Capítulo 5

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preparem o coração...


Um ano e nove meses depois.

POV LAUREN

– Juro por Deus que se tiver que fazer mais uma prova do Brad eu me mato. Que prova difícil. – Camila disse colocando o capacete.

– Nem me fale, chegando em casa farei um belo chocolate quente pra nós, meu amor. – Abracei-a apertado.

Subimos na moto como sempre fazemos e fomos em direção a minha nova casa. Na verdade não é minha, ela é alugada, vendi a casa que sempre morei e hoje pago aluguel, uma casa bem menor, e sem lembranças. É como um HD vazio que eu vou enchendo aos poucos com sentimentos e sensações novas.

– Amor, tem um carro do governo em frente à sua casa, você pagou os impostos? – Camila me perguntou rindo.

– Juro que sim, deve ser algum engano. Vamos ver. – Dei um beijo em sua testa. – Boa noite, aconteceu algo?

– Não, você é Lauren Jauregui? – O senhor me perguntou seriamente.

– Sim, senhor.

– Podemos conversar dentro da sua casa? – O outro oficial se manifestou.

– Claro. Por favor me acompanhe.

– Só nós três, ela não. – Ele apontou para Camila.

– Lamento oficial, mas ela é minha namorada, não escondo nada dela.

– Sendo assim, vamos os quatro. – Entramos em silêncio, para minha surpresa eles não revistaram a casa. – Pois bem senhorita, esse papel é seu? – Eles me entregaram a ficha de inscrição da época da escola.

– Sim, é meu.

– Pois bem, você como cidadã americana, sabe que estamos em um momento complicado, estamos em guerra. E como você disse que está disposta a ir para a guerra em amor ao país.

– Soldado, com todo respeito, eu sou gay, não entram pessoas gays no exército.

– Não existe mais isso. Nós fomos reeducados e aceitamos homossexuais. Faz dois anos que essa tese caiu por terra e pessoalmente eu sou gay assumido tenho marido e um filho de seis anos.

– Eu me recuso a ir para guerra!

– Infelizmente você foi escalada e não pode dizer não. O país espera por você daqui a um mês. Resolva suas pendências financeiras e profissionais, daqui um mês você embarcará para o Iraque.

– Sargento, eu não posso! Olha para mim, eu não tenho esse perfil! – Me levantei me colocando desesperada em sua frente. Olhei para Camila que estava paralisada.

– Estou obedecendo ordens, nos vemos daqui um mês. – Eles saíram sem aviso.

– Eu vou ligar para o seu pai, ele é o melhor advogado da cidade, ele vai me ajudar e isso tudo será resolvido. – Disse vendo Camila parada me olhando com os olhos cheios de lágrimas.

Feito isso, o pai dela, Alejandro voou para casa, a resposta não poderia ser pior. Como eu vou entrar na justiça, para não ir para a guerra. Se o governo é a justiça, é perda na certa.

– Papai, você poderia me deixar sozinha com a Lauren? – Camila pediu educadamente.

– Claro meninas. Eu sinto muito. – Alejandro disse me abraçando. – Confie em Deus querida.

A porta se fechou. Estamos sós.

Camila ficou me olhando com os olhos cheios de lagrimas, tentei me aproximar, mas não foi uma boa ideia.

a thousand butterflies (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora