014 - Mancha Carmim

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Para Iulha e Júlia G. Granado,

- O amor que palpita em mim,

Se mancha de dor e verte carmim.

Nicola atravessou as grandes portas de vidro do corredor de mármore repleto de lojas e espaços de lazer que o majestoso edifício apresentava. O tapete longo era marrom e se espalhava pelo grande salão cheio de mesas de jogatinas e máquinas electrónicas com luzes e cores brilhantes. Estava cheio demais, pessoas que bebiam e fumavam enquanto perdiam mais do que ganhavam. Lá em cima tinha quartos especiais para os mais ricos ou grandes vencedores da noite, ao fundo tinha os guichés de troca ou compra de moedas onde jovens bem vestidos com um uniforme vermelho se destacavam por suas habilidades.

A música de fundo era mediana, deixando que as vozes se sobrepusessem, funcionários circulavam em toda elegância, principalmente mulheres perfeitas que distraíam os clientes com toda uma exuberância palpável. Também havia muita droga, dava para ver seguranças que faziam trocas de mãos com pessoas de gabarito. Portas fechadas também indicavam salas privadas onde muita coisa podia acontecer distante dos demais. E Libélula olhava para tudo com atenção, desde os luxuosos candelabros de cristais que se penduravam no tecto bastante alto com vigas douradas, até nas plantas de decoração onde pequenas câmaras de filmar estavam escondidas. Uma bela forma de controlar os trapaceiros que sempre ousavam se atrever a tentar burlar o sistema com cartas dentro das mangas.

Guillermo surgiu de uma das portas com as bochechas ligeiramente coradas e, atrás dele, Leonardo Ferretti o seguia dentro do terno elegante, cabelo bem arranjado e um estilo impecável.

─ Chefe. ─ Ainda a usar o mesmo casaco às riscas, calças surradas e ténis gastos, Gui cumprimentou com todo respeito. ─ Senhorita.

Signore Carbonne. Estou às suas ordens. ─ Leo se apresentou a exibir todo um requinte no seu modo de falar. Era um jovem bonito, um pouco mais novo que Gui.

Nicola apertou os lábios ao vê-los juntos, mil coisas surgiam na sua cabeça e o sobrolho se soergueu em toda uma expressão desagradável. Porém, foi distraído quando a figura deslumbrante de Giustina surgiu dentro de um vestido vermelho de tirar o fôlego, os cabelos cor de fogo balançavam de cada vez que caminhava, os lábios pintados de carmim e os seios a aparecerem mais do que deveriam.

─ Nico. ─ Ela trazia uma taça de champanhe nas mãos e provavelmente uma arma pendurada na liga das meias. Era alvo de olhares dos homens e associados da Casa Santa que estavam ali, a maioria se deliciava por dentro enquanto fingiam que a censuravam em voz alta.

─ Castrini não perca Libellula de vista e nem deixe que se aproxime de Giustina. Preciso de uma noite pacífica. ─ Sussurrou de encontro ao soldado e só então sorriu para a ruiva que apenas se afastou em toda sua exuberância chamativa. Era orgulhosa.

Guns N'Cigarettes [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora