19º

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Suas mãos agarravam meu pescoço enquanto eu sentia o gelo embaixo dos meus pés, o som embriagante de sua risada me fazia querer gritar o quanto eu me sentia grato por ter aquela garota em minha vida.

— Você já me aguentou mais tempo. — A garota falou se jogando no degrau da cabana.

— Talvez você tenha ganhado uns quilinhos. — Falei e senti as pinicadas de um dos seus beliscões.

O corpo da garota foi arremessado para cima do meu, ela abocanhou meus lábios enquanto passeava suas mãos pelo meu peito desnudo.

— Eu amo você bizzle.

— Eu amo você. — Falei a puxando e sentindo seus lábios novamente nos meus.

Abrir meus olhos piscando algumas vezes até cair na real e perceber que aquilo não se passava de uma mera lembrança do nosso último natal juntos.

Eu sentia remorso por ainda pensar tanto em Lonnie, ela era como uma ferida sem cura que sempre estaria ali para me mostrar que eu teria que trata-la sempre com algo para amenizar, pois a qualquer momento ela voltaria e a dor seria insuportável.

Eu me afundei, me afundei por ter me entregado cem por cento para um relacionamento em que apenas um era capaz de desistir ou insistir em algo para o bem dos dois. O egoísmo da Lonnie há levou embora de mim e eu me sinto um filho da puta por não ter puxado mais sua orelha para ela não se meter no que se meteu.

Me levantei da cama sentindo uma vasta dor no peito ao tentar me lembrar do momento em que eu havia me apaixonado pela minha ex namorada, eu precisa me lembrar da sensação e de como foi, por que agora eu não consigo explicar o frio na barriga ou as mãos soando ao chegar perto de uma nova garota. Eu já não sei como posso me comportar perto da Maxine, não quero errar e muito menos magoar ela, mas além de tudo quero saber se estou apaixonado por ela ou por sua aparência.

(...)

Geneva, Illinois.
Quarta-feira, 10:45am.

Meus pés simplesmente não conseguiam me obedecer, eu me encontrava tão nervoso por estar na mesma sala que à Maxine, que realmente parecia ser a primeira vez que eu estava vendo aquela garota.

Pisquei algumas vezes antes de perceber que o trabalho à seguir seria em dupla, encarei a garota se levantar e olhar para os lados atrás de uma dupla, e assim que vi seu olhar se esbarrar com Molly, tratei de correr e me adiantar. Sentei-me ao lado da ruiva confusa, ela me fitou uns bons segundos antes de decidir por fim se sentar.

A professora Liv dava as comandas sobre como realizar o trabalho e diferente de Maxine, eu não conseguia prestar tanta atenção, meus olhos se encontravam fixos nos seus lábios, que ela fazia questão de umedecer eles de cada dez em dez segundos.

— Você entendeu? — Sua voz me tirou do transe em que eu havia me enfiado.

— Ah, acho que sim. — Falei e a garota assentiu se levantando.

O sinal havia tocado e eu mal se quer percebi, acompanhei a garota até a porta e quando ela ia seguir seu caminho para fora do prédio me enfiei em sua frente...

— É difícil entender você. — Maxine soltou ajeitando sua bolsa nos ombros e se apressou ao passar por mim.

Droga.

— Ei, ei. — Chamei-a e ela parou me encarando.— Pensei que já que iremos fazer o trabalho juntos, você poderia almoçar lá em casa.

— Dispenso. — Uau, um fora.

— Porquê? — Perguntei vendo a garota revirar os olhos.

— Justin tem muita gente aqui! — Ela disse olhando ao redor e eu dei de ombros pedindo para ela continuar.

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