005 - Refém

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ATENÇÃO: CONTÉM VIOLÊNCIA

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ATENÇÃO: CONTÉM VIOLÊNCIA

- No mundo do desgovernado coração,

Um sentimento pode ser sua liberdade ou prisão.


Petrovich atirou tudo o que estava em cima da mesa do seu escritório para o chão. O rosto estava contraído e os olhos azuis beiravam ao seu conhecido descontrolo. Só pela forma como mexia os finos lábios rosados para exalar pequenos sopros de ar, mostrava que tinha perdido a paciência.

Dois de seus guerreiros confiados conhecidos como os Byki, estavam parados diante dele. Tinham o cabelo raspado dos lados e salpicado no centro. Os braços estavam rectos ao lado dos corpos grandes trajados com ternos escuros. Acabavam de entregar uma notícia pouco agradável ao Sovietnik – o conselheiro e homem de maior confiança da Máfia Russa.

Alexander trincou o maxilar com força, deixando sua face bem vincada pelos traços marcados que muito bem enfeitavam seu rosto oval, com nariz longo e os cabelos loiros penteados para trás. Era um homem forte, habituado a treinar, e seria sucessor directo para ser o Pakhan – chefe máximo da Bratva. Ele também jurava que conseguiria unificar todas as máfias do mundo sob seu comando, não fosse já ter começado a criar incómodos a Casa Santa. O único problema era que algo que era seu tinha escapado.

Olhou para Vladimir.

─ Apanhe o agrafador. ─ Ordenou ao Brigadier que era um segundo homem na linha do comando tal como um sub chefe. Este que até então tinha estado parado ao seu lado era seu irmão, bastardo. Facto que incomodava muito a Alexander, por saber que o homem em segundo comando era fruto da traição de seu pai com uma prostituta qualquer e que não deveria ocupar aquele cargo. O único problema era que Petrov Alexei, o pai e  actual Pakhan, tinha tomado a decisão e como não havia regras tão vincadas como na máfia italiana, então reivindicou o sangue que era mais importante.

Vladimir era um homem alto, de pele negra não muito clara e cabelos muito bem cortados. Seu sobrolho escuro era bem marcado e os olhos claros nunca pareciam transmitir maldade. Não era muito alto, mas o corpo musculado mostrava a razão de ser tão eficiente a lutar.

─ [...] Eu comecei a minha vida

Em cortiços urbanos

E não ouvi palavras agradáveis.

[...] Por que vocês me deixaram?

Por quê?

Onde está a minha casa?

A minha cama?

Quando Alexander começava a entoar Za Chto Vy Brosili Menya? Era algo nada agradável, não só porque a voz destoava um pouco, mas porque só cantava o hino da máfia russa quando pretendia fazer algo nem um pouco razoável. Levantou a mão pálida para receber o agrafador que Vlad lhe entregou e continuou a cantar enquanto se levantava da cadeira almofadada a brincar com o agrafador na mão, apertava e soltava, imitando uma boca que supostamente cantava.

Guns N'Cigarettes [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora