Capítulo 17

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Capítulo 16

Eu abri os olhos, estava presa dentro de um galpão de madeira fedorento. O lugar era úmido e quente. Minhas mãos estavam presas para trás, amarradas por um pano apertado. O meu corpo doía pela posição desconfortável.
Tentei soltar os braços, em vão. As cordas estavam muito apertadas e conforme eu me movimentava, minhas mãos latejavam, pressionando ainda mais o sangue em meu pulso.

Eu fiquei por um tempo com os olhos vendados me sentindo temerosa pelo pior. Eu estava apavorada.

- Fique quieta. Escutei uma voz rouca gritar pelo galpão e o cheiro de cigarro me enjoou o estômago. Eu senti vontade de vomitar.
- Ou você se comporta ou vou enviar os seus pedaços para o seu namorado. Ouviu? - Eu senti o meu coração palpitar dentro do peito com tanta força que parecia que iria sair para fora. Minha boca ficou seca.

-Por favor, eu não fiz nada. - Gritei em meus pensamentos, sem poder dizer nada com a mordaça presa entre os dentes. Com um pouco mais de esforço senti o gosto de sangue na língua.

O que de pior podia me acontecer?
Presa naquele lugar minha mente viajava pelos abismos do meu passado me trazendo à memória acontecimentos que por anos pensei ter esquecido.

Quando criança eu havia conhecido o pior da maldade humana...
Havia sido abandonada, sentido frio e passado fome.
No orfanato eu fui humilhada, maltratada e machucada pelas outras crianças.
Eu nunca vou me esquecer... Do dia em que a irmã Judith me contou com lágrimas nos olhos que a minha vida mudaria para sempre, eu havia sido resgatada por um benfeitor.
Na minha adolescência...

Escutei diis passos em minha direção e a venda foi puxada de meus olhos para encarar o sorriso cruel do Abel:
Minha doce Catherine, não tenha medo.
Uma lágrima escorreu de meus olhos e meu coração palpitou dentro do peito desesperadamente aliviado.
Eu senti as mãos geladas do Abel tocar o meu rosto:
Calma, minha Catherine, calma! Eu sei por experiência própria que nada dói mais no coração do homem do que perder alguém importante e nada custa mais do que esperança... Eu preciso saber Catherine o quanto farão para ter você de volta.

Ele passou as mãos novamente pelo meu rosto e deu um passo em minha direção:

Eu sei que te assustei, mas são sacrifícios que precisamos fazer para que você possa ter a liberdade que tanto sonha.

Doce ArmadilhaOnde histórias criam vida. Descubra agora