Capítulo 36

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Anahí



Na manhã seguinte estou me esforçando pra conseguir tomar meu café da manhã quando o telefone toca.

- Pois não? - Daniel pergunta assim que atende. - Ah ok, pode deixar subir. - ele desliga, me encara e sorri. - Visita pra você!

- Quem é? - quase mordo a língua pra não perguntar se é o Alfonso.

- Já vai saber. - ele pisca pra mim.

Uma batida na porta e todos meus sentidos estão em estado de alerta. Daniel abre a porta, a decepção vem, mas dura só um segundo quando vejo que não é Alfonso e sim Matthew.

- Matt! - me levanto da cadeira, feliz em vê-lo de novo.

O abraço com força. Sinto que ele é minha última conexão com Anna e a única pessoa que realmente entende a dor que eu estou sentindo.

- Que bom te ver, como você está?

Dou de ombros, porque não sei o que responder.

- Não estou tão bem assim, mas também não estou tão mal. Quem passou o endereço daqui pra você? Foi você, Dan? - encaro meu namorado.

- Não, foi o Alfonso. - Daniel sorri. - Ele disse que seria bom Matthew te visitar.

- É bom ver que ele ainda se importa com você. Alfonso foi pessoalmente em casa falar comigo, me implorou pra que eu viesse te ajudar. E claro quer eu não podia falar não.

Forço um sorriso, sem graça com a informação e com o que ela provoca em mim. Às vezes quero acreditar que Alfonso se importa comigo, mas ao mesmo tempo tenho medo de acreditar nisso.

- Se quiserem conversar fiquem a vontade, eu vou falar com os caras da banda, não demoro. - Daniel diz.

- Ok! - sorrio.

Daniel se aproxima de mim, me dá um beijo se despedida e em seguida deixa eu e Matt sozinhos.

- Ele se importa com você. Dá pra ver que ele te ama.

- É eu sei. E às vezes acho que não mereço ele.

"Principalmente depois de ter beijado Alfonso e fantasiado com ele logo em seguida!", completo em pensamento.

- Por que ta dizendo isso? Você não o ama?

- Gosto muito dele, mas... Não sei se é amor. - me sinto mal ao responder. - Senta aqui. - vou até o sofá e Matt senta ao meu lado. - No começo do namoro, Daniel me dizia a todo momento que me amava. E ele via que eu não conseguia dizer o mesmo e ficava sem graça com as declarações dele. Com o tempo ele parou de dizer eu te amo. Não diz com palavras, mas faz questão de mostrar o quanto ele me ama com cada gesto, principalmente quando ele me chama de amor. Já eu, tudo que consigo fazer é chamá-lo de Dan.

- Você não conseguiu esquecer o Poncho né?

- Acho que é pior esquecer uma história que tinha tudo pra dar certo e foi interrompida.

- Entendo perfeitamente o que você quer dizer. Fiquei muito tempo preso às lembranças da Anna, às vezes me pego pensando tudo que podíamos ter vivido se ela estivesse viva.

- É exatamente isso que eu penso em relação ao Alfonso. E ver ele na minha frente só agrava tudo isso, ainda mais que eu não entendo porque ele terminou tudo de um jeito tão abrupto. Foi como se ele tivesse virado outra pessoa naqueles e-mails. Uma pessoa que agora se mescla com o Poncho que eu conhecia. Por que ele pediria minha ajuda, teria me procurado se não se importa comigo?

Never Give Up On Us - PausadaOnde histórias criam vida. Descubra agora