_Tia, Nati... Como sabe que hoje é meu aniversário?
Perguntei enquanto me afastava um pouco sem sair de seus braços.
_ Lembra daquele dia que você ficou no hospital a uns anos atrás? Antes que o seu pai entrasse no seu quarto eu conversei com ele sobre você, nada de muito especial, ele me falou quando nasceu e só, pois ele só sabe disso sobre você.
Eu olhei pra ela novamente e voltei a sorrir mostrando meus dentes.
_ Obrigado, Tia.
A "Gabi" também estava sorrindo, nós sempre amamos muito a "Nati", nós tínhamos mais amo por ela do que tínhamos pelo nosso próprio pai e, além disso, por um tempo, ela nos ajudou a superar a perda da "mamãe".
Depois de arrumar as malas e falar parao meu pai nós fomos andando, não era longe mas também não era perto, em fim, quando chegamos lá eu fui direto pra sala descansar no sofá, era tão aconchegante, parecia que eu estava em uma nuvem, eu sempre amei aquele sofá.O filho da tia "Nati" já era velho e nem morava mais com ela, então, o video game dele sempre ficava lá e, eu e a "Gabi" sempre jogávamos o dia todo, era muito bom, sem preocupações ou sem ter que ficar esquentando a comida pela "décima" vez só pra podermos comer, bom, era ótimo.
Quando íamos pra lá, a tia sempre fazia um bolo pra gente, ele era coberto por uma cauda de chocolate com brigadeiro e era recheiado com um pouco de açúcar queimado, era o bolo perfeito pra nós e, quando ele ficava pronto, ela sempre dizia "Mociiinhaas! Venham comer bolo", eu e minha irmãzinha sempre paravámos oque a gente estava fazendo e iríamos comer o bolo, quando a gente iria dormir, eu e a "Gabi" sempre, sempre dormiamos na mesma cama e sempre dormiamos abraçadas, eu era a garota mais sortuda de todas e nem sabia disso, nem sabia que minha felicidade só dependia dela; mas eu fui perceber isso tão tarde... Voltando ao assunto, no segundo dia que estávamos lá, mal acordamos e já fomos pra frente da tv, mesmo de pijamas, estávamos bem a vontade na casa da tia "Nati", depois de algumas horas assistindo tv a tia "Nati" acordou e foi se juntar a nós, ela se sentou no meio de nós duas e abraçou cada uma enquanto dizia :
_ Bom dia, amores da minha vida, dormiram bem? Querem comer alguma coisa no café da manhã ou vão esperar o almoço?
"Gabi" respondeu bem rápido:
_ Eu só vou querer um copo com café e leite, depois disso, vou esperar o almoço...
Como o nosso pijama era meio curto, as marcas dos machucados que a "Gabi" tinha ficaram todos expostos e bem visíveis, A tia então olhou para seus braços onde ficava a maioria e se espantou.
_ Oque é isso, "Gabi" ?
Perguntou olhando com uma cara feia de desconfiada diretamente pra ela
_ Nada...
Respondeu "Gabi" abaixando a cabeça e fechando seus olhos.
_ Olha, eu não vou gritar com você e nem te obrigar a falar, eu só quero o seu bem e sabe muito bem disso, vou te ajudar com isso, só isso.
Nati deu um beijo na testa dela enquanto ru só observava, de repentr e em silêncio, minha irmãzinha começou a chorar, não deu pra escutar, só deu pra ver as lágrimas caindo e caindo.
_ Ounn! Meu amor, não chora, eu te amo e sua irmã também, não precisa chorar.
Nati abraçou ela forte e começou a mexer no cabelo dela, como se estivesse fazendo um cafuné, continuei olhando sem interromper. "Gabi" foi parando de chorar aos poucos e foi enxugando suas lágrimas com uma de suas mãos.
_Foi o meu pai....
_ "Gabi" seu pai fez isso com você?
Ela balançou a cabeça positivamente.
_ Na verdade, foi pior,ele me trancou em um porão cheio de barro e de.... de... d-...
Ela volta a chorar enquanto colocou as mãos sobre seus olhos.
_ Eu não quero falar disso mais...
Ela começou a soluçar e seu rosto ficou vermelho, seus olhos também e, incharam um pouco, ela se deitou sobre o colo da "Nati e colocou a cabeça sobre minhas pernas enquanto chorava, eu comecei a passar a mão no cabelo dela e me curvei um pouco para abraça-la.
_ Já passou, "Gabi", ta tudo bem agora. Nós estamos com você então não precisa se preocupar.
Depois disso tudo ficou calmo e normal como qualquer outro dia em que estávamos lá.
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O assassinato de uma suicida
Mystery / ThrillerEssa história é contada pela irmã mais velha que conta como era sua vida com sua irmã antes de sua mort Em meio suas lembranças ela vai revelar oque aconteceu com a caçula e com sya família durante seu tempo de vida