Capítulo 6

131 17 2
                                    

Nada adiantava Pierre continuar ali naquele bar, afinal o seu alvo já havia ido embora, apesar disso não podia negar que a noite havia sido agradável, a companhia foi a das melhores. 

Retornou para casa, tomou um banho quente para tirar o cheiro da bebida, depois deixou o corpo cair sobre o sofá onde ali mesmo adormeceu.
O despertador começou a tocar o alarme avisando que já estava na hora de levantar-se, Pierre deu uma rápida olhada no horário para ver se poderia ficar mais tempo deitado mas já eram quinze para ás sete 06h e 45m, o rapaz praticamente pulou do sofá indo direto para o banheiro escovar os dentes e se barbear, teria que ir buscar um documento no abrigo antes de ir trabalhar. 

Ao chegar ao abrigo, parou em frente a entrada, aquele lugar havia sido o seu lar durante todos os anos de sua adolescência, em torno daquelas paredes haviam várias lembranças, algumas boas outras dolorosas, respirou fundo antes de entrar,  
avançou os passos no corredor azul indo direto falar com o diretor, estava alguns minutos atrasado e sabia que uma das regras da direção era chegar no horário. Mas não tinha como passar por aquele corredor e não lembrar da espevitada Polly que da última vez que o vira o chamara de "Estranho do livro". Isso arrancou um riso baixo do rapaz que seguia em frente para chegar logo ao encontro do diretor. 

Assim que o viu o homem ele foi até solicito em convidá-lo para que entrasse, ele entrou sentou-se a mando do diretor e foi-lhe entregue os papéis para que ele assinassem, após  o rapaz foi informado sobre suas irmãs virem ao Brasil no final do outro ano para uma visita rápida, Pierre agradeceu a informação, e isso até que o deixou feliz, estava com saudades das gêmeas pentelhas. 
O moreno aproveitou a boa vontade do diretor para perguntar de Polly e foi informado que em breve ela sairia do abrigo. 

Não tinha tempo para uma conversa mais longa então despediu-se, agradecendo o homem com um aperto de mão.

"O trabalho dignifica o homem" Essa frase lembrava bastante dona Regina, essa frase estava em um para-choque de caminhão. Pierre gostava bastante de ler essas frases em para-choque era uma mania que tinha. Suas irmãs sempre ria da cara dele quando criança quando o caminhão partia sem que ele conseguisse ler até o fim o que estava escrito, lembrava de uma que havia lido quando sua mãe ainda vivia e suas irmãs ainda estava com ele. " Em baile de cobra, sapo não dança"

Será que essa frase fazia sentido e poderia ser aplicada na vida do rapaz?

Ele se perguntava se usar Kaleb seria a melhor opção, mas a sede de vingança que tinha por toda a humilhação fazia com que ele se decidisse, iria continuar e foi por isso que resolveu ligar para ele na hora do almoço:

_ Alô! _ Dizia uma voz rouca.

_ Oi, é o Kaleb?

_ Sim e quem é?

_ Sou eu o sobrevivente lembra, você me passou seu número.

_ Ah ! Claro, Pierre não é.

_ Sim, sim Pierre, o desengonçado _ Rindo do comentário

_ Ah cara até que não te achei tão desengonçado não, você chegou a ver aquele cara de vermelho, ele te superou _ Novamente ambos riram.

_ Nem cheguei a ver cara, mas o rapaz de vermelho não pecou ao esbarrar em você. 


Silêncio que foi quebrado por Kaleb:

_ Cara a gente poderia nos encontrar hoje a noite que tal?

_ Hoje, não sei, amanhã eu trabalho, tenho que levantar cedo.

_ Ah vai, só um drinque não deixará você se atrasar, só quero saber como vai terminar a história com a sua namo... rada. 

Era a impressão de Pierre ou o rapaz parecia interessado demais em Polly.

_ Tudo bem, onde posso te encontrar?

_ Que horas saí do trabalho, eu posso ir te buscar, só me falar a hora e o endereço.

Tem certeza, não vai sair do seu percurso?

_ Eu não irei a pé, não se preocupe. 

O Moreno lembrou-se do poder aquisitivo do outro, lembrando que o rapaz nunca precisou se preocupar com nada, tinha tudo o que queria de mão beijada. Passou o endereço de onde ele poderia pegá-lo, e o horário em que deixava o serviço. No horário marcado Kaleb estava ali no outro lado da calçada, encostado em uma moto. Ao contrário do que imaginava que ele viria com um carro chique que com certeza teria em sua garagem, ele estava ali de moto.  O rapaz olhou para Pierre e sorriu ao jogar as chaves para ele:

_ Você conduz! _ O outro arregalou os olhos a questioná-lo.

Negando  com a cabeça, Pierre não podia pilotar pois não sabia nem mesmo como fazer isso, então entregou novamente a chave para ele que insistia em voltar ela a sua mão:

_ Vamos eu sei que você consegue. 

_ Tem certeza, eu nunca pilotei uma moto. Não sei nem mesmo como tirá-la do lugar. 

_ Eu te ensino, já disse você conduz  _ Pierre tinha que concordar Kaleb não era apenas um cara legal, ele era também maluco de deixar uma pessoa como ele pilotar uma máquina daquela, ele só podia estar brincando _ Ele voltou a dar atenção ao rapaz quando ele insistia:

_ Eu irei te ensinar, sou um bom professor. Não se preocupe tanto.

_ Acho melhor não, eu não terei como pagar se...

_ Se der alguma coisa eu me responsabilizo, não tenha medo, apenas se jogue, vai ver que vai adorar dirigir essa possante máquina, dizem que a primeira vez a gente nunca esquece, e quer saber não esquece mesmo.

_ Você é mesmo maluco. 

_ Você vai gostar quando sentir a brisa do vento bater em seu rosto, é a melhor sensação que alguém pode experimentar, sensação de liberdade, vamos experimenta, juro que se não curtir a aventura na próxima venho de carro. 

Demos risada:

Subimos e ele com os braços em torno de minha cintura foi me dando as orientações:

_ Antes de qualquer coisa tem que usar o capacete. 

Kaleb esperou que Pierre ajustasse o capacete e também colocou o seu:

_ Solte devagar o manete da embreagem até o veículo começar a se deslocar.

Ele foi explicando passo a passo o que era preciso fazer para pilotar a máquina e disse que Pierre até que acabaria  curtindo o passeio. 

Mascarado (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora