Se você está lendo isto,
é porque tive a coragem de publicar.
Há alguns meses, meu pai estava correndo
atrás da minha sobrinha pela casa,
e minha namorada me enviava mensagens dizendo:
“Eu te amo”.
Pouco tempo depois, meu pai foi diagnosticado
com uma doença neurodegenerativa,
sem cura, que iria matá-lo aos poucos.
Logo em seguida, minha namorada
se mudou para outra cidade.
Depois de algumas semanas,
meu pai passou a não conseguir mais ficar em pé.
E minha namorada terminou comigo.
A vida é a coisa mais frágil, instável e imprevisível que existe.
No dia em que minha namorada
terminou nosso relacionamento, voltei para casa e,
quando abri a porta, lá estava meu pai,
sentado e sem forças para se levantar do sofá.
Passaram-se 8.433 coisas na minha cabeça.
Comecei a chorar.
Ele disse:
“Se você soubesse que hoje é seu último dia de vida,
você passaria ele chorando?”.
Está aí uma excelente forma de engolir o choro
e de encontrar esperança onde pensava não existir nada.
Falei com meu pai que tudo estava dando errado.
Ele disse:
“Sobre essas coisas todas que aconteceram,
não tem mais o que fazer.
Mas o que acontecerá depois depende de você”.
Na mesma hora liguei para um amigo.
Ele chamou outro amigo e saímos para conversar.
Um deles contou que a mãe também estava morrendo.
Voltei para casa.
Fui até o quarto do meu pai e disse:
“Eu te amo”.
É importante ter tempo para dizer às pessoas
que você as ama, e o quanto você as ama,
enquanto elas ainda podem te ouvir.
Ele começou a chorar.
Eu disse:
“Se você soubesse que hoje é seu último dia de vida,
você passaria ele chorando?”.
Ele sorriu.
Pessoas fazem você seguir em frente.
Se você está sofrendo por amor,
se alguma pessoa que você ama está doente,
não fique puto com o mundo.
Não se torne um babaca.
As coisas caem e quebram, é a vida.
E a vida é dura.
As pessoas cometem erros.
Mas, se você me perguntar,
é a parte que vem depois que importa.
A parte em que você faz a coisa certa.