Capítulo 9

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Deveria manda- ló embora, no mesmo momento que ele apareceu na minha janela, mas algo me puxava para perto dele, como um ímã.
Nas vezes em que o vi, corri perigo de vida e mesmo assim o queria por perto.
Quando ele esteve por aqui, meu estômago borbulhava, como se tivesse borboletas dentro, será possível estar apaixonada? Não! - Pensei.
Minha cabeça se encheu de pensamentos até que adormeci e sonhei com ele.
Ele tinha me transformado em vampira! - Não! - e Acordei.
Parecia tão real esse sonho foi como uma previsão.
Me levantei correndo, sem nem trocar de roupa e fui até o quarto de Marie.
- Marie ? Esta acordada?
- Sim, entra.
Fechei a porta e me sentei na cama dela.
- Marie, como uma pessoa se transforma em vampiro?
- Quando ela morre com o sangue de vampiro no organismo e você acorda depois e tem que se alimentar com o sangue humano, senão morre de vez.
- Hum....
-  Nunca vi uma bruxa vampira.
- E nunca vera.
- Porque Irmã?
- Se uma bruxa é transformada em vampira ela perde o poder.
- Ah, ela não pode ser às duas coisas.
- Exato.
Tremi só pensar em perder todo meu poder, demorei tanto a encontrar, Jamais o perderia.
Marie percebeu minha inquietação e olhou desconfiada e disse:
- Porque Sue?
- Sonho bobo...
- Não se preocupe com isso.
- Ok.
Esse meu mal sonho me levou ao desespero, mesmo se sentisse essa paixonite por ele, iria me afastar - Pensei.
- Marie vamos a praia ?
- É claro.
Agora que estava livre da maldição do anel, podia curtir minha irmã.
- Vou colocar um biquíni e pegar meu protetor, um lenço e nós vamos.
- E pegue a chave do carro do papai!
- Ainda bem que tenho uma irmã mais velha que dirige! - Gritei.
- Hum.. me chamo de velha ...
- Só experiente.
-  Sei.
Fui até meu quarto e abri uma gaveta onde tava meu biquíni, era vermelho e pequeno.
Os babados deixavam meus seios maiores e a parte de baixo era pequena mas confortável, apesar do meu corpo ser magro não costumava usar, e então coloquei uma camiseta branca comprida por cima e prendi meu cabelo cor de fogo.
Me virei para pegar minha bolsa e senti um vento e olhei  para o lado e Aroh estava parado dentro do meu quarto:
- O que você quer aqui?
- Preferia você só de biquíni - E ergueu uma sobrancelha.
- O que? A quanto tempo você tá aí?
- Desde que você entrou..
- Ah seu maldito! -  Ergui a mão e fechei o pulso e ele se ajoelhou no chão gritando :
- Pare! Por favor!
Não sei o que houve comigo que parei na mesma hora.
- O que você quer Aroh?
- Ah... Só queria passear com você.
- Pra que?
- Te conhecer melhor..
- Quer conhecer minhas fraquezas para me destruir.
- Não Sue! - Me abraçou no seu peito de aço frio.
- Vá embora! - Disse me soltando.
Ele voou pela janela e se foi, fiquei tentada a aceitar seu convite, mas aquele sonho ....
- Não! - E sai e fechei a porta.
Peguei a chave e fiquei esperando Marie .
- Marie a praia é hoje tá!
- Já tô indo, apressada.
- Lerda! - Gritei.
Depois de longos minutos de espera ela chegou.
- Vamos lá! - Gritamos juntas.
Era um dia ensolarado, aqui em Nova Orleans todo mundo estava aproveitando a praia, o mar azul, sumia no horizonte de tão grande,e  estava cheio de turistas.
Nos sentamos na areia e começamos a olhar as pessoas.
Uns altos, outros baixos, loiros, morenos, magros, e gordos.
Todos se divertiam na água, apesar do meu estranho medo de água, quis ir até lá me molhar um pouco.
A água estava tão boa e refrescante que fui andando mais e mais pela água sem perceber que tinha ido longe demais da beirada.
E cai no meio do mar profundo, estava me afogando.
- Socorro! - Gritei.
Tentando subir na superfície do mar, mas ia indo mais pro fundo. Lutei para nadar, mas sem sucesso, e bati a cabeça em um pedra e desmaiei.
A escuridão tomou conta me mim, e meus pulmões haviam me abandonado, estavam cheios de água salgada.
Ali no fundo do mar , tive a ilusão do rosto pálido de Aroh.
E ouvia ele dizer :
- Lute, Lute.
Mas não havia mas chance pra mim, lutei tanto para sobreviver e escapei corajosamente de cada batalha sobrenatural, e agora ter um final tão ridículo desse.
E então comecei a sentir o vento no meu rosto, e um sopro bem forte dentro dos meus pulmões quase mortos.
Alguém estava me puxando para a superfície tentando me salvar.
- Sue abre os olhos!
Podia ouvir, mas não consegui me mover, e nem falar.
Um movimento só era de profunda dor, tinha que me concertrar para não deixar a escuridão me levar de vez.
- Sue acorde! - reconheci a voz de Marie.
- Ela está morrendo faça algo agora! - A voz perfeita da minha alucinação disse.
- Vou tentar, agora levante a cabeça dela.
Senti os frios dedos me segurando e minha irmã lançou um tipo de feitiço que nunca tinha ouvido:
- Vitas famastis,Ex saleto, reverta Famastis ! Ut victas! Vitas famastis, ex saleto!

