Life Interrupted

11º (Parte 1)

Leiam as notas finais.

Minhas mãos tremiam no decorrer que meus pés se movimentavam, sentia meus lábios secarem com o vento forte que batia sobre meu corpo, eu estava sem camisa o que me fazia bater queixo sem cessar. Me encostei em um arbusto sentindo meu corpo pesar sobre mim e minha respiração começar a falhar. Eu sentia sua presença ali e eu necessitava encontra-la, eu sabia que ela estava a minha procura.

— Estou aqui...

Me virei bruscamente sentindo mãos passar pelos meus ombros mas ainda assim não havia ninguém ali. Voltei a caminhar por algo que me era desconhecido por vista, eu não fazia ideia de onde estava e àquilo de algum modo me deixava assustado. Encarei o grande caminho de folhas que eu seguia e de longe pude te notar. Seus cabelos ruivos voavam e seu semblante era indecifrável. Apressei meus passos para alcançá-la mas em um movimento rápido você sumiu.

O som estridente do despertador me acordou, pisquei algumas vezes engolindo em seco. Me sentei na cama ainda um pouco sonolento encarando os lençóis molhados. Respirei fundo algumas vezes tentando achar um significado certo para aquele sonho, já fazia tanto tempo que eu não tinha sonhos assim, e o que me mais me intrigava agora era que eu mal sabia quem estava no sonho. Lonnie ou Maxine?

Joguei uma água no meu rosto e escovei os dentes, terminei de fazer minhas higienes e entrei no closet a procura de algo para vestir. Coloquei uma calça jeans e uma camisa laranja. Me sentei na cama e terminei de me vestir calçando um vans nos pés.

— Vai se atrasar! — Escutei a voz de Anastacia na porta.

— Já estou descendo. — Respondi.

Peguei minha mochila e meu celular em cima do criado mudo saindo do quarto. Desci rapidamente as escadas indo até a cozinha.

— Não vai tomar café? — Perguntou assim que lhe dei beijo na testa.

— Estou sem fome Ana. — Ela me olhou feio e eu bufei rindo. — Compro algo no caminho.

Sai da cozinha ouvindo algumas reclamações dela, mas deixei de lado indo até o elevador. Esperei chegar no primeiro andar e cumprimentei Jake que já estava na portaria, fui para o estacionamento e entrei no meu carro dando partida até o colégio.

No caminho para o colégio vi o celular no porta luvas começar a tocar e me lembrei de alguns dias atrás quando ele tocou, Maxine estava comigo, era o meu pai. Era óbvio que eu não iria atender ele, ele iria começar os questionamentos piores do que os da Pattie e ainda por cima me escrotaria por saber que eu simplesmente rejeitei o contrato que ele havia feito com a escola. Eu havia escutado uma conversa da professora de artes cênicas com o diretor sobre mim e no início senti um misto de raiva e decepção.

Parei o carro em alguma vaga livre e abrir o porta luvas vendo seu nome estampado no celular. Eu odiava esse cu doce todo, não queria atende-lo mas acabei por ceder.

"Pensei que fosse me ignorar novamente." — Escutei sua voz do outro lado de linha e bufei de raiva.

"Deixe-me adivinhar o motivo dessa ligação? A rejeição do contrato ou você simplesmente quer se desculpar por não conseguir cumprir uma promessa?" — falei sarcástico e escutei as risadas do meu pai do outro lado da linha.

"Você não muda mesmo em rapaz..." — Fiquei em silêncio esperando ele falar o que tinha para dizer. "Mas não! Você errou... já faz dois meses que você está longe, sinto falta do meu filho."

"O quê?" — murmurei tão baixo que achei meio impossível ele ter escutado, mas pelo seu grande suspiro pude saber que ele havia ouvido.

"Justin, sei que está desapontado comigo e sua mãe. Mas nós te amamos e sentimos sua falta, a todo momento." — Funguei deixando a droga de meus sentimentos falarem por mim.