Mascarado (Romance Gay)

Capítulo 15

Pierre não saiu dali até que Kaleb descesse ele ficou  lá em baixo a espera do rapaz, mas quando ele desceu nem sequer o olhou, nem mesmo quando ele o chamou insistentemente,  ele parou com o carro ignorando-o totalmente.

As inúmeras ligações caíam na caixa postal, e mesmo ali naquele mesmo prédio onde já havia sido visto várias vezes na companhia de Kaleb, até mesmo ali era brecado, os funcionários diziam não estarem autorizados a dar informações a estranhos.  Ele não era um estranho, não era.

Aparecia também na frente da mansão para ver se encontrava Kaleb porém nada, ele parecia que havia desaparecido.  Como fazia todos os dias ele tentava mais uma vez imaginando que seria mais uma das tantas tentativas em vã, mas ao contrário das outras vezes foi surpreendido:

_ Alô?

Mas não era a voz de Kaleb, para sua frustração a voz do outro lado da linha era uma voz feminina:

_ Oi acho que disquei o número errado, achei que tivesse ligado para...

_ Para o Kaleb, sim esse é o telefone dele sim. 

_ Ah! e posso saber quem é você _ Perguntou Pierre receoso da resposta:

_ Sou a prima dele e você é?

_ Sou o Pierre.

_ Ah! Eu escutei muito sobre você esses dias Pierre. 

_ Eu sei o que deve estar pensando. Que eu enganei ele, mas ...

_  A gente pode se encontrar, e você me conta tudo pessoalmente, prefiro ouvir a pessoa olhando no olho para poder  definir minhas próprias opiniões claramente. 

_ Claro, podemos nos encontrar em um barzinho que fica aí perto da casa  de onde ele mora, é bem frequentado. 

Passei o endereço certinho para ela e o horário, como não nos conhecíamos também passei algumas referencias de como ela poderia me identificar, já estava a espera quando uma morena muito bonita adentrou o local vindo em minha direção:

_ Oi, Pierre né.

_ Sim!

_ Eu sou Mariana prima do Kaleb por parte de pai.

_ Como ele está?

_ Eu soube o que aconteceu entre vocês dois. O que fez deixou o  meu primo muito chateado, a situação entre ele  e a mãe está insustentável, eles  discutem todos os dias pelo mesmo motivo, você... Mas eu sei que ele gosta de você e é por isso que eu estou te dando o benefício da dúvida.

_ Eu te agradeço Mariana, eu sei que errei, fiz escolhas erradas, eu estava cego, o desejo de vingança não deixou que eu enxergasse o cara incrível que o Kaleb é logo que eu o conheci, eu me aproximei dele com más intenções sim, queria descobrir uma forma de fazer a dona Marisa pagar por tudo, todas as palavras que ela me disse e que eu nunca esqueci, mas aos poucos eu fui admirando o Kaleb e acabei me apaixonando, tudo o que eu quero é poder falar isso para ele, eu não culparei a ele se ele não quiser me perdoar, mas eu preciso falar isso olhando diretamente nos olhos dele. Eu só quero uma chance de me explicar. 

_ Eu acredito na sua sinceridade Pierre, mas acho que suas chances são pequenas, ele vai  embora do país, se quer mesmo se explicar para ele. Amanhã a viagem está marcada para ás 07h se quer fazer ele mudar de ideia tem pouco tempo. 

_  Eu não posso deixar ele ir sem conversarmos, me faz um favor, avisa para ele que eu estarei ás 20h no mesmo lugar onde nos conhecemos e vou esperar ele lá, se ele aparecer é por que está disposto a me escutar, se ele não aparecer eu nunca mais irei procurá-lo. 

_  É justo Pierre, eu darei o recado a ele, não sei exatamente como ele vai reagir, o momento não poderia ter sido o pior para descobrir que a pessoa que ele amava se aproximou dele com o propósito de usá-lo, ele está magoado, está se sentindo traído, e digamos que a mãe dele não ajuda, ela fermenta essa mágoa nele, eu sinto muito, mas eu sei que ele te ama, e é só por isso que eu lhe ajudarei, por ver que esse sentimento é algo mútuo, eu amo o meu primo e quero vê-lo feliz, conte comigo. 

_ Obrigado!

Ás dezenove e quarenta e cinco  Pierre olhava pela última vez no relógio, havia chegado adiantado para não correr o risco de desencontros, estava ansioso a espera de Kaleb,  viu quando ele chegou, ergueu-se de onde estava sentado esperando ele se aproximar:

_ Você tem cinco minutos para me explicar Pierre, nem um minuto a mais. 

_ Você não vai sentar?

_  Fala logo o seu tempo está acabando.

_ Eu errei Kaleb, eu não deveria ter me aproximado de você pensando em vingança, eu fui tão prepotente quanto a sua mãe quando te julguei ser igual a ela. Me perdoa, eu errei, mas eu estou aqui  pedindo que me perdoe. Eu imploro, me perdoe.

Kaleb olhou para Pierre e o  gelo que percebeu em seu olhar fez com que o moreno gelasse:

_ Sabe o que mais me magoa nisso tudo Pierre, não é o fato de você ter se aproximado de mim por uma vingança, isso eu até  perdoo, talvez eu agiria da mesma forma que você se fosse o contrário. O que me machuca, o que me fere, não é você ter se aproximado, é você ter me feito se apaixonar por você, mesmo sabendo que eu era apenas um instrumento para afetar a minha mãe, eu te perdoaria Pierre se isso não me machucasse tanto. Ainda assim eu te perdoaria se me falasse algo relevante que me faça ver que você está realmente dizendo a verdade.

Kaleb queria que Pierre dissesse que o amava, mas o moreno ficava em silêncio o olhando:

_ O que quer que eu diga para prová-lo, o que quer que eu faça?

_  Se você não sabe o que dizer, não sabe o que fazer... é sinal que tudo não passou de um sonho e que tenho  que acordar.

_  Nós podemos sonhar juntos, eu gosto de você, você é importante para mim.

_  Essa é a diferença entre você e eu Pierre,  você gosta, eu sou importante, eu não falo em gostar e nem em ser importante, eu falo em amor.

Kaleb voltou a olhá-lo demoradamente esperando uma reação de Pierre, depois balançou a cabeça dizendo:

_  Você não sabe o que é amar. Adeus Pierre.

_  Eu te amo Kaleb. 

Kaleb parou no mesmo instante e ainda de costas para ele desafiou: 

_ Me ama? _ Então prova.

Provar?
O que ele queria dizer com aquilo?

Ele nunca teve que provar o amor que sentia a quem quer que fosse, não sabia o que dizer e muito menos o que fazer, sentiu vontade de correr e abraçar o rapaz, mas uma rápida olhada o fez perceber que o bar estava lotado o que impediu que ele o fizesse. Kaleb ainda continuava ali parado de costas para ele de repente virou para olhá-lo e sentenciou:

_ Você não ama ninguém. Adeus Pierre.

Ele se foi, e quando Pierre se viu só, ali sozinho ele correu, correu atrás dele mais já era tarde ele já havia ido embora.