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Ele não quer me levar embora e não para de beber. Não esta indo para o trabalho a dois dias. Eu estou do seu lado porque gosto dele e estou preocupada em deixa - lo bêbado e sozinho. Sempre me preocupei, ainda mais porque dirige bêbado e muito rápido. Não estou aqui para controlar ele, nem tenho medo da velocidade que anda com o carro.

Hoje bebemos a tarde inteira juntos. Resolvemos ir para sua casa ja é bem tarde, chegando sua mãe vê que estou dentro do carro e começa a falar - Eu sabia que era essa guria, o que você ta fazendo com ela aqui? Eu não quero ela na minha casa de jeito nenhum. Esqueceu o que ela fez com você, esqueceu o que a mãe dessa guria fez com você? - ela gritou muito e abriu a porta onde eu estava. - Você não tem vergonha na cara de aparecer aqui? - Assim que ela abre a porta, meu ex sai do carro e vai falar com ela. Fecho a porta, ele entra e bateu a porta do carro. Sai cantando pneu.

Ele para em uma distribuidora e compra mais cerveja. Abrimos as latinhas para ir bebendo no caminho. O carro estraga e ficamos parados em uma esquina. Continuamos bebendo dentro do carro, começamos a discutir porque estou ficando muito bêbada e ele quer que eu pare, se preocupa comigo mas eu não quero parar de beber. Abro outra latinha, saio do carro e bato a porta. Ja esta bem tarde. Caminho até o ponto de ônibus e sento sozinha, na escuridão. A rua ao lado não tem muita iluminação, sinto um pouco de medo ao perceber que tem um homem muito suspeito vindo em minha direção, penso "tomara que ele não pare aqui" , é justamente isso que ele resolve fazer e ai começa a falar comigo.

- O que esta fazendo sozinha aqui moça? - pergunta parado na rua. - não tem medo?

Meu ex sai do carro e vem em minha direção, senta do meu lado, cumprimenta o cara que logo vai embora. Fico calada.

- Podia ter acontecido algo contigo! - fala me olhando.

Continuo olhando para baixo. Termino de tomar a cerveja e resolvo falar alguma coisa. - Valeu mas eu conseguiria me livrar dele sozinha - dou um sorriso e levanto para voltar ao carro. Dou uma desequilibrada por estar muito bêbada, ele rapidamente me segura e me acompanha até o carro. Entramos e pego outra cerveja. Ele me olha com um pouco de raiva, eu o ignoro e ele abre uma também. As cervejas acabam e não faço idéia de onde vamos dormir.

- Vamos - ele diz enquanto sai do carro.

- Vai deixar o carro sozinho? - falo saindo também.

- Não tem problema - tranca o seu carro e vem em minha direção. Me da um beijo e me abraça. - vou te levar para dormir em um lugar - fala e pega em minba mão.

Vou seguindo seus passos, andamos até chegar em um lugar onde tem mato para todos os lados. Apesar da escuridão eu sei onde estou, mas estou confusa.

- vamos descer, você consegue né? - ele me fala enquanto olho para a descida que tem ali no mato. Esse caminho vai até uma outra rua que fica uma pequena casa que comprou, mas não gosta de morar ali. Me explicou isso no caminho.

- Não sei se consigo descer, parece alto - to muito bêbada.

- Vai, desce, estou bem atrás de você. - ele vai me acompanhando enquanto tento chegar até o fim dessa descida. Dou uma desequilibrada e quase caio. Sinto ele me segurar, realmente achei que eu ia rolar até chegar lá em baixo, mas ele me segurou rapidamente. - Que susto você me deu, ainda bem que consegui te segurar.

- Que susto eu levei - falo rindo.

Continuamos o caminho até chegar na rua que vamos ficar. Ele me avisa que precisamos fazer muito silêncio pois tem muitos cachorros aqui. Era melhor não chamar atenção nesse horário, alguns parentes de sua mulher moram bem de frente com sua casinha. Nem eu e nem ele queremos mais problemas, mas parece que juntos só conseguimos fazer justamente isso.

A casa é pequena e ainda bem que esta mais quente aqui dentro, la fora ta um vento gelado. Estou bebada mas nem tanto. A casa não tem móveis, só uma cama sem colchão. Ele arruma um papelão no chão e coloca uma de suas blusas como "travesseiro".

- Deita aqui - ele me puxa pra perto. - ta com frio?

- Um pouco - respondo.

Ele me cobre com sua outra blusa e me abraça bem forte. Durmo em cima dele.

Nessa ConfusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora