O Pai da Minha Melhor Amiga

A Família Perfeita

Sophia Blanco

3 anos depois

Estou dirigindo de volta para casa depois de um dia longo no Ateliê, estamos nos aproximando do final do ano e as meninas querem ficar bonitas nos bailes.
Como sempre sonhei, sou estilista, não tão conhecida como pretendia, mas sou apaixonada pelo meu trabalho.

Me dedico muito ao que faço, e mais ainda, me dedico à minha família perfeita.

Meu filho mais velho está com 8 anos e a pequena Daiane está com 3 aninhos. Meu marido e eles são a minha vida.

Hoje o Lucas completa 40 anos, eu e meus filhos estamos preparando uma surpresa para ele.
Algo íntimo, só para nós aqui de casa. Cris infelizmente não pode viajar. Ela está cuidando da família dela também. Ela e o Edilson se casaram e são pais de um menino. Sinto muito orgulho da minha melhor amiga.
Apesar da distância Cris e eu continuamos melhores amigas, nos falamos quase todos os dias.
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Em casa, sou recebida por um abraço dos meus tesouros. Lucas ainda está no trabalho e ele vai chegar por volta das 19 horas.
Agora são 15, então temos 4 horas para terminar tudo.

— Jerusa você pode tirar o bolo no meu carro por favor? Coloca ele na geladeira — falo para ela que responde positivamente e sai andando em direção à garagem.

Eu mandei fazer um bolo, e passei para pegar ele na minha volta para cá, agora só resta preparar a comida e decorar a sala.
Não consegui pegar o bolo do carro até aqui porque tinha as compras para preparar o jantar nas mãos.

— Mãe a Dai é muito chata — Breno diz choramingando.

— Não não não — Dai grita.

— Chega de briga, vocês são irmãos.

— Mas mãe ... —  Breno tenta argumentar mas o interrompo.

— Mas nada Breno, você é o mais velho e tem que ensinar sua irmãzinha, você fala que ela é chata porque ela está sempre atrás de você, mas ela só faz isso porque te ama muito e quer brincar com você.

— Tá bem — fala e carrega a irmãzinha no colo.!

— A gente pode ir assistir bob esponja no seu quarto mãe? — Breno pergunta.

— Podem, mas não estraguem nada por favor —  repondo e ele sai correndo com Dai no colo.

— Meu Deus Breno, não corre não, vocês vão acabar se machucando.

— Ah, essas crianças — vejo que Jerusa voltou com o bolo.

— Eles são minha maior dor de cabeça e ao mesmo tempo minha maior alegria  — falo olhando para eles enquanto sobem as escadas.

— Eu sei, eu gostaria muito de ter tido filhos — diz. Ela está com 50 anos e nunca teve filhos, cuidou dos filhos do marido que a abandonou a  10 anos mas nunca um filho dela.

— Eu sei, mas sabe ser mãe não é apenas dar a luz, é cuidar, educar, proteger, amar, e você já fez isso muitas vezes, e eu tenho certeza que o Marcos e o Jonas te consideram uma mãe — digo tentando amenizar o sofrimento desta pobre mulher que me ajudou e ajuda muito.
Acho que se não fosse por ela que percebeu que eu não estava bem e me levou ao hospital a Daiane não teria nascido ou até mesmo eu estaria morta.

— Obrigada senhora. — Jerusa e Janaína, a babá, não aceitam me tratar apenas por Sophia. Já até desisti de tentar dizer a elas que prefiro que me chamem apenas pelo meu nome.

Nossa casa é muito grande, temos muitos funcionários, jardineiros, guardas, faxineiras. Mas Jerusa é Janaína são as mais próximas de mim, talvez seja mesmo porque elas desempenham tarefas fixas e diárias e ficam aqui o dia inteiro.

— Vamos começar a preparar tudo que já já o Lucas estará aqui — falo e ela concorda.

Jerusa vai me ajudar mais com a arrumação. Lucas só gosta da minha comida então não vou fazer desfeita justo hoje no aniversário dele.