O Pai da Minha Melhor Amiga

18 anos

Sophia Blanco

Hoje começa uma nova fase da minha vida.
E eu pretendo dar o melhor de mim. Pretendo viver ao máximo. Ser uma Sophia diferente.
Não vou mais me importar em ser alguém que as pessoas têm inveja, alguém que elas gostariam de ser. A partir de hoje quero ser alguém que dá o melhor de si por quem ama.

Hoje completo dezoito anos. Sou finalmente maior de idade é responsável pelas decisões da minha vida.
Hoje eu decido que serei uma mulher batalhadora, serei uma excelente mãe, uma companheira maravilhosa e uma boa amiga.

Espero que meu pai um dia entenda tudo o que aconteceu e que nós dois possamos ter uma relação saudável, que ele possa visitar o seu neto. Porque mesmo que ele diga que não a criança não tem culpa de nada, ele só poderá ter qualquer contato com o meu filho se for capaz de conviver com o pai.

Lucas está aqui comigo. Eu passo a maior parte do dia com ele. É só volto para a casa do meu pai para dormir. Ele sabe que Lucas está aqui e que quando sumo estou com ele. E ele sabe também que não pode fazer nada para impedir.

Amanhã Lucas e eu voltamos para o Brasil. Ele disse que veio aqui para matar as saudades e me fazer uma surpresa, mas também porque não queria que eu fizesse um voo de 11 horas sozinha com nosso filho quase nascendo.
Sinceramente, não sei como as pessoas ainda podem olhar mal para um mor tão genuíno como o que Lucas tem por mim e eu por ele.

Meu pai e Sandra insistiram em dar uma pequena festa em celebração do meu aniversário e também como uma forma de me despedir de todos.
Nesse tempo conheci mais algumas pessoas da minha família por parte de pai que quase sempre viveram aqui em Londres, motivo pelo qual nunca fui próxima deles.

Concordei com a ideia, mas impus uma condição. Lucas estará aqui.
Não acho justo que eu passe o dia inteiro longe dele sendo que ele só veio aqui ficar comigo.

Sandra e eu nos aproximamos muito no tempo em que estou aqui. Ela e eu nos demos bem quando ela foi minha babá, mas acho que não consegui lidar com a situação quando ela e meu pai se envolveram. Eu era uma criança, acho que na minha cabeça, se meu pai não gostasse dela, ele poderia continuar casado com a minha mãe.
Minha mãe nunca foi flor que se cheire, nunca foi amorosa ou cuidadosa comigo, mas era menos pior quando era casada com meu pai e ele morava com a gente.

Agora entendo, que o amor não é algo programado. Eles se apaixonaram e investiram no amor. Simplesmente isso.
Não podemos deixar de viver nossas histórias de amor, deixar o amor passar porque não parece certo aos olhos da sociedade.

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Estou no meu quarto terminando de me arrumando. Uma tarefa tão simples se tornou uma missão impossível.

Conto com a ajuda da Melly, uma amiga que eu fiz nas aulas de culinárias. Ela é muito legal é uma ótima companhia.
Mas não falei dela para Cris porque sei que ela ia morrer de ciúmes.
Mas apesar de gostar muito da Melly, ela não ocupa mesmo o espaço que a Cris na minha vida.

— Você está linda — Melly diz quando termina de fazer minha maquiagem.

— Obrigada — agradeço com um sorriso.

Para a noite papai fez questão de comprar meu vestido pessoalmente. Ele vai até a altura dos meus vermelhos e é vermelho. Ele é rodado e não cobre as minhas costas.
Minha barriga parece três vezes maior nesta peça de roupa, mas isso não me incomoda. Meus seios estão enormes, então mesmo que o vestido quase não tenha decote, metade do meu peito está para fora.

Nos pés calço apenas uma sapatilha branca. Não uso salto há dois meses, não consigo dar nem cinco passos sem me cansar.

— Todos já estão lá em baixo, vamos? — Melly diz e concordo com a cabeça.

Vamos em direção à saída, mas Lucas está na porta. Melly sorri para mim e sai correndo nos deixando sozinhos.

— Você está deslumbrante — diz com os olhos brilhando.

— Obrigada meu amor.

— Eu tenho um presente para você — diz e estende a mão me entregando uma caixa retangular preta com uma fita vermelha em volta.

— Eu posso abrir agora? — pergunto curiosa.

— Claro. — ele sorri.

Desamarro a fita e abro a caixa. Meus olhos brilham ao ver o colar de diamantes lindo que parece desenhado para uma princesa.

— É lindo demais. Obrigada amor.

— Que bom que você gostou. Não quer usar essa noite?

— Quero — digo, entrego o colar para ele e me viro levantando o pouco do cabelo que cobre meu pescoço. A maior parte está preso no penteado.

— Já está — diz quando termina e vou até ao espelho. Parece até que ele sabia exatamente o que eu ia vestir. Está perfeito.

Lucas e eu descemos de mãos dadas para a sala onde todos estão. Algumas pessoas aceitam toda minha história com Lucas, e outras simplesmente acham abominável, mas todos nós tratam com respeito.

Meu tio Rick, irmão do meu pai, a esposa dele, e o filho, Rony são os que mais respeitam a minha história e minha decisão em voltar para o Brasil. Talvez porque quando meu tio se casou, minha tia tinha apenas 16 anos e ele 27.