A Reencarnação (Obra não revisada)

Capítulo 29 - Saudade que resulta na procura

Parecia que os dias estavam correndo mais do que o que devia , Sara já tinha perdido a noção destes, tamanha era a falta que sentia de Rafael , ele não mais deu sinal de vida , não atendia seus telefonemas e se bem o conhecia ele ainda não tinha digerido toda a sua estória , , o que a fazia se sentir a pior das mulheres , embora soubesse que a sua parcela de culpa era a mínima , mas , sentia a sua falta e não sabia até quando poderia suportar , a distância que a estava matando , e ela não conseguia pensar em muita coisa , hora achava melhor ir ao seu encontro , hora achava que o melhor era dar mais tempo para que ele ,pudesse enxergar que nada poderia atrapalhar a felicidade dos dois , hora tinha acessos de raiva e xingava Rafael de incompreensível e cabeça dura , hora , a saudade , batia , bem como toda a mágoa que carregava pelo afastamento dele , mas enfim, ao final das contas, ela não estava bem , e não queria fazer mais nada a não ser esperar por Rafael , que não dava sinais de cansaço e saudade , e isto a estava matando por dentro , pois sempre aprendera que o amor era capaz de superar tudo , e de repente se viu diante de um cara que a fez se apaixonar e a fez ficar insegura em função de suas atitudes , e ela não sabia como lidar com isso , não mesmo e o pior era que não tinha ninguém que quisesse e pudesse dividir seus anseios e dor que vinha de dentro do coração , deixando-a louca , mas também tinha o seu orgulho e não queria ir assim logo atrás , se humilhar por uma resposta , uma decisão . Era um dilema e uma tortura, sua cabeça não parava e só tinha pensamentos para ele , ele estava consumindo seu corpo e mente , estava ficando sem paciência para as besteiras que seus colegas de trabalho falavam , e muitas vezes se pegava distraída , e só via um de seus colegas falando --- ei, Sara , em que galáxia você se encontra ?, aí ela o olhava mau humorada e dizia --- sim? que? ah, desculpe estava , distraída mesmo , e deixava morrer o assunto , ninguém tinha nada a ver com a sua vida , , se desse margem eles entravam de sola , por isso , quando questionada quem a estava deixando desse jeito , ela dizia --- gente , vamos ao trabalho , por favor ? e disfarçava dando um sorriso cheio de adoçante para os mais curiosos , e assim ia passando seus dias , num mau humor terrível , e sem querer nem sair de casa para ir a um cineminha , e achava melhor assim , não seria boa companhia para ninguém, nem mesmo ela se suportava , então ao final do expediente , ia para o seu refúgio , o velho terraço e depois para sua casa .
Quanto a Rafael , este não estava muito diferente , mas o pior era que tinha medo , um medo que ele não sabia explicar de onde surgiu , mas estava ali , dentro dele e ele se viu com pavor de enfrentar , e nem a falta de Sara era capaz de apagar este medo , e seu humor estava de cão , ninguém podia lhe dirigir a palavra , cada vez mais arredio , quase respondia por monossílabo , e nem com os amigos saia mais , achava melhor ficar em casa , no seu quarto , vendo televisão ou lendo , ás vezes procurava a biblioteca da faculdade e lá ficava estudando , mas era só , casa trabalho e faculdade , e seus dias estavam se tornando monótonos e vazios , mas ainda não tinha coragem de resolver nada e nem a saudade que sentia de Sara , da vontade que tinha de vê-la , de ficar com ela , de sentir seu cheiro , de dizer o quanto a ama , tudo em vão , pois o medo tomou todo o seu fôlego , mas sabia que seria passageiro , ele não era nenhum maluco , embora achasse que estava agindo como um .
E conforme os dias iam passando , a saudade ia aumentando , e ao final de uma semana , Rafael enfim decidiu , ir ao trabalho de Sara e aguardar a sua saída , ele tinha receio dela não atender os seus telefonemas como ele mesmo fez com ela , ele não queria correr este risco , não ia suportar ser rejeitado por ela , então resolveu que o melhor a fazer era chegar de surpresa , fazendo surpresa , e queira Deus que fosse bem recebido , quinze dias era muito , uma eternidade! tempo até dela arranjar outro , e só em pensar nisso Rafael tremeu nas bases , ele a amava , e sabia que a única coisa que importava era estar com ela e ele tinha que dizer a ela ,, tinha que deixar os medos de lado, que insistia em persegui-lo, mas ele os venceria., ele tinha que saber enfrentar seus demônios internos e precisava do amor de Sara para seguir adiante .