12º

1.4K 135 144
                                    

A chuva caía com insistência sobre o capô do carro de Justin. Encarava vagamente a paisagem que passava pela janela, sentia calafrios por todo meu corpo por causa do ar-condicionado ligado do carro. Eu sentia as rápidas olhadas que Justin me lançava, mas tentava ignorar. Eu ainda sentia o gosto amargo da raiva que eu senti a poucos minutos atrás, não conseguia entender o por que dele ter feito isso comigo, foi tão injusto. Meu amor era todo seu, e ele jogou isso fora como se nunca tivesse válido por nada.
Meu deus, a dor que eu sentia eu não desejava nem para meu pior inimigo, aquilo parecia me corroer por dentro.

Eu tentava ver a feição de Trey pelo retrovisor do carro, mas eu não conseguia decifrar o que ele sentia. Julie havia traído não só a mim mas á ele também. Quando eu disse para ele eu mal pensei, ele recebeu em um baque e depois disso não havia dito se quer palavra depois que entrou no carro, estávamos com os egos feridos mas eu ao menos demostrava isso chorando igual uma bebê, mas ele não demostrava nada. Nenhum tipo de sentimento e isso de certo modo me assustava.

— Eu não queria te deixar sozinha, mas preciso cuidar desse cara aí atrás. — Me virei para encarar Justin que havia colocado uma mão sobre meu ombro.

— Hm, tudo bem! Eu posso lidar com isso. — Falei assim que seu carro estacionou em frente a minha casa.

— Posso passar aqui mais tarde?

— Justin, eu realmente posso lidar com isso! Ficarei melhor sozinha. — Ele assentiu destravando a porta do carro.

— Eu sinto muito, Maxine.

Pulei pra fora do carro caminhando rapidamente para casa, pude ver ele arrancando pelo reflexo da janela. Assim que entrei encarei o vazio e me sentei no chão. No momento eu só conseguia me sentir um objeto que você pode trocar a qualquer momento. Era difícil de explicar o que eu sentia mas eu não conseguia sentir uma raiva contínua, era apenas dor e uma tristeza avassaladora.
Minha cabeça latejava pelo choro que eu já se quer conseguia produzir. Depois de um bom tempo sentada ali me levantei arrastada para as escadas e fui até meu quarto. Tudo estava contra mim, mesmo depois de tanto tempo sem vir aqui seu cheiro ainda estava impregnado por cada cantinho do meu quarto. Caminhei em pequenos passos até o banheiro e encarei meu reflexo, era de dar nojo. Meus olhos estavam fundos e manchados por causa do delineado e de resto eu estava todo inchada pelo choro que eu simplesmente não conseguia parar. Ouvi o tilintar da campainha, peguei dois lenços umedecidos e tentei limpar a maquiagem do meu rosto. Desci as escadas rapidamente e olhei pelo o olho mágico. Era o Meliodas. Ao abrir a porta seus olhinhos me encararam e logo ele avançou me abraçando. O cheiro de bebida era presente por seu corpo e um cheiro depravado de preservativo de menta também.

— Que nojo, Meliodas! — Falei dentre o abraço e ele me soltou me encarando.

— O quê foi?

— Você cheira a sexo e bebida. — Revirei os
olhos e forcei um sorriso.

Ele me surpreendeu com um novo abraço, e quando achei que ele iria me solta ele me pegou no colo me carregando escada acima. Assim que chegamos no meu quarto ele me jogou na cama e se sentou na beira dela.

— Quando fiquei sabendo, eu estava no meio de uma transa com a Molly! — Falou se gabando e eu revirei os olhos.

— Não preciso saber disso.

— Claro que precisa, sabe por que? — Ele levantou uma de suas sobrancelhas divertido.

— Diga.

— Porque é minha melhor amiga! — Ele se jogou ao meu lado e me abraçou. — Sinto muito Max.

Uma lágrima idiota escorreu por minha bochecha, apertei firme o corpo de Meliodas e me deixei desabar ali, no momento ele era meu único ponto de refúgio.

Life Interrupted Onde histórias criam vida. Descubra agora