Capítulo 2 - O Primeiro Dia

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Ao abrir o livro, me deparei com uma carta, era de um menino que só assinou a carta como R. Ele tinha 7 anos e era o dono do livro, me surpreendi quando soube que ele tinha uma doença terminal.

"Semana passada, mamãe disse pra mim que eu deveria aproveitar as ultimas semanas de férias e fazer o que eu queria, mas eu ja sabia que as férias, significavam a minha vida... eu so queria ter a chance de poder fazer uma viagem pra Paris, andar de cavalo e sei la... talvez subir em uma montanha e gritar algo bobo, e ouvir o eco da minha voz por entre as colinas."

Eu parei pra ler a carta para pegar uma xícara de café, já era tardezinha, por volta das 17:30, eu estava sentada na janela da sala, apenas ouvindo o som das crianças brincando na piscina, no lado de trás do prédio. Continuei minha leitura.

"Eu ouvi mamãe dizer para minha avó, que não iria aguentar viver sem mim, eu ja tinha noção do que iria acontecer comigo e a única coisa que eu queria era poder dizer pra todos que eu não queria ninguém chorando, as dores que eu sentia pela doença, e o cansaço da quimioterapia, me deixavam incapacitado de brincar como as outras crianças, mas eu não me importava e brincava do mesmo jeito, escondido da mamãe, eu vou ver se no céu tem escorredores de arco-íris como dizem na tv, lá deve ser lindo."

Ao terminar de ler a "carta", percebi que pareciam ser paginas de um diario antigo, e não uma carta literalmente, fiquei curiosa pra saber quem era esse garoto, e como a família ficou após a morte dele, depois de tantos anos.

Deixei os pensamentos e a curiosidade de lado, e fui me concentrar nas aulas que iriam começar no dia seguinte. Arrumei minha mochila, uma linda mochila azul clara, com um chaveiro de macaco, meus materiais, e obvio, minha ansiedade.

No dia seguinte:

Acordei ansiosa, as 7:00, as aulas iriam começar as 9:00. Me apressei e fiz tudo o que tinha de fazer, desde minha higiene pessoal, até a higiene da casa, ou melhor, so dei uma leve organizada.

O céu estava começando a ficar mais claro, e o sol subindo mais e mais. Vi que meu celular tinha uma mensagem da minha mãe.

"- Boa sorte no primeiro dia de aulas querida! Conte-me os detalhes depois :)"

Sorri ao ler, e respondi com um emoji de coração e um obrigada, em agradecimento. Bom resolvi chamar logo o Uber, e esperar o carro chegar e me levar até a Universidade. E não demorou muito até ele chegar.

"Meu Deus que motorista gato.. okay Helena se controla..." - Meus pensamentos foram a mil com o Deus grego dirigindo o carro preto... okay, parei.

Ao chegar na Universidade, fui entrando direto para um gigante patio cheio de pessoas passando por todos os lados, me senti uma índia no meio da cidade. E quando fui em direção a escada, um impacto forte fez com que eu caísse no chão e uma menina aparecesse na minha frente.

- OLHA POR ONDE ANDA NOVATA! - uma menina morena, um pouco maior que eu apareceu na minha frente com um olhar raivoso, ela poderia matar qualquer um só com o olhar amedrontador.

- Eu sinto muito, eu não te vi.. e-eu... e-e-h - Tentei não gaguejar mas foi impossível.

- Tudo bem, mas toma cuidado da próxima vez. - A Menina me falou vendo a minha total falta de destreza em lidar com essa situação tão embaraçosa.

- Não vai ter próxima vez, prometo. - falei dando um sorriso tímido.

- Prazer! Laura! - ela disse estendendo a mão até mim.

(A Laura tinha cabelos castanho mel, e olhos azuis, aqueles olhos hipnotizantes. Ela era bem bonita e nitidamente tinha uma personalidade forte.)

A Sexta VentaniaOnde histórias criam vida. Descubra agora