Capítulo 31

519 60 78
                                    


Alfonso



Brenda arregala os olhos pra mim quando termino de contar o que aconteceu na minha casa.

- Eu não acredito que elas fizeram isso. Lua-de-mel na Itália? Fala sério?!

Dou de ombros, levo o cigarro de maconha aos lábios e dou uma tragada. Não sinto mais aquela alegria e euforia de antigamente quando comecei a usar, mas meu corpo está viciado e precisa dessas coisas. Não importa muito como vou me sentir usando elas, o que importa é como me sinto sem elas.

- Eu preciso conversar com a minha mãe, esclarecer essa história.

- Não quero que você fale alguma coisa. Deixa elas sonhando. Podem montar o circo todo, contanto que a gente não compareça, não leve elas a sério, está bom.

- É você tá certo, deixa elas, uma hora elas desistem.

Brenda traga o cigarro e depois assopra, quando acaba ela dá uma de suas risadas frouxas. Não sei se são as drogas que fazem isso com ela ou se o sentimento é verdadeiro.

Depois que você usa essas coisas, você passa a não saber mais se o que está sentindo é real ou imaginário.

- Por que está me olhando assim?

- Eu devia fazer a vontade das nossas mães.

- Do que você tá falando? - Brenda ri.

- Me casar com você.

- O que? Você pirou né? Nem posso perguntar se esta drogado, porque você está e pelo jeito foi pra um mundo imaginário. - ela revira os olhos.

- As coisas seriam mais fáceis se eu fosse apaixonado por você e não por ela. - respondo com desgosto e nem quando trago o cigarro com vontade, o sentimento passa.

- Não, seriam piores porque não sou apaixonada por você. A Anahí com certeza ainda é, só que ao mesmo tempo que ela ainda te ama, ela te odeia e se odeia por isso.

Mostro o cigarro pra ela e suspiro.

- Eu só queria que essas coisas parassem de me fazer amá-la.

- Você devia contar tudo pra ela. Não faz bem guardar as coisas pra você, já cansei de falar isso.

- Eu não guardo tudo pra mim, eu conto pra você. E pra Anna.

- Que vantajoso. Se confessa pra uma garota que já morreu e pra uma garota que se droga com você e não pode fazer nada pra ajudá-lo. Você devia se abrir com seus irmãos e com a Anahí.

- Não posso.

- Você se fodeu e ta se fodendo até hoje pra salvá-los, acho que está na hora deles salvarem você.

- Já disse que eu não posso.

- Ok. Fica ai com os seus cigarros, eu vou pra casa. Tô com fome e devo estar de TPM também, porque não tô afim de escutar você falando dessa Anahí de novo. To cansada de ver você ficar andando em círculos.

- Brenda....

- Isso ai. Se vira com seus sentimentos não resolvidos por ela.

- O que tá acontecendo com você? - me levanto sem entender nada.

- Nada Alfonso, você tem suas frustrações, eu tenho as minhas. Boa noite!

- Espera, tá acontecendo alguma coisa com você?

Never Give Up On Us - PausadaOnde histórias criam vida. Descubra agora