O Pai da Minha Melhor Amiga

Noite Longa

Sophia Blanco

— Você não pode ir embora, está tarde e pode acontecer algo — Lucas fala pela milésima vez.

— Tá bom — falo já cansada de ouvir ele, e porque ele está certo, não é seguro, mas sinto um arrepio em pensar em passar a noite na mesma casa que esse homem.

— Que bom, onde você prefere dormir? — ele perguntou e eu o olhei com uma cara de "O QUÊ??"

— Digo, num dos quartos de hóspedes ou no quarto da Cris — se explica e suspiro aliviada. Acho que na verdade eu que estou criando coisas na minha mente, mas parece que tudo que sai da boca desse homem tem duplo significado.

— Quarto de hóspedes — digo séria, preciso parar com isso. Ele é o pai da Cris.

Ele me acompanha até ao quarto e insiste que eu vá na frente, durante o caminho inteiro consigo sentir os olhos dele na minha bunda.
Não sei se isso é coisa da minha mente ou realmente esse homem está encarrando minha bunda descaradamente enquanto me conduz pela casa que ainda não conheço bem.

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Deus, o que se passa, não estou conseguindo dormir e isso nunca tinha acontecido antes. Minha mente não consegue parar de imaginar situações diversas e em todas elas o pai da minha melhor amiga está presente.

Depois de tanto ficar nesta cama enorme me sinto com sede, levanto e vou para a cozinha, caminho me esforçando ao máximo para não fazer barulho! Estou vestindo um Baby doll da Cris branco e ele é muito sexy, mas quem pode estar na cozinha tão tarde.

Estou de costas bebendo a bendita água quando sinto alguém me abraçando por trás, assustada, deixo cair o copo que se quebra inteiro e me viro vendo o Lucas só de cueca me olhando com um sorriso malicioso. Esse homem só pode ser louco.

— Mas o que se passa nessa sua cabeça? — pergunto em tom de repreensão. Eu pensei que fosse um fantasma ou um criminoso, sei lá. Quase tive um ataque cardíaco.

Só depois que me acalmo consigo olhar direito pra ele. Engulo em seco ao notar o volume na cueca.

— Muita coisa, tipo como uma garota pode ser tão linda e gostosa como você é! — arregalo os olhos vendo ele falar na maior calma e se aproximando, ando pra trás até que não tem mais para onde ir, ele se aproximais mais e junta nossos corpos.

Leva uma mão até minha cintura e a outra até minha nuca, iniciando assim um beijo sedutor e cheio de desejo, minha mente me diz pra parar mas meu corpo não obedece. Estou estática, apenas minha língua e meus lábios se movimentam.

Ouço a Cris cantando e empuro o Lucas com toda minha força e me escondo. Meu Deus, o que eu tenho na cabeça?! Se ela desconfiar de algo ela vai me odiar para sempre.

— Oi filha — escuto a voz calma do Lucas.

— Oi pai, o que o senhor está fazendo? — Cris pergunta.

— Estava bebendo água mas quebrei um copo e estou tirando os cacos senão alguém pode se machucar — o homem deve estar acostumado com isso, meu Deus, sua voz está tão calma e controlada.

— Ah, tá bom, vou ver a Sophia, ela me mandou várias mensagem — Cris fala e sai em direção as escadas.

Levanto e quando vejo que o Lucas vai dizer algo apenas saio da cozinha correndo, por hoje chega.

Quando chego no quarto abro a porta e vejo a Cris na cama mexendo no celular.

— Eh, oi — falo nervosa.

— Onde você estava? — pergunta se levantando.

— Eh, fui ver se você não estava no seu quarto — tento parecer calma, mas não sou uma expert como o homem que a alguns minutos atrás estava me agarrando na cozinha quase pelado.

— Humm — ela parece acreditar, graças a Deus.

— Quero dormir — falo apontando para porta, não sou capaz de mentir assim na cara dela por muito tempo.

— Ok — ela se levanta e caminha até a porta. Nos despedimos e ela sai.

Me deito na cama e começo a pensar no que aconteceu a alguns minutos, o que ele pensa que está fazendo e por que diabos eu retribui.
Chego a conclusão de que o melhor que posso fazer é parar de pensar nisso e dormir.