Garoto de Fases

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Quando olho as estrelas
Recordo-me do brilho do seu olhar.
Quando deito em minha cama
Recordo-me do seu toque macio.
Quando vejo o sol
Recordo-me de seu sorriso radiante.
Quando olho no espelho
Te sinto comigo.
Óh! Meu doce amor, não me deixes.

Explosões De Beijos

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Nem preciso dizer que levei a maior bronca por aquele almoço que acabou indo por agua abaixo. Meu pai agora estava cismado comigo, falando que eu queria "virar viado" e por isso fiz ele passar aquela vergonha na casa do tio.
Eu, por minha vez, mal saia do quarto. Estava fazendo o máximo para evitar contatos com ele. Luan estava mudado, não sei porquê, mas depois que Rony foi embora, ele começou a me tratar melhor, desde o dia do almoço, para ser mais exato. Minha mãe estava adorando isso. "Que bom ver que meus filhos estão mais unidos", dizia ela. Luan a olhava e sorria, eu por minha vez, repetia o ato, mas não tinha total confiança naquele pirralho.

Minha vida havia virado uma rotina. Meu pai me acordava, ia a faculdade, voltava e me trancava no quarto, esperava o meu pai se retirar da cozinha pra almocar e jantar, ele ainda achava que eu era gay( o que não era uma mentira.), mas entre deixa-lo achando e dar a certeza a ele, eu preferi ficar calado para não piorar minha situação. As vezes ligava pra Isa, até marcamos um cinema uma vez, mas eu não estava no clima, só fui porque já tinha confirmado antes. Ela sabia o que havia acontecido e me apoiava muito, uma verdadeira amiga.

Passadas algumas semanas, eu estava sozinho em meu quarto fazendo um grande saco de nada quando escuto algumas batidas na porta.

-Mãe, eu não estou com fome.( sim, meus amigos, minha mãe sempre insistia pra que eu fosse almoçar com eles.)

-Será que posso entrar?- ouvi aquela voz novamente me trouxe muitas lembranças.

-Jhenny! O que faz aqui? Entra.- falei abrindo a porta e trancando novamente depois que ela passou.

-Sua mãe me ligou. Ela falou sobre o que anda acontecendo e pediu pra eu vir falar com você. Luís, apesar de tudo que passamos, nós somos amigos, pode contar comigo pra tudo.

Eu apenas a abracei e chorei, se eu não tivesse trocado ela pelo Rony, talvez nada disso estaria acontecendo. Mas a vida é feita de escolhas e infelizmente eu me dei mal com a minha.

-Eu agradeço que tenha vindo, mas eu preciso resolver isso sozinho.

Passamos mais um tempo conversando e quando ela já ia saindo.

-Nossa, Luís, eu não sabia que você tinha esse livro. Me empresta, por favor.

Olho para a minha estante e vejo que ela se refere ao livro de Rony. Eu havia esquecido que estava ali. Até comecei a ler, mas as lembranças me fizeram deixa-lo de lado.

-Pode levar.

Ela sorriu e se foi com o livro.

Jhenny passou a me procurar sempre e até falavamos em tratar, mas após uns dois meses ela simplesmente sumiu. Nunca mais veio aqui, nem me ligou.
Isso foi bastante estranho. Eu até a liguei algumas vezes, mas ela nunca atendia.

Bom, havia chegado minhas férias e eu continuava na minha bela rotina de viajar do quarto pra sala, cozinha e nos demais comodos da casa quando recebo a visita de Isa.

-Veado, vem aqui na entrada que eu não nasci pra estar no sol.

Antes que eu respondesse, a the monia já havia desligado na minha cara. (Algo típico daquela vaca.)
Corri em direção ao portão e abri para que ela entrasse.

-A que devo a visita dessa ilustre vaca?

-Me respeita, veado, que dessa vez eu vim numa missão.

-Que missão? - perguntei com cara de dúvida.

