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Maxine Morgan.

E hoje era dia 21 de novembro, e fazia exata uma semana do meu momento com o Justin que destruiu tudo que eu achava que restava dentro de mim. Bom, eu não morri, estou aqui e digamos que até bem, é difícil mas estou bem.

— Você viaja tanto as vezes que já poderia dizer que conheceu todo o globo terrestre. — Encaro o rosto pálido de Molly em minha frente.

— Estou tentando pensar em coisas úteis para não pensar nele. — Digo e vejo ela revirar os olhos.

— Isso chega ser tolo de sua parte! Se ele te rejeitou ache alguém que te queira, filha. — Seus olhos estavam tão agitados na tela do celular que não pude deixar a curiosidade passar.

— O que está vendo aí? — Pergunto.

— Ei? — Olhamos juntas para um garoto não muito desconhecido para mim.

— Oi? — Digo e ele sorrir sem graça ajeitando seu cabelo. Fofo!

— Noah! Não se lembra de mim? Isso é trágico. — Ah meu deus! Sim eu me lembrava, ele foi o garoto que me viu patéticamente chorando pelo Justin.

— Deus, ah... Sim, eu me lembro. — Digo sentindo minhas bochechas queimarem.

— Oh, okay. — Ele diz se retirando e logo sinto meu braço esquerdo latejar ao sentir os punhos fechados de Molly.

— Aí!!! Isso doeu! — Digo vendo uma carranca se formar em seu rosto. — O que foi?

— Que gatinho! — Ela diz. — Como pôde tratar com tanta indiferença assim, sua burra! — Bufo esfregando o local em que ela havia batido.

— Ele é um Bieber, tonta! — Digo e a mesma arregala os olhos em surpresa.

— Merda, essa família tem um dna e tanto... — Acabo rindo de suas falas. — Maxie, eu falo sério! Até o pai do Justin é um filézinho. — Céus, Molly não havia jeito.

— Você é podre! — Digo.

— Podre? Sou esperta! E juro que estou pensando seriamente em focar em caras mais velhos, olha isso aqui. — Molly me estende seu celular e me mostra um aplicativo de relacionamento.

— Molly????

— O quê? — Ela diz super descarada.

— Você e Trey? Acabou? — Questiono, e ela apenas balança os ombros.

— São caras de 30 à 40 anos, isso é o máximo! — Ela diz eufórica mudando de assunto e nesse mesmo instante somos surpreendidas por ninguém menos que...

— Molly! — Trey se aproxima tímido, suas mãos apertavam as alças de sua mochila e o mesmo mordia o lábio. — Ei Maxie. — Ele diz e eu naturalmente fico mais tranquila ao notar que o mesmo não estava com raiva de mim.

— Hey! — O cumprimento e quando ia me
levantar para deixa-los a sós ele segura em meu pulso me segurando.

— Antes que saia, eu queria muito dizer que sinto muito por tudo que houve acontecendo... Digo, é difícil e eu entendo, mas nesse momento estou bem preocupado com meu amigo e acho que foi...

— Tudo bem. — Mordo o lábio inferior sabendo que sairia a famosa frase "Acho que foi o melhor." — Eu agradeço pelas palavras. — Ele me solta e saio caminhando pelo corredor.

— Max? — Ouço novamente a voz de Trey e o encaro. — Ainda somos amigos, certo? — Amigos? Certamente era complicado responder isso agora, mas menti...

— É claro!

Respiro fundo sentindo minhas mãos soarem, Trey era à pessoa mais próxima de Justin que devia saber tudo que ele diz e sente o tempo todo, e naquele momento eu nunca quis tanto ser um garoto na minha vida. Minha próxima aula era apenas daqui 15 minutos, então apenas caminhei até a arquibancada e abrir um livro que eu havia começado ler à bastante tempo, tempo suficiente antes de tudo acontecer de verdade em minha vida, voltei algumas páginas para o início e o iniciei novamente, passo meus olhos pelas frases longas até notar uma silhueta passar por mim e ir para alguns metros de distância. O garoto se acomoda colocando fones em seus ouvidos, se apoia sobre o banco abaixo de si e observa a paisagem do campo logo à sua frente. Noah me parecia sereno naquele momento, me levantei e caminhei em sua direção.

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