Capítulo 2: Congelada!

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"Lembranças que congelam o meu coração!

"Lembranças que congelam o meu coração!

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Capítulo 2

Hoje

12 anos atrás

Observo as paredes brancas da sala pressurizada.

Abraço o meu próprio corpo sentindo o frio tocar a minha pele, em vão. O frio parece cada vez mais intenso e minhas roupas simples, não são o suficiente para me esquentar. Olho o grande ar-condicionado barulhento na sala e torço para que chegue alguém o mais rápido possível.

Balanço as pernas, ansiosa, em parte pela ansiedade, em parte como uma tentativa forçada e instintiva de gerar mais calor.

A porta se abre, eu olho assustada para o homem careca, alto de ternos escuros. Ele me olha, como se estivesse me analisando.

Um sorriso sarcástico brilha em seu rosto,  seu olhar que me transmite medo, como se pudesse ler meus pensamentos.

Ele caminha em minha direção lentamente como se tivesse uma dificuldade de locomoção, retira  um envelope de dentro do paletó e coloca sobre a mesa de metal a qual estou escorada:
- Como se sente? - Ele pergunta sem tirar os olhos dos meus.
-Com frio, eu acho. - Sinto-me temerosa em responder.
- Ah! O maldito ar-condicionado! - Ele tira um controle do bolso e aumenta a temperatura: - Não quero que pegue o meu péssimo hábito de falar palavrões. Sou velho. Mas, você é só uma garotinha... Está com quantos anos?

- Doze. Mas, não tenho certeza. - Respondo um pouco tímida.

-Porque não tem certeza?

- Porque a irmã Dulce, disse que não sabe ao certo, quantos dias eu tinha, quando me colocaram lá... Então, eu não tenho como saber o dia do meu aniversário.

-Você sente falta da irmã Dulce? - Pergunta puxando a cadeira barulhenta e sentando-se a frente.

-Sim. - De todas as mulheres do orfanato a irmã Dulce era a única que sentia uma falta imensa em meu coração. Ela me tratava bem, quase como se eu fosse sua filha.

-Qual o seu nome?

-Eu gosto que me chamem de Lua. Como a Lua no céu.

-Luana? Esse é o seu nome?

-Talvez. Eu não sei qual nome minha mãe queria me dar... Quando eu cresci pedi pra irmã Dulce, pra me chamar só de Lua.

-O seu nome é Catherine... O que acha de Catherine Luania? - O velho perguntou me encarando e eu sinto medo de responder.

Eu dou um sorriso sem jeito: - Eu gosto. Mas, pode me chamar só de Lua, se você quiser.

-Você sabe quem eu sou Catherine? - Insistiu.
Eu nego com a cabeça.

-Eu sou sua família agora. Eu tirei você daquele lugar porque quero cuidar de você, como as famílias fazem. Você me entende?

-Acho que sim.

Ele diminui a distância entre nós e me olhou nos olhos, seu olhar era negro quase como se carregasse um nevoeiro sombrio: - Pare de dizer que acha. Uma garota como você deve ter certeza do que diz. Entendeu?

-Entendi.

-Ótimo. Eu sou sua família agora. Sua única família...

-Você é meu pai? - Perguntei receosa.

-Isso não faz diferença Catherine.

Ele abriu o envelope, tirou dali várias fotografias com o rosto de várias pessoas. Separou uma das fotos e me encarou. - E esse é o homem que matou sua mãe.

Eu olho atentamente para a foto e sinto as lágrimas acumularem no canto de meus olhos. Cada minuto da minha intensidade de vida, se deu imaginando o que teria acontecido com a minha família.

Eu olho novamente para a foto ao lado... O mesmo homem aparece abraçado a uma mulher, junto com três crianças em um lugar muito bonito.

Doce ArmadilhaOnde histórias criam vida. Descubra agora