Passado o Natal, Donna e sua família estavam em constante comunicação. Sua irmã não passaria o Ano Novo conosco, pois iriam visitar a mãe de Peter. O pai decidiu que ficaria em casa, e assim ajudaria na manutenção da casa de Melissa, enquanto eles estavam fora.Ficaríamos apenas eu, Donna, minha mãe e meu pai. Decidimos que por motivos de saúde e preguiça, passaríamos na cobertura. Poderíamos organizar algo no rooftop, e assistir aos fogos lá de cima. O clima em New York estava cada vez mais congelante e branco, os dias pareciam que se passavam arrastando.
Logo após o Natal, Donna começou a me acompanhar ao Hospital, para darmos início ao tratamento. Não tinha tempo a perder, estava ansioso para começar a dar início a essa nova etapa da minha vida. Continuava com as transfusões de sangue, duas vezes por semana, e depois, engatava na quimioterapia.
- Já está fazendo efeito? - Pergunto em tom de brincadeira pra ela. Estamos no hospital há 20 minutos. É a minha primeira sessão de quimio.
- Acho que alguém está só um pouquinho ansioso! - Donna se sentou na poltrona em minha frente, sorrindo.
- Eu já sinto uma diferença! - E assim que eu disse isso, Donna gargalhou. Ela se levantou, se aproximando de mim.
- Eu fico muito contente que você tenha concordado. Na verdade, nós estamos muito contentes... - Ela levou uma mão na altura da barriga, sorrindo.
- Devo confessar, que eu também estou contente com essa decisão. Mas estou com medo? - Disse e perguntei ao mesmo tempo. Seria uma pergunta retórica, mas Donna se aproximou mais ainda. Colando sua testa na minha.
- Não fique com medo. A primeira parte do tratamento começa aqui - E então ela apontou para a minha cabeça. - Você tem que estar bem, psicologicamente, para poder dar o primeiro passo. - E depositou um beijo em minha testa.
- E qual o segundo passo? - Indaguei.
- O segundo passo é fazer tudo que eu mandar! - Donna respondeu piscando pra mim, com um sorriso malicioso no rosto. Não pude evitar o sorriso que se formou em meus lábios.
- That involves handcuffs? - Perguntei, e ela sorriu alto.
Hoje a quimio iria durar 40 minutos. Donna disse que começaríamos aos poucos, assim evitando que os efeitos viessem com força total. E dessa maneira, meu corpo iria se habituando com a carga de remédios e química que estava recebendo.
•••
- O que você quer fazer agora? - Donna me perguntou assim que saímos do hospital.
- Dormir? Estou me sentindo um pouco fraco. - Fiz biquinho, e ela riu.
- Dramático esse meu noivo! - Ela ficou nas pontas dos pés para me dar um selinho.
- Se eu for mais dramático ganho mais beijo? Só pra eu saber...- Donna sorriu. Eu nunca poderia imaginar que o sorriso de uma mulher preencheria um espaço no meu coração. Clichê, certo? Mas os clichês existem por um motivo. E o motivo é: Eles estão sempre certos.
- Eu proponho assim, ao invés de voltarmos para a cobertura, podemos ir até ao meu apartamento, e descansamos lá. O que você acha? - Donna me perguntou, enlaçando suas mãos na minha.
- Eu acho uma boa ideia. Assim eu não tenho que lidar com Lily logo de cara! - Respondo.
- Alright...
•••
Chegamos no apartamento de Donna. De alguma maneira, aquele lugar me trazia uma paz imensa.
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The End
RomanceEu vou morrer. Aliás, isso não é novidade para ninguém. Só que a história que eu tenho para contar antes da minha é novidade para mim mesmo.