Minha cabeça estava consciente,mas meu corpo não obedecia.
A queimação só aumentava, a pressão nos meus pulmões estavam menos frequentes que antes.
- Deu certo?
- Ela vai respirar melhor agora com meu feitiço, mas o corpo dela esta muito machucado, quebrou a perna.
- O cheiro...
- Se afaste Aroh, ela tá sangrando.
- Estou bem, posso ajudar se permitir.
- Como?
- Sangue de vampiro, vai cura-la .
Ouvi tudo , mas preferia morrer do que virar uma sanguessuga.
Com minhas últimas forças soltei um grito :
- Não!
E desmaiei de dor.
-  Sue não vai te acontecer nada te prometo - Disse Aroh .
Não consegui dizer mais nada.
E então senti um líquido na minha boca, e o gosto era de ferro.
- Oh não ! - Me levantei .
- Funcionou! - Os dois aplaudiram.
Fiz uma caranca e olhei para eles e disse :
- Me condenaram ao vampirismo.
- Não sue, meu sangue vai sair do seu organismo,  em pouco tempo, apenas se mantenha viva.
- É acho que posso fazer isso.
- Certo.
- Como você resistiu a meu sangue ?
- A dor é insuportável, mas a sua morte acabaria comigo -Disse Aroh abaixando a cabeça.
- Como ?
- Ah.... Marie a levará para casa agora.
- Espere! Porque estava aqui?
- Segui vocês.
- Porque ?
- Te proteger Sue deveroux.
- Você não....
- Agora vá - Disse sem deixar eu terminar a frase.
- Será que consigo ir?
- Você está totalmente curada.
- Ok.
Me levantei com a ajuda de Marie e fomos até o carro e entramos e fomos embora dali.
- Sue, acho que Aroh está apaixonado por você.
- Que nada! - Revirei os olhos.
- Acho melhor não dizer nada pra mamãe.
- Verdade.
Agora estávamos perto de casa, a chuva começou fraca e graciosa, sai do carro e os pingos gelados caiam sobre minha face.
- Oh meninas vão tomar banho, senão ficaram gripadas.
- Tá.
Fui ao meu quarto, e ele estava vazio . Esperava que Aroh tivesse lá.
Mas só havia eu no quarto escuro.

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