012 - Estranhos

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- É perigoso ter um estranho a sua volta, 

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- É perigoso ter um estranho a sua volta, 

Mas é ainda pior, quando o estranho está dentro de você.


Eveline abriu os olhos.

Sentiu a cabeça pesada e não reconheceu onde estava. Tentou se lembrar com dificuldade da última coisa que tinha visto e então se assustou no lugar ao se lembrar da boate Magia, os tiros, os gritos... Ela tentando atravessar a multidão para encontrar Sabrina. Corpos que se chocavam contra o dela na tentativa de fuga, depois uma mulher que teve os miolos estoirados bem na sua frente.

E mais nada.

─ Achei que estivesse morta.

Eve deu um grito ao escutar a voz seca que se ouviu mesmo ao seu lado. Virou o rosto para perceber um homem sentado no meio da escuridão do lugar onde estavam.

─ Só se morri agora depois desse susto. ─ Murmurou ainda com a mão no peito e a sentir o coração que batia desenfreado. Tentou comutar os pensamentos de perigo que a assolaram naquele instante.

O dono da voz acendeu um abajur que estava mesmo ao lado da poltrona onde estava sentado, revelando seu rosto distinto. Pele pálida, cabelos castanhos dourados e um pequeno furo no queixo. A boca avermelhada era bonita, mas o que mais se destacava eram os olhos aguçados. Vestia uma jaqueta preta por cima de uma blusa branca, calças jeans, e segurava um copo.

─ O que... ─ Eve fez uma pausa ao avaliar que estava apenas de roupa interior. ─ Quem é você?

─ Eu salvei você de quase morrer esmagada ou com uma bala em seu crânio. E isso não lhe dá ao direito de fazer muitas perguntas, porque claramente está me devendo um favor. ─ Se levantou a mostrar seu estilo perfeito e se agachou diante da cama com um ar sério. ─ Mesmo dormindo me pareceu bem empolgada com o facto de eu te tirar a roupa.

─ Jura? ─ Eveline tentou não mostrar a inquietação que lhe ocorria. ─ E por que acha que eu estou lhe devendo só porque me salvou? Não quero ser ingrata, mas não lhe pedi nada.

Ele riu secamente e pousou o copo em cima da mesinha de cabeceira. Tirou um celular descartável do bolso e colocou junto dela.

─ Ligue para alguém de sua confiança e diga que está bem, mas que vai passar todo o dia fora.

─ Mas deve ter fumado alguma coisa bem pesada mesmo. Olha, eu não sou mulher de negar fogo, quando quero vou e faço sem vergonha mesmo! E quando não quero, idem. Não pode me prender aqui.

─ Eu sei muito bem que tipo de mulher é, e eu gosto. É fogosa! ─ Se levantou e baixou os olhos para encará-la melhor. ─ Não vai sair daqui até eu ter o que quero, mas também não a forçarei a nada. Você vai implorar para me ter.

Guns N'Cigarettes [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora