Mascarado (Romance Gay)

Capítulo 14

Foi com dificuldade que Kaleb entre um choro compulsivo acabou por dizer que o pai havia falecido, enquanto ele abraçava Pierre a agarrar-se ao seu corpo. Pelo que entendia o pai dele havia sofrido um infarto fulminante e os médicos nada puderam fazer quando ele deu entrada no hospital.
Terminamos de nos arrumar e fomos direto para o hospital, mas Pierre não achou certo estar ali, aquele momento não era um momento para confrontos, e mesmo que Kaleb pedisse que ele ficasse ele preferiu ir para deixar que aquele momento fosse apenas de Kaleb e sua mãe, isso era o certo a se fazer,  então despediu-se de Kaleb e seguiu para sua casa, onde Polly estava, ela que já vinha lhe receber com um beijo quando Pierre a brecou:

 _ Precisamos conversar Polly. Não está mais funcionando.

 _ O que não está funcionando Pierre?

 _ Você e eu, nós não estamos dando certo, eu conheci outra pessoa.

 _ Outra pessoa? – Quem é ela, me fala quem é você me disse que não existia ninguém, eu te perguntei e você me disse que não tinha ninguém então quem é ela?

 _ Não é ela, é ele, eu sinto muito. 

Por um minuto o silêncio tomou conta do local quando enfim ela disse:

_ Kaleb, é ele não é, desde quando você gosta de homem. É  por que ele é rico não é, Pierre olha para mim, ele é um homem, você é um homem não tem como isso dar certo, eu sou a pessoa certa para você, nós dois nos damos bem na cama, você não pode ter esquecido dos meus beijos, das carícias que trocávamos, você não pode ter esquecido tudo isso. Olha para mim, olha como eu sou bonita, eu estou aqui para te amar Pierre.  

_  Para Polly, já disse acabou, não se humilha assim. Não é certo fazer isso com você, você é linda, vai encontrar alguém que te ama de verdade. 

Polly foi embora naquele mesmo dia, jurando que se vingaria dos dois, Pierre se sentia mal com isso, Polly era uma boa pessoa, gostava da moça era errado magoá-la, mas não podia continuar com ela sendo que seu pensamento estava em Kaleb.


Quando Kaleb deu notícias já era noite, informando que a cerimônia funeral seria no dia seguinte, seria uma cerimônia mais reservada mas que desejava a presença de Pierre com ele, ainda que estivesse com vontade de estar com Kaleb naquele momento, sabia que aquele não era o momento para se defrontar com dona Marisa, explicou os motivos de sua recusa fazendo Kaleb os entender.

_ Kaleb, eu estarei com você em pensamento, mas não acho prudente estar nessa cerimônia, por motivos óbvios, é um momento da família, todos estão fragilizados, sua mãe não iria querer me ver por lá, entenda por favor, eu quero muito estar com você nesse momento mas melhor não. 

_ Nos vemos mais tarde no meu apartamento então? 

 _Tudo bem, você me liga quando for para lá.

Os dois se encontraram a noite um dia após o sepultamento, o branquinho estava deitado com a cabeça no colo do moreno, Kaleb estava contando para Pierre que sua mãe queria manda-lo para fora do país e até aceitaria se Pierre aceitasse em acompanha-lo.

Mas ambos acabaram sendo surpreendidos quando a porta do apartamento foi aberta, levando a ambos os rapazes se assustarem ao verem dona Marisa adentrar igual a um furacão no local.

_  Se recomponha Kaleb, agora _ Será que não tem vergonha, acabamos de sepultar o seu pai e você vem profanar todo o ensinamento que nós te demos com esse daí?

 _  Esse daí se chama Pierre mãe,  e não estamos fazendo nada de errado para que precisemos nos recompor, ele estava apenas me consolando e se quer saber  eu estou apaixonado por ele. 

 _  Você enlouqueceu Kaleb? _ gritou dona Marisa – Vocês são homens _ virando-se para Pierre acabou por dizer:

 _ Você é um rapaz muito esperto mesmo, mais do que eu poderia supor, para que receber o meu dinheiro se poderia enganar o bobo do meu filho não é, sabe que ele é o único herdeiro, mas eu te garanto seu marginal, você não me engana.

 _ Mãe para, o Pierre não é nenhum marginal, ele é um homem bom e que história é essa de dinheiro?

 _  Sua mãe foi ao meu emprego e me ofereceu dinheiro para deixa-lo.

 _  E por que não me disse isso?

 _ Eu não queria que se chateasse.

 _ Ele não te contou por que sua intenção era enganá-lo, com certeza ele também não te contou que é o filho da sua ex babá a Regina, lembra dela?

 _  Você é filho da Regina? _ O que está acontecendo aqui, por qual razão não me falou isso?

_ Eu vou te explicar Kaleb.

_ Filho será que você não vê que esse rapaz quis se aproximar de você com o proposito de te enganar, ele sabia exatamente quem você era, ele mesmo me disse que quer se vingar de mim pelas verdades que eu disse a ele aquele dia, ele me confessou isso no dia em que sim eu ofereci dinheiro para ele, não vê que ele se aproximou de você como forma de me afetar?

_ Isso não é verdade mãe, não toma os outros por sentimentos tão baixos iguais aos seus, vamos Pierre diga que não é verdade.

Ele o olhava mas Pierre permanecia em silêncio, quando falou sua voz não era mais que sussurros:

_ Não é da forma como sua mãe está dizendo.

 _  E como é Pierre, você se aproximou de mim naquela bar intencional não foi, você não tinha intenção nenhuma não é?

Kaleb olhava demoradamente para Pierre que abaixava a cabeça:

_ Está vendo filho. Está vendo que estou dizendo a verdade. 

 _ Então minha mãe tem razão, você se aproximou de mim, sabendo quem eu era você me usou Pierre?

_ No início sim, mas depois eu te conheci e cada dia que nos encontrávamos eu vi que você era diferente da sua mãe.

 _ Vai embora...

 _ Kaleb!

 _  Eu disse para ir embora, os dois. Vão embora daqui _ ele empurrava Pierre para fora em seguida fazia o mesmo com a mãe e fechava a porta atrás de si, dona Marisa olhava para Pierre e completava:

 _ Seria mais esperto se tivesse pego o dinheiro e sumido.

_  Será que não vê que o Kaleb está sofrendo, será que não enxerga que ele acabou de perder o pai e precisa de apoio.

_ E o apoio seria o seu? – Não me faça rir  _  Meu filho pode ter o apoio que quiser, agora ouviu o que ele disse vá embora.