O casamento durou até de madrugada. Mas em algum momento, eu e Donna fugimos, despistamos os padrinhos e os demais convidados. Estávamos ansiosos para irmos para nossa casa. Dar boas vindas a nossa nada nova vida, mas de alguma maneira diferente da anterior.O apartamento de Donna, ou melhor, o nosso apartamento, ficava em um edifício de quatro andares no Brooklyn. Nunca me imaginaria vivendo neste bairro, ou num apartamento assim. Eu ainda não me reconheço, mas confesso que gosto desse novo eu. Do eu depois da Donna.
Subimos as escadas em meio a risadas e brincadeiras. Donna ainda estava com o vestido de noiva, mas os cabelos estavam bagunçados, caindo sobre os ombros.
- Eu nunca vou esquecer do Mike dançando agarradinho com o meu pai, Donna! Por favor, não me deixe esquecer! - Estávamos subindo as escadas. Donna se apoiava no corrimão enquanto ria.
- Eu não vou! Meu deus! E a Lily que passou o casamento inteeiro agarrada com o vaso de flor! - Donna me lembrou desse episódio.
- Nunca pensei que diria isso, mas, estar sóbrio numa hora dessas é a melhor coisa! - Gargalhamos. Chegamos no segundo andar. Porta 206. Donna apoiou a cabeça no batente da porta, ainda rindo.
- Are you ready? - Donna perguntou num sussurro, apontando pra porta.
- I've been ready since day one. - Respondi. Donna sorriu, tirando as chaves do meio dos seios. Assim que ela me mostrou o objeto, arqueei uma sobrancelha e ela me devolveu um sorriso pícaro, cheio de desejo.
Peguei a chave da mão dela e dei a primeira volta na maçaneta da porta. Donna gemeu baixinho, vibrando em antecipação. Me virei para encará-la e ela sorriu.
- Anda logo, Harvey! - Ela revirou os olhos, sorrindo.
- Alguém está com pressa? Eu não estou com pressa...- Mantive a porta trancada ainda. Donna me empurrou, rindo, e deu a segunda volta na porta.
- Espera! - Acabei falando mais alto do que o normal, Donna parou na entrada do apartamento, rindo.
- O que foi, maluco? - Ela perguntou meio a gargalhadas.
- Sabe de uma coisa? - Fiz uma pergunta retórica, me aproximando dela. - Eu andei malhando...
- Mentira, Harvey Specter! - Ela, na mesma hora, me interrompeu rindo da minha declaração.
- Ok, não andei malhando, mas estou me sentindo bem mais revigorado com o tratamento... - Tirei uma mecha do cabelo dela, colocando para trás da orelha. Ela sorriu.
- Harvey, será que você poderia me dizer aonde você quer chegar com isso? - Ela perguntou, encostando os nossos narizes.
- Eu quero dizer que minha esposa vai entrar no nosso apartemento no meu colo. - Donna se afastou um pouco para me encarar, e abriu um sorriso de orelha a orelha. Não esperei mais e a peguei pelas pernas. Donna gargalhou, passando os braços ao redor do meu pescoço.
- Você é louco! - Ela mordeu minha orelha, rindo.
- E você engordou! Não estava preparado! - Donna parou de rir e me deu um leve tapa na altura do peito, para logo rir.
- É da sua filha que você está falando, Specter! - Na mesma hora, Donna levou uma mão a boca. Arregalei os olhos e entrei com tudo para dentro do apartamento. Fechei a porta com uma perna, e coloquei Donna sentada no sofá.
- Filha? Como assim filha? - Perguntei surpreso, me agachando ao lado dela.
Donna's Pov
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The End
RomanceEu vou morrer. Aliás, isso não é novidade para ninguém. Só que a história que eu tenho para contar antes da minha é novidade para mim mesmo.