Resgate

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Sophia Blanco

Sinto um cheiro forte de gás. Isso me deixa preocupada. Será que o plano do Peter é matar nós três aqui?
Levanto rápido, e no mesmo momento vejo a porta ser jogada à baixo e Peter aparecer sem camisa, suado.

— O que está acontecendo? — pergunto com medo.

— As coisas estão saindo do controle — ele fala mais pra ele mesmo, com as mãos na cabeça, percorre o quarto de um lado para o outro, me deixando tonta.

— Peter, a gente vai morrer? — ele me olha.

— Talvez esse seja o nosso destino — diz olhando nos meus olhos.

Não respondo. Peter sai me puxando pela casa que reconheço. É a casa de praia da família dele. Ficamos na sala, ele parece ter um plano, mas está indeciso.

Depois de quase meia hora ouço barulho de sirenes, olho pro Peter que parece mais espantado que eu.
Não sei o que acontece, meu corpo dói, minha visão está curva, sinto receio, pelo meu filho e pela minha vida.

— Peter, solta a Sophia, a casa está cercada — uma voz diz em um alto-falante ainda do lado de fora.

— Nós temos uma ordem de prisão, saia com as mãos para o ar que poderemos negociar — a voz volta a se pronunciar.

Finalmente, vieram me salvar, mas não sei se vai valer a pena, esse lugar está prestes a pegar fogo. Peter vai até à janela e volta com uma expressão indecifrável no rosto.

Ele caminha até uma gaveta e tira de lá uma arma. Fico ainda mais assustada, meu Deus, o que ele vai fazer.

— Sabe Sophia — Peter aponta a arma na minha cabeça — Eu te amei muito, mesmo eu não sabendo demonstrar, desde o dia que te conheci — ele sorri .. A gente era tão novo e bobo — algumas lágrimas caem dos seus olhos.

— Eu te amei desde o primeiro minuto, durante todos os minutos, não nego, fiquei com outras garotas, por puro prazer, te bati, xinguei, mas em nenhum momento deixei de te amar, sei que não sou um cara correcto, talvez eu seja da pior espécie! Mas eu te amo, e saber que você estava com outro quebrou meu coração, mas o pior foi saber que você ia tornar o outro pai de um filho seu. — ele diz.

— Eu sempre pensei que em cinco ou seis anos, nós dois estaríamos formados, e depois finalmente teríamos nosso filho, mas você está dando um filho a outro homem. O PAI DA CRIS, SOPHIA, você me trocou pelo pai da sua amiga, isso não faz sentido.

Peter está chorando descontroladamente.
Ele continua com a arma apontada em minha direção.
Mas, ele lentamente desvia ela para a sua cabeça. Arregalo os olhos. Ele dispara de uma vez.
No mesmo minuto um som alto invade o local e surge fofo por todo os lados. Tudo fica escuro, eu apago.

Lucas Arriaga

Estou a poucos metros dos amores da minha vida depois de tanto tempo.
Os policiais já tentaram de tudo para convencer o Peter a sair com a Sophia, mas ele não sede.

Eles estão planejando invadir.
O tempo passa muito rápido, não consigo parar de andar de um lado para o outro, meu corpo treme, tenho que fazer algo mas não deixam. Tenho medo de colocar minha mulher e meu filho em risco.
.
.

Meu coração dispara, não consigo me conter, ao escutar o som de um tiro vindo da casa.

— O que está aconte..... — antes que eu termine a casa explode.

— NÃO — Grito.

Os policiais chamam os bombeiros, mas eles não se movem.
—Nós temos que entrar lá — Grito mas o delegado apenas me olha com pena.

— Não podemos fazer nada, provavelmente estão todos mortos lá. Não queremos que mais ninguém seja ferido, os bombeiros já já chegam e eles podem cuidar...... — antes que ele termino eu saio correndo.

Derrubo a porta de madeira que dá acesso à casa, ela está em chamas, é difícil respirar, fumaça, coisas caindo.
Sinto algo cair na minha perna, ela dói e está sangrando, mas continuo entrando na casa.
Na sala estão dois corpos no chão, o Peter tem um tiro na cabeça e a Sophia está deitada no chão. Mesmo sem saber se ela está viva, carrego-a no colo e saio para fora na casa, com dificuldade, pois minha perna está machucada.

O Pai da Minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora