Capítulo 12

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Nos próximos dias os dois rapazes não se viram, Polly mudou-se para o quartinho de Pierre que já era apertado com suas coisas e coisas que ela trouxera ficara ainda mais apertado, o moreno não teve como negar o pedido quando ela lhe fizera.

De tanto ela dizer-lhe que ele estava estranho, ele confidenciou o que havia acontecido naquela noite com dona Marisa para que ela entendesse por qual razão pareceu-lhe que estava um clima tenso com Kaleb, por fim com os dias se passando ela parecia ter esquecido o caso, mas Pierre ainda remoía ao lembrar a expressão horrorizada em que dona Marisa o olhava, ele a odiava com todas as forças possível que alguém poderia odiar uma pessoa.

Ainda estava em seu horário de trabalho quando observou do outro lado da rua alguém a sua espera, Kaleb estava encostado no carro o olhando. O rapaz sentia suas palpitações pulsarem alteradamente ao que ele atribuía ao cansaço da noite.
Quando enfim foi liberado do trabalho seguiu  em direção ao rapaz e logo o questionou:

_ O que faz aqui Kaleb?

_ Temos que conversar, depois daquela noite nós não tivemos a oportunidade.

_ Olha cara, na boa, eu não preciso ter que te explicar o que acho da sua mãe ok, sei que você não merece.

_ Vem comigo, vamos ao meu apartamento lá podemos conversar melhor. Por favor, vem.

Pierre respirou fundo, sabia que tinha que recusar, sabia que tinha que dizer não, mas acabou aceitando e logo estava ali naquele apartamento com o rapaz. Os dois acabaram indo parar  na parte da área sentando-se no gramado Kaleb deitava-se, Pierre continuava sentado mas logo declinou o corpo apoiando a cabeça com uma das mãos virando-se para Kaleb que fez o mesmo fazendo seu olhar  se cruzarem:

_  Pierre, me perdoa.

_ Perdoar? _  Sei que você não tem cul...

Pierre não terminou a frase pois nesse momento Kaleb encostou os lábios sobre os de Pierre os separando no momento seguinte:

_ Desculpa, mas o meu pedido de perdão não tem nada a ver com a minha mãe, tem a ver com isso que eu estou sentindo, eu não consigo parar de pensar em você, desejar você. Sei que sua namorada voltou e que não tenho a menor chance com você, mas... eu te quero Pierre.

Aquilo era mesmo uma surpresa, ele estava se declarando para Pierre de forma tão verdadeira que Pierre não resistiu e o beijou avassaladoramente, logo suas roupas estavam sendo jogadas pela grama e entre carícias e beijos mais demorados Pierre e Kaleb se amaram, selando aquela noite com o ato do desejo de ambos os corpos. 

Quando enfim o carro estacionava em frente a casa de Pierre ele lhe dizia:

_ Cara o que houve hoje não vai mais acon....

Kaleb levou a mão aos lábios de Pierre impedindo-o de terminar a frase.

_  Não fala nada por favor. Me deixa com a lembrança do que houve hoje de uma forma bonita, não estraga por favor.

Pierre esperou que ele se fosse para entrar na casa e encontrar Polly adormecida, ele se conduziu ao lado da moça beijando seu ombro a despertando e ali eles transaram,  de alguma forma ele queria anemizar a culpa que estava sentindo por ter sido tão leviano fazendo amor  com Kaleb por uma vingança, mas ele sabia embora não admitisse que aquela não era a completa verdade do porque tinha deixado aquela noite chegar tão longe.

Polly voltava a adormecer tendo a cabeça repousada no peito de Pierre, deixando o rapaz bem desperto a refletir sobre tudo o que tinha acontecido aquela noite, não podia negar que sentia algo diferente por Kaleb, pelo menos pra ele mesmo tinha que admitir que o rapaz mexia com ele. Jamais falaria isso para outra pessoa mas pra ele mesmo tinha que confessar, estava sim atraído por Kaleb.

Qual foi a sua surpresa quando chegou no dia seguinte no trabalho e foi informado que uma senhora estava a sua espera em uma das sala do posto, a surpresa maior ficou por conta de quando abriu a porta e a viu de costas, sentada sobre um lenço que ela havia usado no assento da cadeira.
 Virando-se para Pierre logo erguia o queixo após olhá-lo de cima a baixo.


_  Você é mais esperto do que eu imagino rapaz, por isso eu vim te fazer uma proposta.

_ Não estou interessado em nenhuma proposta que você tenha a me oferecer.

_ Como imaginei você é muito esperto,  
fazer-se de amigo do meu filho sabendo que ele é um menino sensível para usufruir melhor a vida é muito esperto por isso vim aqui te fazer uma proposta para que suma de vez e nunca mais o procure, ou terei que providenciar que isso aconteça e não mais de forma amigável. Eu conheço bem pessoas da sua estirpe, meu filho é um menino educado nas melhores escolas, tem tudo o que quer, carros, motos, apartamento e você quer se aproveitar se fazendo de amigo, mas olha só para você, um pé rapado que nada pode oferecer a ele, meu filho é ingênuo e não vê que é vergonhoso andar com uma pessoa assim, eu como sua mãe tenho que defendê-lo por isso estou aqui para te oferecer um dinheiro, é só me informar de quanto precisa para sumir da frente dele e nunca mais aparecer, vamos diga quanto quer?

_ A senhora é mais repulsiva do que eu imaginava dona Marisa, sempre com esse seu jeito esnobe se achando melhor do que todos, Kaleb não merece ter uma mãe assim feito a senhora, desde a primeira vez que nos vimos quando eu apenas tinha oito ano que a senhora me desprezou e eu jurei que a farei engolir cada palavra, cada ofensa que você me falou, sim eu sou aquele menino filho da dona Regina lembra.

_ Ah! o negrinho. 

_ Sim, sou negro e tenho orgulho disso, sou pobre também, mas não irei aceitar o seu dinheiro por que a dona Regina me ensinou a ganhar as coisas com esforço, eu nunca tive nada de mão beijada dona Marisa, trabalho aqui de sol a sol para sustentar-me e não é nenhuma mulherzinha desqualificada feito a senhora que irá corromper a minha dignidade, quanto ao seu filho, só me afastarei dele se assim ele desejar. Acho que não tenho mais nada para falar com você, agora bom dia senhora.


Mascarado (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora