17º

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O ar frio da noite passeava pelo quarto enquanto eu me encontrava deitado na cama com minha irmã pequena sobre meu abdômen. Fazia leves cafunés sobre seus fios loiros, a garotinha já estava em seu décimo sono. Ajeitei minha irmã com cuidado sobre a cama e me levantei para fechar as cortinas. Desliguei a tv e fui até o banheiro jogar uma água no rosto. O tempo estava fresco mas ainda sim frio, sai do banheiro e fui até o closet pegar uma peça de roupa. Coloquei uma calça branca e uma blusa roxa puxada para um tom mais claro, passei um pouco de perfume e depois calcei um tênis branco. Voltei até a cama e acendi um abajur para deixar o quarto um pouco iluminado, Jazmyn odiava dormir no escuro.

Desci as escadas pouco iluminadas e quando iria em direção a porta de saída vi a silhueta de minha mãe vindo da área de serviço. Pattie caminhava de um lado para o outro enquanto segurava uma xícara que eu deduzia ter alguns de seus chás calmantes. Minha mãe sofria de insônia desde o nascimento de Jazmyn.

Digamos que o nascimento de Jazmyn trouxe muitas complicações no bem estar de minha mãe, nada preocupantes mas ainda assim incomodavam ela.

— Mãe? — Chamei-a e ela se assustou ao me ver parado olhando.

— Aonde você vai? — Perguntou se aproximando.

— Tá rolando uma festinha de vitória do time e prometi ao Bruce que iria dar uma passadinha. — Pattie assentiu dando um gole no chá fedorento que ela tomava. — Caralho mãe que treco é esse? — Reclamei puxando de sua mão e cheirando aquilo.

— Isso é chá de maconha? — Pattie arregalou os olhos e puxou a xícara de minha mão. — Fala sério, não acredito!

— Vai logo pra sua festinha. — Ela disse voltando para onde ela estava e eu a segui.

— Desde quando você está tomando isso? — Perguntei enquanto ela dava mais um gole acabando com a bebida e colocando a xícara sobre a pia.

— Foi receitado pelo meu médico, sei à medida certa para tomar então não faz o mesmo efeito de um baseado.

— Caralho. — Falei surpreso e Pattie revirou os olhos.

— Não conte para seu pai, por favor.

— Até porquê quem devia contar no caso seria você. — Falei. — Seu médico é louco.

— Seu pai diz a mesma coisa, mas pelo incrível que pareça ele me faz ter sono.

— Hm, depois conversamos sobre isso dona Pattie, tô indo lá. — Beijei seu bochecha e fui até à porta.

Esperei o elevador parar sobre o estacionamento e fui até o meu carro, parei diante do mesmo encarando o carro que estava a três depois do meu, a BMW X5 do meu pai parecia chamar meu nome, encarei o carro alguns minutos até decidir pegar ele mesmo para ir da uma volta, chamei o manobrista pegando as chaves do meu pai e indo até aquela belezinha.

Entrei no carro e girei a chave na ignição, o carro cheirava ao perfume de cerejeira que Jazmyn usava. Arranquei com o carro e sai do estacionamento.

(...)

Estacionei o carro um quarteirão antes da casa de Bruce, a rua estava lotada e isso era significado que essa festa estava explodindo gente. Atravessei o jardim da casa de Bruce e assim que bati na porta fui recebido por Julie.

— Olha só se não é o herói do time. — Falou ela dando passagem para mim passar pela porta.

O som da música estava alto suficiente para estragar a audição de qualquer um, todos na festa saiam de onde estavam para me cumprimentar e dizer o quanto eu era foda e merecia ser o capitão do time, de longe queria isso, esse cargo era de Trey e eu jamais cresceria o olho em algo de meu amigo.

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