Mascarado (Romance Gay)

Capítulo 7

Até conseguiu tirar a moto do lugar mas sentindo ela bambear recuou :

_ Cara eu até gostaria de pilotar na verdade, mas eu não sei e se chegar a bater eu não terei dinheiro para consertar, é melhor não arriscar.

_ A vida é um risco Pierre, vamos cara se joga do que tem medo, eu disse que vou te ensinar. 

Apesar do encorajamento de Kaleb, o moreno preferiu não se arriscar:

_ Outra hora quem sabe, uma hora em que o horário nos permitir, lembra amanhã eu trabalho e combinamos apenas um drinque, não se aprende algo assim tão rápido. 

_ Dessa vez eu perdoarei a sua falta, mas vamos combinar uma próxima vez _ O rapaz parecia se divertir com a covardia de Pierre.

Pierre desceu da moto, Kaleb fez o mesmo trocando de lugar, agora era Pierre que estava atrás e Kaleb que  arrancava aceleradamente pela pista obrigando Pierre a segurar com força a parte de trás da moto.

_ É melhor se segurar em mim, estará mais seguro _ Assegurou o rapaz.

_ Está bem, mas isso é seguro, correr rápido demais. 

_ Adrenalina cara. Agora me diz onde mora?

_ Onde eu moro?

_ É, pretendo te levar a um lugar e essa sua roupa não é apropriada.

_  O que tem minha roupa de mal?

_ Nada, sua roupa não tem nada de mal, mas é que pretendo te levar a um lugar que essa blusa social branca e essa calça jeans não será confortável.

_ Que lugar é esse? _ Pierre perguntava curioso, mas surpreendeu-se com a resposta:

_ Surpresa. Vai saber quando chegar lá. 

_ E qual roupa é ideal? _ Perguntou Pierre interessado _ Minhas roupas não são caras iguais a sua.

_ Apenas me passa o seu endereço e lá podemos ver qual a melhor roupa.

_  Informei o endereço ao rapaz e logo ele estacionou a moto em frente ao endereço, olhou ao redor e comentou:

_ Aqui é bem diferente de onde eu moro.

Pierre sabia bem disso, o lugar era apenas um casebre comparado a mansão Hudson. Abriu a porta do minusculo quartinho para dar acesso a entrada de Kaleb que sorriu analisando o local com o olhar:

_ O meu banheiro é maior que isso aqui.

_ Cara eu não sou rico ok, se veio aqui para esfregar o seu dinheiro na mi...

_ Hei calma, eu adorei o lugar _ interrompeu Kaleb, virando-se para ele _ É pequeno mais é acolhedor, uma casa grande muitas vezes é aconchegante mas é fria, sem vida, sem amor, você mora sozinho?

_ Sim!

_ Ainda assim aqui é bem acolhedor. 

Mais um ponto para Kaleb, pensou Pierre o olhando, então o indagou:

_  Então cara que tipo de roupa quer que eu vista? _ Era deveras estranho um homem escolhendo o tipo de roupa que Pierre usaria, mas queria ganhar a simpatia do rapaz _ Confesso nunca imaginar um homem mexendo no meu guarda-roupa escolhendo o que eu teria que vestir.

_ Sempre há uma primeira vez para experimentar novas emoções.

Animado ele apontou para o guarda-roupa solicitando a permissão:

_ Posso? _ Esperou a resposta que veio logo em seguir.

_ Vai em frente _ Disse o outro, curioso.

Kaleb esboçou um sorriso abrindo as portas e observando as peça com cuidado, Pierre sentou-se sobre a cama, não tinha muita opção já que no quarto não cabia mais que o guarda-roupa, uma cama de solteiro e outros poucos móveis. 

Interessado o moço ainda mexia nas coisas de Pierre até que jogou uma regata branca para ele, ficando a escolher as demais peças.

_ Hum regata? _ Juro agora estou ainda mais curioso para saber onde quer me levar _ Ele sorriu voltando a concentrar-se na escolha das outras peças. 

Pierre apoiou ambas as mãos na cama atrás de seu corpo esperando ele terminar de brincar de Personal Stylist.  Involuntariamente guiou o olhar sobre o estilo de roupa que Kaleb usava, ele também usava uma regata preta e uma calça saruel branca que o deixava muito bonito.

_ Eu imagino que não seja uma festa de gala que queira me levar a supor pelas vestimentas.

_ Engraçadinho você hein.  

O jovem ainda revirava o  guarda-roupa  do amigo até que jogou uma bermuda sarja em cima da cama na direção a ele da tonalidade vermelha. 

Com o ar irônico ele sorriu perguntando:

_ Onde você guarda suas peças íntimas?

_  Você não vai escolher minha cueca cara.

Ele deu risadas. Enquanto eu arregalava o meu olhar:

_ Tudo bem, você pode ir sem ela. 

_  Segunda gaveta _ Pierre parecia incomodado com isso.

_ Segunda gaveta então _ Ele abriu e começou a mexer nas peças até que disse em um tom bastante animado:

_ Eureka, achei _ Ele brincou a jogar uma camisinha para Pierre.

_ Hei isso é pessoal.

_ É bom, é sinal que você transa _ Por fim ele jogou uma sunga branca na direção do rapaz.

_ Sunga? _ Aqui é São Paulo, não tem praia.

_ Eu irei levar você na minha praia particular.

_ Praia particular? _ Então quer dizer que o riquinho tem até uma praia particular?

_ Estou brincando, vou te levar em um hotel que tem piscina, podemos ficar lá por algumas horas e depois eu te trago de volta. Como eu disse eu não gosto de exposição, mesmo um drinque com um amigo se torna alvo de boato nas redes sociais por isso prefiro um lugar mais reservado se não se importar é claro. Mas se for incomodo pra você podemos ir a outro lugar, eu não me importo, eu só quero um pouco de privacidade, mas se não gostar da ideia podemos fazer outra coisa, não tem nenhum problema.

_ Tudo bem cara, podemos ir sim. Esse lance de exposição te incomoda bastante não é?

_ Para dizer a verdade sim... eu não sou nenhuma celebridade, nem mesmo procurei por isso, mas minha mãe paga para uma revista mensalmente para que seu nome seja notório nas páginas, então qualquer notícia até as mais bobas se torna uma matéria, acha que entende. 

Pierre concordou com o rapaz, cada minuto que passava ao lado dele mais se simpatizava com ele:

_ Então vai se vesti, eu juro que fecho os olhos _ Ele deu risada do próprio comentário.