010 - Resoluções

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- Fechamos as feridas dos outros sem temer,

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- Fechamos as feridas dos outros sem temer,

Mesmo quando do nosso coração o sangue não para de verter.

Quem olhará por nós quando olhamos por outros?

Sabrina não entrou em pânico quando escutou o som dos tiros que ecoaram por todos os lados, apenas sentiu o corpo quente que a protegia e seus tímpanos reclamarem pelos gritos altos que encheram a boate. Pensou na sua melhor amiga e foi nesse momento que ficou agitada.

─ Temos que sair daqui! ─ Ouviu Pietro gritar e a empurrar com o máximo de cuidado que conseguiu ter, não podia puxar da arma antes de saber de onde vinha o ocorrido.

Não! ─ Gritou em resposta e arfou quando sentiu a mão dele que a puxava. ─ A minha amiga.

─ Não há tempo.

─ Eu não posso ir. Preciso procurar a Eve e temos que ajudar as pessoas. ─ Seu instinto policial estava em alta, mas ele não deixou de pensar que talvez fosse uma daquelas mulheres corajosas e preocupadas com o próximo.

─ Não vai dar tempo. Se não sairmos, pode acabar morta e sem ajudar ninguém. ─ Agarrou no braço feminino que era bem mais trabalhado que a maioria das mulheres, mas não se ateve nisso e usou da sua força para tirá-la dali.

─ Eveline! ─ Sabrina se debatia. Tentava piscar para ver o que fosse, mas a confusão era tanta que mal podia enxergar um palmo a frente. Viu alguns corpos caídos e desta vez sentiu a garganta secar. ─ EVELINE!

Pietro a tirou dali e viu os soldados que entravam para fazer frente. Normalmente não iria se preocupar com uma mulher que acabava de conhecer numa boate, mas lá dentro e apesar de ter uma irmã como Giustina, as regras em sua cabeça afirmavam que as figuras femininas eram todas frágeis e precisavam de protecção masculina.

─ Primeiro precisa estar segura para poder ajudar sua amiga. ─ Pietro levantou a voz e caminhou por uma das saídas de emergência. Sabrina tentou fazer força, mas infelizmente ele superava e a levou pelo corredor curto até uma porta que dava ao lado de fora.

─ Por que fez isso? ─ Sabrina sentiu o desespero e mal conseguiu respirar.

─ Queria morrer? ─ Indagou em resposta e observou mais pessoas que se encontravam naquela rua a filmar e a trocarem palavras que criavam burburinhos. Passou a mão pelos cabelos ruivos quando percebeu as lágrimas na beira dos olhos dela.

─ Minha melhor amiga estava na pista quando tudo começou.

─ Eu sei. ─ Girou os olhos. ─ Com certeza vamos ter informações dela depois, mas agora posso te levar para um lugar seguro onde pode esperar.

Não. ─ Negou de imediato. ─ Como posso estar segura sem saber como ela está?

─ Está com medo que não tenha quem limpar sua casa amanhã? ─ Pietro nem acreditou que estava fazendo piada, sem contar que não combinava nada com a sua cara de poucos amigos.

Guns N'Cigarettes [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora