"A ESPERANÇA É UMA DROGA ALUCINÓGENA."
Depois do que rolou eu me sinto um pouco arrependida mas não demonstro isso. Quando percebemos já é tarde, então ele resolve me levar até sua casa para eu dormir lá. Ainda está morando no mesmo lugar, onde moramos juntos, temos que entrar em silêncio, porque por algum motivo a mãe dele me odeia. Não foi muito difícil entrar escondida, eu gosto de um pouco de perigo, sempre gostei. Ele sempre cuidou de mim quando estávamos juntos, eu não sei como nosso amor foi se perdendo, acho que é aquelas coisas de destino. Não crio expectativas de uma possível volta. Ele prepara algo pra gente comer, tomamos banho e depois deitamos. Fico meio desconfortável por estar deitando na cama que ele dorme com sua mulher mas eu deito do mesmo jeito e não só deito, ficamos novamente. Dessa vez demora mais. Antes de dormir ele me abraça e diz que me ama. Eu fico em silêncio.
Acordo com a mãe dele chamando. Por um descuido ela quase me vê. Ele esqueceu de fechar a janela do quarto, me viro de costas pra janela e ela abre falando com ele sobre o horário que chegou. Um cara com barba na cara ter que dar explicações sobre o horário que chega, é complicado eu sei.
Não consigo dormir de novo, ele sempre foi acostumado a acordar cedo. Estou morrendo de fome, isso não é novidade. Me arrumo e ele pega a chave do carro pra irmos até a panificadora comer. No caminho não conversamos muito, eu não sou de ficar falando logo cedo, ainda mais com fome, fico com um humor que é melhor ficar longe e nem tentar puxar assunto, se não recebe uma resposta grossa ou seca, não sei muito bem qual a diferença entre essas duas coisas, mas tem vezes que acordo com bom humor. Tirando isso eu sou sempre um amorzinho de pessoa com quem merece. Chegando na panificadora eu pego um misto quente pra comer, amo muito isso e uma coca, só pra começar o dia. Ele pega o mesmo. Comemos ali sentados. Essa manhã esta muito gostosa, nem calor, nem frio. E pra falar bem a verdade eu não tenho idéia de onde estou, ele deu tanta volta com o carro que eu acabei me perdendo. Mas me sinto segura.
- Onde quer ir? - me pergunta.
- Eu não sei, escolhe um lugar - respondo.
Entramos no carro, coloco Bon Jovi para ouvirmos, uma das musicas que mais amo sempre lembra dele, ela é tipo nossa música, Always é o nome dela. Amo observar ele dirigindo, ele me olha e sorri, esse sorriso sempre acabou comigo. Por um momento sinto como se o tempo nunca tivesse passado, como se ainda fossemos um casal, é uma sensação muito boa. Resolvo aproveitar cada momento então. Chegamos em uma praça, não me lembro de ja ter vindo aqui, acho que é a primeira vez na verdade. Estamos em outra cidade, essa é diferente, gostei daqui. Ficamos um pouco aqui e tomamos cerveja. Indo embora acaba a gasolina do carro em uma rodovia, bem longe do posto, pra variar. Isso não me deixa com raiva, dou risada na verdade da "sorte" que tivemos agora. Meu ex fecha o carro e andamos pelo acostamento até o posto que fica a km de distância, conversamos e damos muitas risadas. Por momentos bons como esse é que vale viver.
Voltamos para o carro e ele coloca a gasolina, volta a dirigir e eu coloco umas músicas bem animadas pra curtir junto com o vento que entra pela janela. Me sinto livre, como se eu pudesse fazer qualquer coisa que eu quisesse nesse momento.
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Nessa Confusão
Non-FictionConfusão é o que acontecerá na vida de Mariana, uma garota que vai conhecer tudo que a vida pode fazer por ela. A distancia, nem os costumes vão ser capazes de impedir seus sentimentos. Somente ela pode decidir seu destino. E passar por cima de todo...