Capítulo 5 - GEORGE

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Pastor George estava em um avião que se dirigia para o Aeroporto Internacional de São Paulo. Aos sessenta e sete anos ainda conservava sua saúde física e mental. Estava com sua esposa Rose que já havia quarenta e dois o acompanhava. Olhou para ela que cochilava ao seu lado. "Quanto tempo havia passado! Ela ainda lhe parecia jovem e bonita, da mesma forma que sempre a vira, nada havia mudado em seu amor para com ela.

O Criador havia-lhe proporcionado muito dias felizes juntos, ele a amava profundamente, apesar deles serem tão diferentes. Às vezes era demasiada a vaidade de sua esposa, que era apaixonada por cosméticos, roupas e sapatos . Dizia que era por terem passado tantas privações na África e na Ásia, mas isto já fora há tanto tempo!

Desde que recebera sua aposentadoria voltara a viajar com mais frequência pelo Brasil, mas continuava morando nos EUA. Gostava de pregar sobre a Volta do Salvador e Mestre, agora aposentado, podia ir para qualquer lugar do mundo pregando a mensagem que ele tanto amava. Nunca tivera nenhum problema junto a Conferência que dirigia a Igreja do Caminho, mas agora não sabia porque algumas coisas estranhas estava se passando.

Tudo começou quando contou para um amigo seu de muitos anos, que vivia no Brasil, sobre seus estudos sobre a volta do Mestre. Aquele amigo de muitos anos contara suas idéias no concílio e agora, pela terceira vez, estava sendo chamado para justificar-se.

"O que havia de errado na mensagem que ele pregava? Nada do que falava estava contra os princípios do Criador ou contra as normas do Caminho. Não apresentava ele, seus sermões baseado em profecias antigas? Porque essa revolta toda? Seria por que resolvera falar sobre a Última Advertência, coisa que há muito o povo do Caminho deixara de falar?"

Não poderia fazer muita coisa. Não iria ficar calado quando sentia que o Criador desejava que advertisse o povo do Caminho. Seu antigo amigo havia virado-lhe as costas. Acusou-o de marcar datas para o retorno do Salvador, coisa proibida pelo povo do Caminho. Acusou-o de querer trazer a perseguição ao povo do Caminho, pois ele pregava que o Perseguidor estaria pronto para governar o mundo e que ele viria da Igreja-mãe.

Desde então recebia ameaças e acusações. Não conseguia compreender tamanho ódio de seus antigos amigos. Não dizia nada diferente dos livros, tudo estava lá. Não podia entender toda a confusão que se formara ao redor dele. Precisava fazer alguma coisa! Eles estavam vivendo na mornidão espiritual. Não podia deixar de advertí-los.! Estava na hora da última advertência. O tempo final estava chegando e eles não estavam prontos.

O que mais lhe entristecia porém era a atitude de indiferença da esposa. Ela não parecia entender a mensagem, ou fingia que não ouvia suas pregações. Continuava a viver sua vida como se nada estivesse acontecendo.

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Um guardião poderoso estava protegendo o Pastor, era Joy. Uma luz o cercava enquanto o pastor descansava no avião. Anjos estavam vindo e indo trazendo para guardião as últimas ordens do Mestre. Todo céu estava em comoção. No relógio divino havia chegado a hora final, e a seu povo não estava pronto.

Por quase seis mil anos o mal havia se estabelecido no planeta e estava na hora de acabar com ele. Joy se recordava quando seu amigo começara a rebelião na capital do Universo. O Rebelde tinha tudo: Poder, inteligência, beleza, majestade. Tudo. Andava no meio do brilho das pedras de fogo, grande compositor, criador de todo instrumento de percursão, tambores, pífaros, tudo que dava maior harmonia a música celestial.

Um dia porém o Criador fez uma reunião especial. Nela estabeleceu algumas ordens, e a principal era que o Mestre, seu filho, que viria se tornar Salvador, era igual a ele, um Deus Criador também. Possuíam a mesma essência desde a eternidade e por isso deveria ser reverenciado, adorado como Ele. Até ali, o Rebelde que na época era chamado de Portador de Luz, agira como se fosse o chefe chefe dos anjos, mas na reunião fora colocado que, o chefe supremo dos anjos era o Mestre. Ele ganhara o título de Arcanjo, porque era superior a todos os anjos e nosso chefe. Só ele poderia ser adorado e honrado.

Nenhum de nós pensou realmente que isto mudaria alguma coisa, o Mestre era amável, era justo, era poderoso, sua presença enchia de alegria qualquer ambiente. Não era ele também nosso criador?

Para o Rebelde no entanto aquilo foi um golpe para seus sonhos. Ele queria ser mais, queria ser também adorado, temido, honrado como o Criador e seu filho o eram. Não aceitaria menos.

Desde então fizera uma rebelião, seu princípio para essa guerra que estabeleceu foi que Deus foi injusto e suas leis eram impossíveis de serem guardadas. Eles não eram livres pois não podiam escolher desobedecê-lo. O Criador fez-lhe ver que não mais poderia morar na capital do Universo se continuasse a pensar assim. Então foi uma surpresa o que aconteceu: Ele chamou a todos que estavam do seu lado, e concordavam com ele para passarem para seu lado.

Uma grande comoção aconteceu. Milhares de anjos estavam passando para o seu lado estendendo sua espada de luz. Alguns vacilavam, não sabiam qual lado deveriam ficar. O Rebelde havia por longo tempo implantando pensamento de inveja e orgulho em seus amigos até que conseguiu uma multidão de seguidores.

Então houve a guerra! Que hora terrível fora aquela! Cada anjo contra seu amigo. Serafins, Querubins, todos envolvidos! O Próprio Mestre estava a frente da batalha e no final foram expulsos. Quando contamos os que faltavam, descobrimos que um em cada três de nós havia nos deixado!

Andei pelas ruas de onde eu morava e chorei ao descobrir que alguns de meus mais íntimos amigos haviam ido com ele. E agora estamos aqui. Nestes últimos anos tenho tido o prazer de ser guardião deste grande homem de Deus, mas já acompanhei tantas pessoas más! Nem gosto de me lembrar.

Ele não tem idéia de quanto está certo na interpretação profética que fez. A última advertência está sendo dada por ele e por outros homens fiés deste planeta. A profecia está para se cumprir realmente, não teremos muito tempo aqui nesta terra.

Os ofensores estavam longe olhando. Ner principalmente pois era o ofensor encarregado daquele homem. Que tarefa difícil! Não sabia como atingi-lo pois ele pertencia inteiramente ao Criador, precisava de um plano. Precisava detê-lo. O Rebelde pessoalmente na última reunião mostrara quão preocupado estava com aquele humano, ele e uns poucos haviam descoberto o segredo das profecias e estavam levando muitos que pertenciam ao reino rebelde, de volta para oreino do Criador. Assim ele resolvera dar um prêmio especial, uma posição mais elevada, para qualquer um que aparecesse com um plano que fosse capaz de fazer cair aquele homem. Ner estava preocupado pois se havia um prêmio, haveria um castigo, caso falhasse. Que dor terrível suportavam os que eram castigados pelo Rebelde. Desejavam a morte, mas essa não viria. Pelo menos não agora.

O Rebelde enviara outros ofensores para ajudá-lo. Um sugeriu que derrubassem o avião. Ner disse que além de não poderem fazer isto pois os anjos o guardavam, não iria adiantar muito pois ele estaria salvo! Só poderia morrer no momento que renegasse o seu Criador. Nem um minuto antes. A esposa dele seria a chave. Não tinham acesso a ele, mas tinham quase que total controle dela! 

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