texto numero 25

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carta pra você (que eu desisti de nomear porque todo mundo já sabe):
eu li que todos nós somos um conjunto de imensidões. pelo dicionário, a definição de imenso é "impossível de medir ou contar", mas, pra mim, é tudo aquilo que é grande demais pra caber no coração.
li que a gente faz imenso aquilo que pode ser minúsculo - somente a partir da nossa percepção.
você é imenso.
e você é parte de mim.
as suas manias se incorporam na minha personalidade e pouco a pouco vou deixando que seus traços me invadam enquanto a gente ri de algumas piadas bobas e conversa sobre o universo.
ou a gente não fala.
eu não precisaria de palavras pra me apaixonar por você - acho até que não foram elas. foi o silêncio.
ela não era estranha ou incomum, ela era agradável. confortável. eu poderia passar horas sem trocar uma palavra - você sempre soube o que eu iria dizer.
as minhas músicas também mudaram com a sua presença na minha vida e eu nem acho que seja porque elas são boas (e são mesmo), mas porque elas me lembram de você e da sua voz desafinada, mas não tô reclamando. eu gosto.
e como gosto.
eu gosto de você. inteiramente você.
e eu demorei pra entender isso porque enquanto eu tentava fugir da realidade, você continuava crescendo e quanto mais eu corria, mais eu me encontrava em você.
e digo: não foram poucas as vezes que eu duvidei da minha capacidade de sempre acabar no mesmo lugar. mas eu tô aqui.
e, na verdade, não consigo lembrar quando foi a última vez que eu não estive.
de certa forma, parece que eu sempre tive essa característica em mim: você.
eu li que as coisas têm o tamanho que a gente dá a elas e, pelo dicionário, a definição de imenso é "impossível de medir ou contar", mas, pra mim, é o seu nome.

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