⇠~ ღ Anahí ღ ~⇢
Recebo uma mensagem do Daniel assim que saio do apartamento do Alfonso, me avisando que ele tem ensaio com a banda e que só vai voltar pro apartamento depois do almoço.
Não quero ficar sozinha depois do que aconteceu, então decido tomar coragem e visitar a lápide da minha irmã, onde meu pai deixou suas cinzas depois que ela foi cremada.
Quando chego no local, meus olhos ficam marejados ao ver a foto dela e meu coração fica enternecido ao ver que alguém a visitou e deixou flores pra ela.
Me sento no chão e fico encarando sua foto, acabo chorando ao me dar conta que estava me esquecendo de como era o sorriso dela. Assim como acho que estou me esquecendo de como era seu perfume e sua voz. Mas o que eu nunca vou me esquecer é de como ela me fazia bem, como me sentia segura pra contar qualquer coisa pra ela. Nunca vou me esquecer da época em que eu desejei que ela fosse a minha mãe.
- Oi Anna! Quanto tempo né?
Abaixo a cabeça e acaricio a tatuagem de nós duas que eu fiz.
- Sinto sua falta, sabia? - enxugo o rosto. - Achei que com o tempo isso ia passar, talvez diminuir um pouco, mas é óbvio que eu me enganei. Ainda não entendo porque você fez isso com você mesma. Eu queria que tudo tivesse sido diferente, que você ainda tivesse aqui, que eu nunca tivesse ido embora. Que eu ainda fosse a namorada do Poncho. - soluço.
Encaro seu rosto, esperando por alguma resposta, mas eu sei que não vou ter nenhuma. Anna se foi pra sempre, nunca mais vou ouvir sua voz ou ter seus conselhos, a única coisa que eu tenho dela são lembranças e um grande ponto de interrogação que talvez nunca se desfaça.
Perco a noção de quanto tempo fico no cemitério chorando e me lembrando da época em que eu era feliz. Quando decido ir embora, vejo um senhor varrendo a rua e acabo me aproximando.
- Com licença, bom dia!
- Bom dia, senhorita! Acho que nunca vi a senhorita por aqui.
- É, eu nunca vim mesmo. Eu estava morando em outro país. O senhor está vendo aquela lápide ali? A que está com as rosas? É o túmulo da minha irmã, por acaso o senhor viu quem deixou as flores? Elas ainda estão novas, então não deve fazer muitos dias.
- Ah sim, sei quem é. Foi um rapaz. Ele vem todos os sábados. Vem, entrega as flores, fica um pouco e depois vai embora, tem muito tempo que ele faz isso já.
- Um rapaz? O senhor sabe o nome dele?
Será que ele está falando do Matt? Será que depois de todos esses anos, ele....
- O nome dele eu não sei, mas ele é um jovem alto, bonito, tem cabelo preto, olhos claros, acho que são verdes. Todas as vezes que ele vem aqui, ele parece bem triste. Acho que sua irmã era importante pra ele.
- Ela era importante pra muita gente. - suspiro. - Obrigada pela informação, até logo.
Vou embora do cemitério, meio atordoada pela informação que o senhor me deu. Pela descrição que ele fez, só podia estar falando do Alfonso.
Mas por que ele vem aqui toda a semana trazer flores pra Anna? Não faz sentido ele agir assim depois da maneira fria como terminou comigo? Faz anos que não conversamos, então por que ele ainda vem?
Vou de Uber até o restaurante do Christian, precisando conversar com alguém. Chris me dá um abraço assim que me vê entrar e me olha bem nos olhos ao se afastar.
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Never Give Up On Us - Pausada
RomanceSuperando expectativas e a diferença social, Anahí e Alfonso se conheceram e se tornaram amigos quando ainda eram inocentes demais pra entenderem o mundo que os cercava. Ele o garoto rico de um bairro nobre, amigo de uma garota pobre que vivia na pe...