Na manhã seguinte, estava anciosa para tentar o meu feitiço infantil, então nem tomei meu café da manha, só passei pela cozinha onde estavam minha irmã Marie comendo seu cereal, e minha mãe hayley comendo ovos mexidos, eu só peguei uma pera e sai para a frente de casa rapidamente.
A casa onde morava era pequena, só tinha cinco cômodos, era verde por fora, e bege por dentro, ela não mudou muito desde que nasci, era antiga.
Mas o jardim da frente era bem grande, a parte da casa que mas gostava de estar, era bonito e amava a natureza afinal as bruxas são amantes da natureza, nossa fonte de poder, conjunto com o poder dos ancestrais eramos poderosas o bastante para vivermos uma vida longa e feliz, já que não somos imortais igual os vampiros.
Me sentei na varanda na frente de casa e olhei as árvores, as folhas estavam caindo todas no chão, os galhos secos, sem nenhuma fruta pendurada nelas, as flores estavam murchas e caindo as pétalas, devia ser a estação do ano, plantas frágeis como aquelas não gostam do frio - Pensei.
Um instante depois ouvi a porta se batendo da frente, era minha mãe vindo se sentar ao meu lado.
Me virei e olhei para ela timidamente e ela me disse :
- Não esta com fome? Você sempre come muito e hoje não quiz.
- Tô sem fome hoje. - Abaixei a cabeça.
- Filha está tudo bem?
- Bem, só to curiosa mãe.
- Com o que ? Quem sabe posso te ajudar, não é? - e sorriu.
- Ontem no ritual porque vocês deram as mãos?
- Sue minha querida, cada bruxa tem seu poder, mais quando o ritual é algo forte ou pelo menos mais forte que nos, podemos canalizar o poder de umas das outras, ampliando o nosso poder. - E sorriu.
- É como pegar o poder de outro bruxo emprestado? - Falei curiosa.
- É pode se dizer que é isso.
- Ah é legal, eu acho...
- Fique tranquila Sue, vamos purificar você hoje, ao por do sol.
- Tudo bem, não estou com medo, a minha mãe é uma bruxa - Rimos juntas.
- É você melhor, quando chegar a hora.
- Hã... sei não, oh mãe me conte mais sobre nossa historia, a do meu povo, sei que sofremos muito no passado.
- Sim, filha muitos de nossos ancestrais morreram queimados.
- Me conte mais mãe.
- É claro, querida.
Então me deitei no colo dela, me aninhando delicadamente, e ela passou a mão quente nos meus cabelo, cor de fogo.
-Em meados do século XV, houve uma carnificina aqui em nova Orleans, no mundo dos sobrenaturais.
Os sugadores de vida invadiram a cidade é a tomaram pra si.
Se intitularam como a Realeza, pois eram os mais fortes e poderosos de sua espécie.
Destruiram quase todos os clãs das bruxas, morreram queimadas, trancadas dentro de uma igreja e simplesmente tacaram fogo, nossos clãs juntos era uma ameaça a escoria do mal deles.
Espalharam depois que a igreja pegou fogo durante a missa e queimou todos os fiéis que ali estavam, essa foi a versão que as autoridades humanas espalharam.
Fomos quase todos aniquilados, pessoas mortas, bruxas queimadas.
Assim sobrando somente dezesseis clãs que eram os mais poderosos, pois nossa linhagem era pura, nós bruxas não somos imortais igual aos vampiros como você já sabe filha, mais apesar de nossa força esmagadora eles tinham essa vantagem sobre nosso povo.
Apesar de que quando morremos se nosso corpo for enterrado na terra o poder vai para quem consagra os ossos e amplia seu poder em dez vezes mais.
Nossa magia vem da natureza, protegiamos ela afim de nosso poder sempre aumentar, os transformados ou lobisomens eram nossos aliados, eles protegiam a vida humana e eram inimigos naturais dos sanguessugas.
E assim foram passando os anos, no final do século XVl os clãs começaram a perder seu poder, pois o desequilíbrio da natureza estava mexendo com a magia.
Ninguém parava os vampiros, mataram pessoas inocentes para satisfazer sua fome por sangue, e depois jogavam seus corpos na floresta para que mais tarde achassem que os animais tivessem os atacado.
Algumas bruxas foram mortas com facilidade, outras lutavam enquanto podiam mais seus corações eram arrancados do peito com a mão dos vampiros, suas forças não eram nada, a magia estava desaparecendo, os clãs apavorados pediram ajuda aos anciãos que eram os mais sábios, e logo veio a resposta do que fazer.
- Fazer o que mãe? - Perguntei curiosa.
