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Diferente do que eu nunca havia feito desde que cheguei aqui a lareira se encontrava acesa. Eu estava sentado no estofado ainda encarando Anastacia á minha frente.

— Ele disse que iria deixar eu viver minha vida longe deles com tanto que eu soubesse me sustentar. — Repeti novamente á mesma fala que eu já havia dito algumas vezes desde que Anastacia havia me contado o porque de estar aqui.

— Não foi seu pai. Sua mãe é imprevisível e acha que mesmo você já estando com seus 19 anos você ainda não sabe cuidar de si. — Ela se sentou na poltrona ao lado do estofado. — Estou aqui por ordens Justin, trabalho para sua família a anos, muito antes de você nascer e você sabe disso!

— Eu sei. — Falei mais para mim, mas ela conseguiu entender.

— Me assustei quando sua mãe me propôs tal coisa, mas não pude recusar. De início eu tentei, disse que não poderia vir para longe por causa da minha mãe, mas ela ofereceu os melhores serviços que nem meu salário de dez anos pagaria.

Caralho!!! Anastacia me contando tudo isso só me mostrava o quanto minha família era manipuladora.

— Quanto ela te ofereceu? — Eu sabia que era uma quantia alta mas ainda sim queria saber quanto.

— O dinheiro não importa, quando ela está gastando o dobro com a minha mãe á partir de agora, seus pais nunca me pagaram mal e não é de agora que pagariam.

— Me diz Ana. — Insistir e ela bufou.

— Vinte cinco mil dólares. — Puta merda. — Mensalmente. — Continuou.

— Eles realmente gostam de jogar dinheiro fora. — Falei me levantando passando as mãos nos meus cabelos.

— Seus pais querem o melhor para você Justin, não os levem a mal.

— Eu sei disso, mas porra!!! Eu pedi muito ao Jeremy essa confiança e ele me deu, caralho Pattie me tira do sério. — Chutei um vaso que nem sabia da existência dele, provavelmente Anastacia devia ter comprado.

— Esse vaso custou 2 mil dólares. — O quê???

— Você está brincando? — Acabei rindo daquilo e ela me acompanhou.

— Tantos anos trabalhando com eles, fez você ficar idêntica. — Me sentei novamente. — Me desculpe pelo vaso.

— Tudo bem, estamos no seu ambiente.

— Que pelo visto, também é seu de agora em diante.

— Apenas se o senhor me aceitar.

— Para com essa coisa de senhor Anastacia, você é como uma mãe para mim, já esteve mais presente nas merdas que fiz do que á Pattie.

— Graças ao seu nascimento virei governanta da família, se você não tivesse nascido eu seria uma mera empregada como todos os outros lá.

— Sendo assim, fico feliz que eles tenham mandado você e não qualquer um. — Falei me levantando e sentando ao seu lado. — Sinta-se em casa Ana.

— Muito obrigada senh...— Ela tossiu para disfarçar o que ia dizer. — Justin!

— Não precisa agradecer. — Eu estava indo subir para meu quarto mas parei diante do primeiro degrau. — Não se sinta como uma empregada minha, só isso que te peço. — Ela me encarou confusa e eu acendi me encostando no batente de aço da escada. — Não se sinta presa na casa, você pode sair quando quiser, não se preocupe em fazer refeições para mim e nem em arrumar tudo aqui. Você é como se fosse minha colega de... apartamento? — Arqueei as sobrancelhas brincando e ela apenas sorriu meigamente.

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