Life Interrupted

37º

JUSTIN BIEBER.

Sinto o gelado do chão se chocar com meu corpo ao me sentar na calçada sem conseguir dar um passo se quer para dentro do prédio, estava farto dessa sensação ruim no peito, de todo esse sofrimento por causa de um relacionamento, por causa de uma garota novamente. Não devia ser assim...

— Querido, o quê houve? — Pattie diz vindo até mim e me envolvendo com um edredom felpudo, não havia de ser mais clichê ao notar que naquele instante começou a chover. — Vamos subir, não pode ficar na chuva.

— Já vou... Me deixe aqui um pouco. — Digo vendo ela negar de início mais depois faz como havia pedido.

Estava literalmente encharcado de chuva e notava o olhar pesado das pessoas de dentro da recepção para mim, era pena? Eu não me importava literalmente com nada naquele momento, apenas queria acreditar que junto com os pingos de chuva que caiam sobre mim e iam se esvaindo para o chão, fosse toda essa frustração que eu tinha por dentro.
Respiro fundo ao encarar vagamente o céu acima de mim e me questiono se era apenas àquilo que restava para mim.

— Senhor Bieber, a chuva está forte demais, o senhor pode pegar um resfriado. — Levanto meu olhar para encarar Jake e ele estava com um guarda-chuva tentando poupar à chuva que caia sobre meus ombros.

Decido por fim me levantar e caminhar para dentro do prédio, pego o elevador sentindo o frio bater mais forte, me olho pelo espelho e vejo meus lábios literalmente roxos.

As portas do elevador se abrem e praticamente me jogo para fora do mesmo, caminho ainda que um pouco alterado pela bebida por dentre o hall e antes que eu subisse as escadas passo na copa e pego uma garrafa de whisky que havia por lá. Falho na tentativa de subir sem ser notado pois escuto o barulho do salto que devia ser da minha mãe logo atrás de mim.

— Justin? — Paro de subir as escadas esperando que ela diga algo mais. — Podemos conversar? — Pattie diz e eu nego logo direto.

— Não estou afim.

— Achei que fosse ficar feliz pela minha vinda. — Me viro para minha mãe vendo notavelmente um semblante triste em seu rosto.

— Não estou em um bom momento, podemos conversar amanhã? — Pergunto-lhe e ela faz uma carranca mas logo concorda.

— Você quer algo que não seja essa garrafa aí? Um chá quente talvez?

— Não, é o suficiente! — Digo e ela revira os olhos por fim me deixando subir.

Caminho em direção ao meu quarto e empurro a porta em seguida notando aquele lugar que havia se tornado tão repentino nos meus últimos dias. Puxo uma das poltronas em direção às janelas e logo puxo às cortinas deixando-me com a visão do tempo fechado que havia tomado conta da noite.
Abro à garrafa de whisky e me sento sobre a enorme poltrona que eu havia posicionado sobre o centro do quarto, beberico àquela bebida quente deixando-a descer rasgando sobre minha garganta. A bebida não me trazia o conforto e a paz que eu ansiava no momento mas me fazia me sentir pior do que eu já me sentia... Questionava se o certo era me entupir de algo que iria me fazer lembrar mais, sentir mais, e me culpar mais, mas a verdade é que já não fazia tanto efeito quanto antes. Era dolorido mas não tanto como foi há um tempo atrás.

Pego meu celular me permitindo ler algumas mensagens que havia trocado com Maxine quando estávamos juntos, quando estávamos apaixonados e felizes, não que isso tenha passado, mas já estava tão distante. Passo meu dedo notando uma foto que chama minha atenção de uma forma agradável, seu sorriso estava grande e sincero, eu me lembrava desse dia, quando levei-a nas montanhas e ela havia dito que estava apaixonada por mim.
Esse dia tinha sido algo mágico para ambos, nunca havia sentido tantas sensações boas de uma vez só, eu já sabia que a amava intensamente naquele momento, mas havia sido burro por não dizer o mesmo, por não ter demostrado mais!