-Eu e Jess nomeamos de "A transformação da bicha morfada".

A olhei com cara de dúvida. Levei alguns segundos até entender.

-Vai tomar no seu cu. - Falei cada palavra pausadamente enquanto a engraçadinha gargalhava feito uma hiena. Não me aguentei e caí na risada junto com ela.- Se alguém aqui está morfada, esse alguém é você, meu bem. Deveríamos caçar um cara pra você.

Ela gentilmente me mostrou o dedo do meio e começou a me empurrar rumo ao meu quarto.

-Vai se trocar. Você tem 10 minutos até eu subir e vir tirar você dessa jaula onde você se prendeu. - ela não perde a oportunidade de me comparar com um veado. Apenas revirei os olhos.

-Eu não disse que ia a lugar nenhum. Você trat...

-Bicha, te cala. Não te dei o direito de escolha, sendo assim, você irá sair conosco querendo ou não. Jess deve estar chegando. Se aprressa!

As vezes, a audácia desse serzinho me surpreende a ponto de eu me perguntar se sua sanidade mental está boa.

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Jess não demorou. Ela junto com Isa começaram a tagarelar durante todo o trajeto que percorremos até nossa primeira parada, sim, primeira, pois segundo elas, para "retirar o morto da bicha" teríamos que ter um dia de trabalho. O pior de tudo é que noventa por cento do assunto era sobre mim e elas falavam descaradamente, como se eu não estivesse ali. Até a cor das minhas cuecas elas queriam escolher.

Primeira parada: Cabelereiro.

Sim, meus caros. Elas nem me deixaram escolher o corte. Falaram que eu tinha que mudar e que se eu escolhesse, eu iria pedir o mesmo de sempre. Como estava meio grande, elas pediram um corte que estava na moda por aqui (chama degradê) e eu acabei por gostar muito, já que usava social, foi algo meio diferente, um diferente bom, deixei a parte de cima jogada pro lado.

Segunda parada: Subway

Porque, segundo elas, ninguém trabalha de estômago vazio.

Terceira parada: Loja de roupas

Amigos, nunca saiam para uma loja de roupas acompanhado por duas mulheres. Quase fiquei louco. Elas pegavam várias e várias peças, mandavam eu vestir e depois falavam que não estavam boas(até as que ficavam, na minha opinião.).
Depois de longas horas passeando por várias lojas de roupas e comprando algumas e alguns sapatos, fomos comprar sorvete e seguir para casa.

Só então a Isa me contou que minha mãe ligou pra ela pedindo ajuda e ela disse que só precisava de carta branca no cartão de crédito. Segundo ela, minha mãe não questionou, só disse que ela tinha a "carta".
Até que valeu a pena. Me distraí bastante e estava mesmo precisando de uma mudança.

Em casa, minha mãe amou o meu novo corte e ficou muito feliz com as flores que compramos pra ela no caminho, ideia da Jess, mas que foi muito boa, diga-se de passagem.

Depois desse dia, eu decidi que não ia mais ficar remoendo as magoas, não ia mais sofrer por quem não me merece, não mesmo. A partir de agora eu iria ser um novo Luís.

Liguei pra Isa e perguntei se ela conhecia alguma balada, eu não gostava de bebidas, mas precisava ver gente nova e dançar um pouco. Talvez isso seja o que eu estou precisando. Disse pra minha mãe que iria dormir na casa da Isa e parti rumo a uma noite de renovo.

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E aí, gente! Tudo bacana?

A historia promete a partir de agora.  O futuro de Luís é uma caixinha de surpresas. E Rony? será que esse foi mesmo o fim deles dois?

Que bom estar de volta pra vocês. Mesmo com poucos leitores, sinto-me feliz de me expressar pra vocês através da escrita.
Votem e comentem, tá!?

#ExplosõesDeBeijos.

Conflitos de um Garoto GayOnde histórias criam vida. Descubra agora