- Todos os dezeseis clãs teriam que escolher uma criança bruxa para ser sacrificada, num ritual nomeado como colheita.
Dezeseis meninas de sete a oito anos deveriam ser mortas ao mesmo tempo em um ritual onde o ancião devia ser o regente, e a faca usada no sacrifício tinha que conter o poder de todos os clãs juntos, em um objeto só.
E assim que fossem mortas o poder passaria por elas e iria para terra e iam aos ancestrais e eles reeencarnariam as crianças com um grande poder, isso aconteceria a cada três anos.
- Ah é é por isso que elas são as meninas da colheita.
- Sim, elas são o poder dos ancestrais na terra.
E depois disso mãe?
- bem, o poder era renovado e assim foi acontecendo até os dias de hoje, nossa magia foi sendo restaurada ano após ano, os clãs ficando cada vez mais forte.
Ouvi cada palavra e fiquei mais e mais anciosa para me tornar uma bruxa de verdade.
- Há tantas coisas para descobrir! - Gritei eufórica.
- Te ensinarei tudo que sei, filha.
- Obrigada mãe, mas gostaria de ficar um pouco sozinha, pensar em tudo que acabei de ouvir.
- Claro querida. - Se levantou e saiu.
Quero ficar sozinha, para tentar o feitiço, ouvir a historia dos meus ancestrais, me deixou em êxtase.
Me levantei, e fui andando na grama verde baixa, até o campo de flores murchas do jardim, e me agachei, tentei lembrar o feitiço certo.
E então coloquei a mão em cima da flor e comecei o feitiço:
- fes matus tribum melan vera, fes matus tribum melan vera!
Para meu descontentamento nada aconteceu, nem um simples movimento, nada.
Então mudei a mão de lugar, e reiniciei o feitiço:
- Fes matus tribum ,melan veras, fes matus tribum melan vera!
Fes matus tribum, melan vera, Fes matus tribum, melan vera.
E nada aconteceu novamente, me decepcionei novamente.
- Que fracasso de bruxa que sou! - Gritei ao vento.
Nesse momento escorreguei na terra molhada e cai no chão, tinha terra para todo lado, a noite passada havia chovido muito.
Fiquei mergulhada em lama da cabeça aos pés, foi até engraçado.
Me distrai do meu vexame mistico.
Mas não ia desistir, então entrei em casa para um banho, afinal tinha caído na lama.
Meu banheiro era branco, as paredes brancas como a nuvem, e o piso num branco brilhante, tirei minha roupa e entrei no chuveiro, água que caia do meu corpo era um marron escuro.
- Que sujeira eu fiz hoje - Pensei.
Depois de estar limpa novamente, sai e troquei minha roupa.
Coloquei uma saia branca curta, e uma blusa rose claro, e penteie meus cabelos ruivos, e fiz uma trança no alto da minha cabeça, e fui novamente a biblioteca e peguei o grimório e fui ao meu quarto.
Lá tinha tantas coisas quem sabe, tivesse também algo que pudesse me ajudar nessa coisa de não ter magia.
O abri e fui folheando até as últimas páginas.
Achei algo interessante, e comecei a ler.(...) A falta de magia de uma bruxa ocorre raramente, pois a magia já nasce do nossos ossos , e já esta no nosso sangue e no coração.
Mas tem algumas exceções como por exemplo, se uma bruxa tiver filhos com um humano,corre risco da criança não ser um bruxo.
Existem outros fatores também, como a falta de treino em bruxaria.
Mas com o nosso clã essas regras são tolas , nosso clã foi amaldiçoado pelo ancião john que ao ser descoberto que estava fazendo magia negra, lançou uma maldição sofre nós.
A cada última criança da família o poder seria retirado dela.
Mais com o tempo consegui desfazer o feitiço.Fes matus tribum ,salve sore ridax! Fes matus elizimo nominum, etricox sorce sotero callax ostara!
(...)
- Consegui! - Gritei.
- Filha, o que foi? - e entrou no meu quarto.
- Mãe descobri porque não posso fazer magia, agora é só você quebrar a maldição e vou ser bruxa!
- Sue, você não devia mexer nesses livros, não são para você.
- Tenho direito, é ta minha família esses grimórios.
- Você não entende Sue, esse feitiço é poderoso demais, ele foi lançado por um bruxo muito forte.
- Tente mãe.

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Dezesseis luas
VampireUma jovem que se tornou uma bruxa aos quinze anos, a mais poderosa de seu clã, lutou pra manter a paz entre os seres sobrenaturais, e se apaixonou por um improvável parcerio.