Quase lá

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(SEM REVISÃO)


Luan

Luan

— Você assiste tv com ela, ou então joga o baralho do papai, ela não gosta de ficar sozinha. –Bruna falava enquanto eu dirigia, eu estava a levando para a festa da paroquia, onde meus pais já se encontravam.

—Não se preocupe Bruna, quando eu voltar ela já vai ta dormindo. –Disse sem paciência, desde quando sair na porteira da fazenda que ela fala sobre o que eu deveria fazer para Aurora não ficar sozinha.

Já estava me irritando.

Minha cabeça estava longe, preocupada com Elbinha, já havia passado duas sexta-feira desde que a peguei no supermercado e ela chorou. Ela não fala comigo quando está trabalhando no bar e nem quando ligo. Isso me deixava emputecido.

—Ela não dorme bem, as vezes tenho a impressão que ela chora a noite inteira. Não gosto do que Sr. Augusto fez com ela. Se o papai fizesse isso comigo eu não sei o que seria de mim, e se a Aurora virar mendiga? – Olhei para a Bruna com os olhos arregalados, era impossível falar tanto e respirar ao mesmo tempo.

— Primeiro, o nosso pai não é mau caráter. Segundo essa menina respira dinheiro, não vai ficar mendiga. —Explicação mais do que óbvia para a cabecinha de Bruna.

—Verdade, olha só esse vestido. É tão lindo e parece ter sido muito caro. –Não havia reparado que ela estava vestido roupas que não era dela.

Dei graças a Deus quando estacionei em frente à igreja e ela desceu, não aguentava o pique de Bruna.

Voltei para a fazenda voando, pela cidade está em festa hoje, resolvi fazer ronda a noite, para caso aconteça alguma invasão. Não estava sozinho, havia peões espalhados por todo canto e a pedido do meu pai fiquei na casa grande, por culpa da preciosa.

Estacionei minha picape em frente à casa e fui em direção a varanda com as mãos ocupadas pela enorme rede que eu estenderia para tirar um cochilo.

A noite seria longa.

Deitei na rede e o revolve na minha cintura me cutucou me lembrando que ele estava alí.

Minhas costas doíam por conta dos sacos de ração que tive que descarregar dos caminhões, minhas mãos estavam doloridas e a cabeça latejando.

Essa era a realidade de todos os dias de um trabalhador de campo.

A brisa da noite era fraca, a lua estava cheia e as estrelas era minha companhia.

Era uma ótima noite para se ficar acordado, mas eu não conseguiria, estava morto pelo trabalho. Não precisei de mais tempo para adormecer.

Não tinha noção de quanto tempo eu permaneci com os olhos fechados, acordei num sobressalto sentindo o peso de um corpo em cima de mim. Meus olhos estavam tão pesados pelo sono que mal consegui abrir, saquei meu revolve e segurei o sujeito pelo pescoço com a mão esquerda, jogando contra o outro lado da rede, a minha frente.

—Que droga, não me mate. — A voz fina e esganiçada de Aurora me despertou como um balde de água fria.

Ela tinha os olhos arregalados voltados para a minha arma, enquanto suas mãos tentavam soltar a minha mão do seu pescoço, eu estava a sufocando.

— Ta maluca menina? – Gritei tirando minha mão dela como se fosse fogo. Guardei o revolver de volta a minha cintura e ela me encarava cínica.

Morena proibida - Laçada em oito segundosOnde histórias criam vida. Descubra agora