Capítulo 08

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Anahí



Anna dormiu comigo no hospital e depois que os médicos viram que eu não estava mais com dor e a fratura estava totalmente estabilizada, eles decidiram me dar alta.

Já estou pronta, só esperando minha irmã pra me levar embora. Infelizmente nem Poncho, seus irmãos ou se quer o meu pai apareceram pra me visitar. E essa ausência toda me preocupa e me machuca.

- Hei o que foi? - minha irmã pergunta ao entrar no quarto.

- Nada! - forço um sorriso e respiro fundo pra não chorar na frente dela. - Podemos ir?

- Antes me diz porque você tá triste desse jeito. - ela me olha preocupada.

- Ninguém apareceu. - respondo e mordo o canto do lábio.

- Poncho e Christian devem ter ficado de castigo por terem pegado o carro dos pais ontem. E o nosso pai....

- Tô me acostumando a não esperar nada dele, mana. - forço outro sorriso. - Mas achei que Poncho mandaria pelo menos uma mensagem. - dou de ombros.

- Às vezes os pais dele tomaram o celular pra ele não falar com você. Mas não fica assim, ele vai dar um jeito de aparecer. - Anna sorri pra mim e me esforço pra acreditar nela.

Abaixo a cabeça e fico encarando minhas unhas enquanto um milhão de coisas passa pela minha cabeça. Do nada uma música de rock antiga começa a tocar. Encaro Anna, sorrio e balanço a cabeça ao vê-la. Anna estreita os olhos pra mim, balançando os ombros no ritmo da música.



- Sabe qual é o melhor remédio pra tristeza? - ela pergunta sacudindo as mãos e mexendo os quadris ao mesmo tempo, sua alegria começa a me contagiar.

- Não! - acabo dando risada.

- Dançar! - ela me puxa pela mão.

- Ah não Anna! - reclamo, mas ela me ignora e me puxa de um lado pro outro, rodando a minha volta.

- Quem está cantando essa música mesmo? - não aguento e acabo sorrindo.

- Elvis Presley! - Anna responde dando risada, puxa minha mão e me faz rodopiar.

Não estou surpresa por estar tocando Elvis Presley, Anna o adora e já ouvi essa música dele e algumas outras. Acabo rindo e começo a dançar com ela, imitando seus passos. Balanço os braços, as pernas, rodopio, finjo que toco guitarra, enquanto balanço a cabeça e até acabamos dançando de mãos dadas. Me sinto transportada pros anos 60 e só falta colocar aqueles vestidinhos com tiaras de bolinha e aqueles topetes pra ficar perfeito.

- Você é louca! - digo dando risada. - Se algum médico aparecer?

- Estamos no seu quarto e qualquer coisa posso dizer que estou animando o ambiente. - ela balança os ombros e faz cara de séria quando a música entra na segunda estrofe. Acabo rindo dela.

Quando a canção do Elvis acaba minha barriga está doendo de tanto que estou rindo, me sinto até zonza.

- Viu? Está mais animada ou não?

Never Give Up On Us - PausadaOnde histórias criam vida. Descubra agora