- Uma gaiola de ouro,
Não deixa de ser uma prisão.
Franco deixou o casino logo que terminou a reunião, podia sentir o olhar feroz de Pietro Ferretti que entrava no carro em frente ao seu. Havia uma visível ameaça vinda do ruivo que o fez sorrir, gostava daquilo. Entrou no seu carro e começou a dirigir a pensar nas palavras do Chefe, sem poder deixar de se lembrar do seu irmão que os tinha traído e fora enterrado na vala comum como um indigente. A mãe de Franco tinha ficado com a guarda dos netos, mas a sua cunhada estava agora entregue à própria sorte. Ele nunca se tinha dado bem com Blanca, pois facilmente tinha raiva de mulheres que se achavam o centro do mundo, então mal podia esperar para vê-la mendigando sem os Louboutins. Talvez ela finalmente aprendesse a parar de medir as pessoas pela etiqueta da roupa.
Quando chegou no seu prédio, procurou o molho de chaves e entrou na sua casa, acendendo a luz.
─ Mas que porra é essa? ─ Perguntou ao ver Eveline adormecida no seu sofá com uma garrafa de vinho aberta que estava no chão. Na mesa de jantar tinha travessas com comida, pratos e taças arrumadas.
Ela abriu os pequenos olhos e se espreguiçou. Tinha tomado um banho e usava uma camisa dele, deixando as coxas grossas à vista.
─ Fiquei te esperando para jantar e fui bebendo... ─ Ronronou ainda sonolenta.
─ Você cozinhou?
─ Claro. A merda da comida que você se referiu era enlatada. E se alimentar mal na minha presença é pecado. ─ Ela passou a língua nos lábios num gesto inocente e piscou. Ai meu Deus, quero ver mesmo se ele fode tão bem quanto prometeu. Bateu na boca após pensar. Perdão senhor, não devia usar seu nome e essa palavra na mesma frase.
─ Você é maluca? ─ Franco empurrou a porta atrás do seu corpo e deu um passo em frente. ─ Eu praticamente raptei você e fica me fazendo comida?
─ Ué. Você é da família do dono lá da boate Magia, então aproveitei para ir mexericando umas coisas aqui.
─ Você fez o quê?
─ Culpa sua. Quem mandou me trazer aqui? ─ Ela deu meia volta a balançar a bunda e andou para perto da mesa. ─ Fiz massa. Italianos adoram massa não é?
Franco uniu o sobrolho e piscou.
─ E se eu for um louco psicopata? Sua tentativa de gerar empatia não iria surtir efeito. ─ Asseverou e deu dois passos em frente olhando para o relógio de pulso que era de ouro e sem números, só com os ponteiros. Seu pai que morrera a defender o pai de Nicola, cumprindo o juramento, lhe tinha deixado em herança.
Já tinha passado da hora do jantar.
─ Você não tem cara de psicopata.
─ Psicopatas não têm cara.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Guns N'Cigarettes [DEGUSTAÇÃO]
RomanceQuando Dom Carbonne passou a liderança para o seu filho, após sofrer um ataque quase fatal, sabia que este estava preparado para tomar as rédeas do seu império, mas também previu que levantaria cobiça e intrigas abismais. O que ninguém esperava, era...