Capítulo 2

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Se tinha algo que Dona Regina sentia era orgulho da forma como criava os três filhos, por várias vezes os corrigindo  quando sofriam algum tipo de represarias devido a cor de suas peles.  

_ Vocês tem que ser duas vezes melhores para que isso não ocorram, tem que estudar bastante para serem alguém na vida e não precisar se rebaixar para alguém que te acha inferior devido a cor que Deus te deu _ Ela dizia sempre isso para  seus filhos afim de que eles soubesse valorizar tudo o que conquistava com esforço. 

Ela era mãe e pai dessas três crianças, tinha dupla responsabilidade para educá-los, e havia feito uma promessa a ela mesma de que criariam pessoas de bem, pessoas de caráter firme, que não quisesse subir na vida querendo usar ninguém como escada. Os filhos de dona Regina seriam pessoas respeitáveis. E era por esse motivo que ela estava corrigindo Pierre, por ele ter aceito entrar naquela mansão levado pela mão de Kaleb e dado oportunidade de Dona Marisa o ofender daquela forma.

Rachel e Rute despertaram quando ouviram o barulho das cintadas porém estranharam a expressão que o irmão mantinha sobre o olhar, era distante, como se ele nem sentisse as cintadas que estralava ao encontro de sua pele.

Dona Regina também deve ter notado isso, pois batia cada minuto com mais força até que cansou o braço.

Pierre olhou a mãe e vendo que ela já havia terminado de bater, saiu sem que emitisse nenhum resquício de choro ou reclamação. Apenas deixou a sala e foi para o quarto:

_ Mãe, o que ele tem, porque bateu nele?_ Perguntou Rachel olhando assustada, nunca havia visto o irmão tão obstinado em não chorar como naquela noite.


_ Ele não fez nada meninas, fizeram com ele _ Dona Regina não gostava de bater nos filhos, mas sabia que se ela não os corrigisse o mundo o faria da pior forma. Ela chorou a noite toda. 


No outro dia Pierre acordou com o corpo todo dolorido, mas não disse nada a mãe e nem as irmãs. Passou a ser mais introvertido, e só falar o necessário dentro de casa.

Dona  Regina por mais que tentasse não conseguia achar um espaço no muro de Berlim que ele havia criado em torno de si.

Devido a esse comportamento suas irmãs tinham medo de falar com ele, permaneciam separados, e ele começou a ficar mais tempo no quarto, isolado, e assim os anos foram se passando. Dois anos depois do ocorrido na casa de Dona Marisa, dona Regina descobriu um câncer maligno e veio a óbito, agora Pierre e suas irmãs eram obrigados a irem para um abrigo, pois eram órfãos de pai e mãe e nenhum parente se apresentou para requerer a guarda deles.

Rachel e Rute foram adotadas por uma família Italiana e Pierre se viu sem ninguém, sem família, sem casa, sem nada. 

Os livros eram seus únicos amigos, ao ponto das outras crianças o chamarem do "Estranho dos livros" apelido carinhoso que Polly havia lhe dado, Pollyanna era a líder das meninas do abrigo, todas as respeitavam e se curvavam as suas vontades, meninas e meninos, porém ela encontrou em Pierre a ousadia de não se curvar, isso de uma forma inusitada a atraia e ela de todas as formas tentava lhe chamar a atenção sendo que ele a ignorava em todas. 

Ele não queria distração, mas aos poucos Polly foi ganhando espaço em sua mente e quando ele percebeu estava apaixonado por Pollyanna, ele agora estava com dezesseis anos, Pollyanna era um ano mais nova que ele.
No abrigo era proibido as meninas entrarem no alojamento dos meninos e vice-versa porém regras eram feitas para serem quebradas e não demorou para que os beijos dados escondidos no corredor azul se tornassem mais quentes e ficou acertado que Pierre teria uma visitinha aquela noite no quarto onde dividia com Diego, era de mútuo acordo que quando um era visitado o outro procuraria outro lugar para passar a noite, então o quarto estava liberado para quando Polly chegasse.

E ela veio com um vestidinho acima dos joelhos, os cabelos loiros estavam soltos, e seus olhos verdes pareciam ter mais brilho ainda, ela era simplesmente linda. O beijo iniciou-se, logo a mão de Pierre entrelaçava os dedos sobre os cabelos longos dela beijando-lhe o pescoço, a garota deixava um gemido fraco escapar por entre seus lábios que após eram tomados novamente sobre os de Pierre a serpentear a língua na boca dela. 

Pouco a pouco, Pierre livrava os seios dela abocanhando um dele com gula enquanto levava uma das mãos a coxa da garota subindo até sua bunda apertando-lhe com força, os movimentos eram desajeitados afinal era a primeira vez dele, embora nunca admitiria isso, jurando já ter tido relação antes. 

Não demorou para que Pollyanna estivesse nua e as mãos e a língua de Pierre fossem guiadas por cada parte de seu corpo, demorando um pouco mais  a circular a língua sobre auréola de seu seio deixando-o entumescidos, intercalando entre um e outro com gostosas sucção. 

Quando ele também ficou nu e Polly percebia o quanto ele estava  excitado, circulou as pernas em volta da cintura do rapaz e pronto ele a penetrou fazendo-a gemer durante uns longos minutos. Pollyanna havia tirado o cabaço de Pierre, a partir daquela noite a moça  passou a frequentar o quarto de Pierre mais vezes. 

E muitas vezes se agarravam ali mesmo no corredor azul que era a divisão entre os alojamentos feminino e masculino. 

Passaram a serem conhecidos como namorados ali dentro, mas o rapaz continuava silencioso só falava o necessário até mesmo com Polly que era  a pessoa que ele  tinha de mais intimidade  ali, até mesmo com ela suas palavras não eram mais que monossilábicas.

Ele nunca havia esquecido o que aconteceu a ele na mansão Hudson e de alguma forma faria dona Marisa engolir aquelas ofensas e aquela surra que havia levado de sua mãe, isso era tudo o que importava no momento, apesar da paixão que nutria por Polly, não podia distrair-se.

Oito anos havia se passado desde aquele dia, e tudo o que ele desejava era vingar-se. 

Mascarado (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora