Existe emtoda história um homem
que nunca se encaixa.
Bem, este sou eu.
Sempre fui “o cara bonzinho” que escutou a vida inteira:
“Mulher gosta de cafajeste”.
Sempre fui “o cara bonzinho” que,
quando beija uma mulher, volta pra casa sorrindo.
Que não consegue dormir,
deita na cama e fica rolando e pensando:
“Não acredito que ela ficou comigo”.
Que no outro dia liga pra ela. E ela não atende.
Muitas amigas diziam:
“Você não pode ligar no outro dia.
Tem que fazer ela sentir falta”.
Mas é melhor não seguir regras.
Não é a falta que faz alguém gostar de você.
É a presença.
Sempre fui “o cara bonzinho”
que mostra interesse em um dia e no outro também.
Sempre fui “o cara bonzinho” que,
por várias noites na balada, escutou da mulher que amava:
“Ique, seu amigo é muito gato. Me apresenta?”.
E apresentava. E os dois ficavam na minha frente.
Muitos amigos diziam:
“Você vai ficar sozinho”.
Não. Ficar sozinho é estar com alguém
que não quer ficar com você.
Sempre fui “o cara bonzinho” que escutou milhares de vezes:
“Você é um cara muito legal. Mas somos apenas amigos”.
Sempre fui “o cara bonzinho” que namorou a garota
que só faria sexo depois de casada.
Um cara legal e apaixonado...
Muitos amigos diziam: “Você é louco!”.
Bom, o que eu posso fazer?
Isso não dá para evitar. Esse sou eu, apesar de tudo.
Sempre fui “o cara bonzinho”
que não consegue ficar do outro lado sabendo
que ela está em algum lugar sozinha.
Sempre fui “o cara bonzinho”
que deixa de sair sexta à noite
pra ficar conversando no Facebook até as 4 horas da
manhã com a mulher de quem está a fim.
(E como foram ótimas aquelas noites!).
Sempre fui “o cara bonzinho”
que namorou à distância e que,
quando ela ia embora, não lavava os lençóis
porque queria acordar e sentir o cheiro dela para pensar
que ela ainda estava lá.
(E acho que você, com quem eu vivi isso, nunca soube, né?).
Talvez, um dia, o coração perceba.
Se um cara gosta de você, ele vai se importar.
Ele vai encontrá-la no meio do caminho.
Vai ligar e esperar por você.
Só por você.
E quando você atender: “Alô?”.
Ele vai responder: “Amor”.