Após longa pesquisa descobriu-se que Kaleb frequentava com seus amigos um bar no centro da cidade. Não demorou para que Pierre estivesse naquele bar onde Kaleb deveria aparecer, chegou por volta das 20hs15m, e foi direto ao balcão pedir uma cerveja bebendo no gargalo mesmo, quando uns rapazes que riam alto chamava a sua atenção, entre eles um em especial Kaleb, o garoto de cabelo castanho em um topete bagunçado que deixava que alguns fios caíssem em seu rosto e ele tirava com as pontas do dedo jogando para trás parecia deslocado naquele grupo, parecia tímido comparado aos outros, ainda que exibisse em seus traços faciais um sorriso, Pierre cerrou os olhos o encarando, ele com certeza não havia notado a presença do rapaz, afinal porque notaria?
O moreno não se aproximou do rapaz inicialmente ficando apenas a observa-lo de longe estudando seu perfil, afinal nada sabia a respeito dele a não ser o que era dito nas redes sociais, havia visto o jovem rapaz apenas uma vez quando eram crianças e o contato nem poderia ser considerado um contato.
Era reprovável até mesmo para Pierre o que estava preste a fazer, mas usaria o jovem afim de se vingar da mãe dele, imaginava a reprimenda que levaria da própria mãe vendo ele agir tão inconsequente assim. Ainda não sabia como iria usá-lo e por isso analisava-o de cima a baixo para poder encontrar a maneira e a hora certa de agir.
Quando os rapazes que o acompanhavam o arrastaram para a pista de dança o implacável Pierre resolvia agir, começou a mexer o corpo ao seu lado, desajeitado pois não era dado a dança e virou-se a chocar o corpo contra o de Kaleb, o choque foi puramente intencional para puxar um assunto. A estratégia saiu como o esperado:
_ Hei cara, desculpa, eu sou meio desengonçado quando danço, sabe como é o molejo da música e meu corpo são duas coisas que não combina _ Falou o moreno praticamente em seu ouvido para que ele conseguisse escutar por causa do som muito alto.
_ Relaxa, isso acontece, a pista está cheia de desengonçados, prazer um desengonçado _ Brincou o rapaz a estender a mão para o outro que a acolheu.
_ Posso te pagar uma bebida para te recompensar? _ Indaguei
_ Pode ser, vamos lá.
Os dois tentavam deixar a pista se desviando de um aqui, outro ali até que chegavam ao balcão rindo, Pierre aproveitou a deixa para dizer:_ Nunca pensei que fosse uma aventura deixar uma pista de dança. Somos uns sobreviventes.
_ Com certeza, e o sobrevivente como chama? _ ele logo o perguntou ainda sorrindo:_ Pierre.
_ Prazer Pierre o meu é.. _ O rapaz não esperou ele falar e foi logo informando:
_Eu sei, o seu é Kaleb... Hudson. _ O rapaz o questionava com o olhar, fazendo com que Pierre completasse o comentário _ Internet, sua foto está na internet._ Ah! Eu esqueço que a grande socialite dona Marisa não me deixa ficar oculto por muito tempo _ Ele parecia meio distante ao dar essa resposta.
_ Não gosta? _ Cada informação que ele me fornecia seria importante naquele momento de abordagem, cada detalhe que ele dizia ajudaria a desenhar o perfil dele e assim seria mais fácil conseguir o que almejava.
_ Digamos que... todo mundo saber da sua vida a cobrança se torna duas vezes maior, e ter muitos olhos voltados a minha direção me deixa desconfortável _ Kaleb confessou:
_ Entendo, e você se considera uma pessoa tímida?
_ Não, a exposição me incomoda por outros motivos._ Outros motivos, aguçou a minha curiosidade agora, vai me explique melhor isso?
_ Por enquanto não, eu prefiro conhecer melhor a quem eu confidencio os meus segredos.
Pierre não podia negar que o garoto era bem diferente do que imaginou que ele seria, tinha um papo legal, risada fácil, e era agradável estar ao seu lado, mas tinha que lembrar que estava ali com um proposito e não para fazer um amigo novo. Ele tinha um objetivo e não podia perder o foco, Kaleb não era seu amigo apesar de que se fosse em outras circunstancias até poderiam chegar a ser.
Ao longo da noite os dois embalaram em uma conversa do casual ao papo mais íntimo e entre uma bebida e outra Kaleb despediu-se, seus amigos já o esperava do lado de fora do barzinho que continuava cheio, antes de ir porém ele anotou um número em um pedaço de papel dizendo:
_ Gostei de você Pierre, me liga para que possamos continuar o assunto, quero saber mais sobre a Polly _ Ele apontou o dedo pra Pierre ao ser puxado por um de seus amigos.
A noite havia sido favorável, o moreno não podia negar, havia conhecido Kaleb, que por mais que parecesse uma pessoa do bem tinha um defeito que era a sua condenação seu crime o sobrenome Hudson.
Apesar de ser diferente de sua mãe e até parecer uma pessoa amigável que facilmente conquistava a todos, um sorriso cativante ele ainda era um Hudson e isso Pierre não perdoava, ele vivia para vingar-se de dona Marisa, era a sua obsessão e não seria um papo legal com o seu filho que faria ele mudar de ideia, mesmo sabendo que o rapaz nada tinha a ver com o tratamento que sua mãe lhe dispensara, e Kaleb era o ponto fraco de sua mãe, assim Pierre acreditava.
Por isso não podia e não queria retroceder, iria usá-lo para atingir aquela orgulhosa mulher, até fazer ela implorar por sua ajuda, só tinha que encontrar a maneira certa, apesar de simpatizar com o rapaz e tentar encontrar uma maneira de não atingi-lo mais do que necessário. O que era praticamente impossível, ele bem sabia disso, mas a mágoa, o ressentimento que tinha não faria com que ele desistisse de seus planos, por causa daquela mulher, ele havia se isolado de sua família, quase nem falava com a mãe desde do dia em que ela lhe bateu até o dia de sua morte, e preferiu se afastar das próprias irmãs com o propósito de cumprir a sua promessa de vingança, não... ele não seria complacente, ele iria usar Kaleb sim.
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Mascarado (Romance Gay)
RomanceTudo nessa vida é feita de escolha, cada um escolhe a estrada que quer seguir, nessa vida não se pode ficar em cima do muro, pois uma hora ela mesmo se encarregará de te derrubar ou para um lado ou para outro. Ela mesma te dá as alternativas basta...