Enfim... Dalí em diante os dias só foram piorando e a gente só foi crescendo, tivemos uma difícil infância ainda mais quando fomos pro orfanato... Hm? Eu não contei a vocês ? Depois de um bom tempo vivendo com a Naty o meu pai resolveu voltar a beber e até desistiu de nós recuperar dela com aquele papo de "são minhas filhas!" etc e coisa e tal... Bom...Vou contar...
Era uma noite comum naquela casa, eu ainda estava acordada e minha tia e irmã foram dormir, o dia seguinte seria sábado então, não estava me preocupando com o horário já que não teria planos pra amanhã, de repente eu ouço um barulho alto de alguém batendo no portão, foi como um "BUUUM"... O barulho foi muito alto, nem sei como as garotas não acordaram com aquilo, eu fiquei bem surpresa. Em um ato de medo eu respirei fundo e cobri todo o meu corpo com o cobertor, eu fiz isso más os barulhos não pararam, eles se tornavam mais fortes e mais frequentes, eu não tinha coragem pra ir ver oque estava acontecendo, então continuei alí deitada sem me mover e mal respirava de tanto medo, eu realmente esperava que aquilo parasse e fosse embora como um sonho que desaparece quando acordamos e só nós resta lembranças sejam elas boas ou ruins... Depois de outras barulhentas batidas no portão a minha tia acordou, na mesma hora me subiu uma sensação de alívio que não durou muito pois em seguida eu conseguiria escutar em alto e bom som o meu pai gritando"devolve minhas filhas... Sua vagabunda.." e daí em diante que as coisas só pioraram, meus olhos se encheram de água e eu comecei a chorar logo em seguida enquanto escutava aquela discussão. As palavras se tornavam mais ofensivas e o ódio era o único requisito pra aquela briga, o meu pai era como um cavaleiro com armadura de ouro antigo que foi perdendo a armadura com o decorrer do tempo e no fim se tornou só mais um cavaleiro bêbado que não tem dever nenhum com suas obrigações ou tarefas de pai, aposto que nem ele sabia oque é paternidade... A tia era como uma mãe de verdade defendendo as suas crias, ela poderia passar por cima de qualquer um só pra ver o bem das filhas que ela possuí, dava pra ver o sentimento que ela passava só pó olhar, era um ódio a respeito do meu pai porém, era um ódio protetor pois ela não queria que voltassemos pra ele, nem nós queríamos. Em um alto momento da discussão os vizinhos começaram a sair e outros até chamaram a polícia, percebi que chamaram porque chegaram umas viaturas e ficaram tentando acalmar o meu pai de longe, eles ficaram falando umas coisas pra ele enquanto os vizinhos assistiam e comentavam sobre ... Eu consegui ver tudo, em um momento em que ele estava se afastando de frente pros polícias e "de lado" pra casa, eu percebi que ele estava armado e essa hora, foi só mais uma que deveria entrar pro histórico de "minhas inutilidades" até porque eu não consegui me mover ou gritar, eu simplesmente fiquei quieta enquanto tremia de medo e iria perdendo minhas forças devagar, era como se minhas próprias forças estivessem me abandonando... Um policial disse ao meu pai:
_ Senhor, o senhor está bêbado, não acha que deve voltar pra sua casa e esquecer esse negócio de querer recuperar as suas filhas? O juiz já aprovou a adoção delas, elas agora estão sob os cuidados dessa senhora.
O policial falou com uma calma, parecia que ele nem estava se importando, era como se ele estivesse calmo e aquilo fosse algo normal, eu não consegui entender, realmente não entendi... Meu pai então, deu como resposta:
_Eu quero é que se foda! Não coloquei filha no mundo pra ser criada pelos outros! São minhas filhas e eu vou matar, entendeu? Vou matar qualquer vagabunda que entre no meu caminho!
Ele tirou a arma da cintura e disparou três vezes contra a minha tia... Ela caiu com três buracos de bala no corpo, enquanto ela caía eu consegui ver tudo em câmera lenta, meu coração fez questão de deixar tudo mais devagar só pra eu sofrer por mais tempo. O sangue dela que cobria uma pequena parte da rua de vermelho escuro foram o suficiente pra pintar a minha alma toda de desgraça, eu me senti completamente horrível naquele momento e foi oque me marcou pro resto da minha vida miserável...
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O assassinato de uma suicida
Mystère / ThrillerEssa história é contada pela irmã mais velha que conta como era sua vida com sua irmã antes de sua mort Em meio suas lembranças ela vai revelar oque aconteceu com a caçula e com sya família durante seu tempo de vida