagens podem ser explorados de várias formas, você precisa dar muita profundidade a eles, fazendo-os serem interessantes o suficiente para prender a atenção de alguém por vários episódios. No cinema, muitas das vezes, não existe essa oportunidade de trabalhar e desenvolver tão bem um papel em um único filme, sendo a atuação muito mais pontual e objetiva.
Eu amei, me apaixonei, pelo jeito que Lili trabalhava, em como ela comandava todo um set, com muita gente dentro. Muitas vezes austera, mas sempre educada, ela era uma diretora promissora e estava quase fechando contrato para o seu primeiro filme. Fiquei muito feliz com a notícia e começamos a criar muitas.
- Menino, imagine só, um filme! Eu vou dirigir um filme! - Ela estava tão empolgada que seu rosto estava rosado, seus olhos brilhavam, sonhadores.
- E eu tenho certeza que você vai detonar! - Disse, enquanto batemos as palmas das mãos, eufóricos.
- Meu amor, estou tão feliz por você, quero muito que dê tudo certo! - Bea a enchia de beijos pelo rosto.
Mas algo não estava normal entre as duas, era perceptível já que eu conhecia Lili como a palma da minha mão. Bastava Bea falar alguma coisa que a outra já fazia uma careta inconscientemente, uma repuxada no lábio, uma sobrancelha arqueada. Eu ficava esperando Bea ser repelida a qualquer momento, mas creio que Lili se segurava. O que poderia ser? Eu não quis me intrometer, cada um com os seus problemas e eu já tinha vários para serem resolvidos.
Para dar um basta no impasse da festa de casamento, precisei sentar com Henry e colocar todas as cartas na mesa. Ele veio com aqueles olhos do Gato de Botas, no filme do Shrek, sabendo que precisaria usar todo o seu charme e sedução, já que eu não resistia a seus encantos.
Creio que, para um relacionamento funcionar, é preciso conversar. O diálogo é, e sempre será, a melhor das opções para resolver qualquer problema interpessoal. Pergunte a qualquer psicólogo e ele lhe dirá a mesma coisa. Falar, colocar as palavras para fora, desentalar a garganta, não calar o coração, expor tudo, ser franco, sincero.
Claro, você tem que saber ouvir e respeitar o outro lado, estar aberto a mudar de opinião é imprescindível, principalmente quando o outro tem um lindo par de olhos azuis e lábios vermelhos de tanto beijar todo o meu corpo. Foi assim que nosso quase diálogo foi conduzido por Henry, mas eu me segurei e fiz que não com o dedo indicador. Quem ele achava que era para me comprar com sexo? Bem, ele era Henry Scott e, na maioria das vezes, ele conseguia me comprar com sexo, aquele miserável maldito.
Contudo, dessa vez, foi diferente. Disse que queria conversar sério, muito sério. Tínhamos que resolver aquele assunto, era chato, mas era necessário.
- Ben, eu entendo você não querer algo com tanta gente, então podemos pensar num meio termo.
Não, eu não queria, sem festa.
- Scoatchy, me ajuda! - Imitei a Jean Grey naquela animação dos X-Men, uma clara metáfora para "por favor, pare com essa conversa mole".
- Como você consegue ser tão teimoso? Custa? Uma pequena reunião, com os amigos mais próximos, só os mais próximos mesmo.
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Ben & Henry [FINALIZADO]
RomanceBen Summers está em turnê fazendo marketing para o seu novo filme, em conjunto com seu colega de atuação Henry Scott. Após um pequeno imprevisto, Ben se vê em uma situação que o leva a fazer uma escolha inesperada. Agora, junto com Henry, ele terá...