O parto

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Louis

Entro em casa após um dia longo na gravadora. Estou trabalhando duro em meu novo álbum, e ultimamente a gravadora é o lugar onde mais passo o meu tempo. Isso é algo bom em algumas partes, em especial contando que eu não passo mais tanto tempo com minha esposa. Nosso casamento não é o melhor do mundo. De início era. Começamos apaixonados e felizes, mas depois de algum tempo realmente as coisas começaram a ganhar forma, e eu percebi que não havia casado com a mulher da minha vida, como pensei. A verdade é que Tassia, não é para mim, assim como eu não sou para ela. Continuamos nosso casamento por causa do filho que está em seu ventre. Não acredito que isso seja desculpa para ainda continuar insistindo nisso, mas eu sempre quis ter uma família e acompanhar meu filho de perto. Mesmo não estando mais feliz com a Tassia, não irei deixar que isso afete nosso bebê.

- Cheguei - eu aviso deixando as chaves sobre a mesa de centro da sala.

Não há resposta, o que é estranho já que Tassia sempre grita algo, mas está um silêncio pela casa. Subo as escadas para chegar até o nosso quarto e escuto alguns barulhos estranhos. Assim que abro a porta, me deparo com Tassia jogada no chão. Meus olhos se arregalam vendo que suas pernas estão molhadas, fazendo o vestido branco dela se tornar quase transparente. Tassia geme baixinho com a mão sobre a barriga.

- O que houve? - me desespero a perguntar me aproximando dela. Passo minha mão para trás da sua nuca, levantando a cabeça de Tassia.

- Eu... - ela se engasga para falar - acho que vai...nascer - fala entre suspiros.

- O que? - eu me desespero. O nosso filho vai nascer? Agora? - Eu vou ligar para a ambulância - tremendo eu procuro meu celular no bolso da calça do meu jeans, mas lembro que o deixei na sala.

Tassia range com os dentes e geme de dor aumentando a minha aflição.

- Não dá tempo Louis - ela engole e suspira - você vai ter que fazer o parto - seus olhos negros me olham demonstrando que está falando sério.

- Eu? Eu não sei fazer isso - a digo olhando pelo seu corpo molhado. Eu não posso fazer o parto, se algo acontecer com Tassia ou o bebê, eu irei ser o culpado para sempre.

- Porfavor - ela geme alto em um grito de dor que me faz tremer.

Meu deus!

- Tudo bem, eu, tá bom - aceito mesmo sem saber o que eu terei que fazer. - É melhor na cama? - Pergunto e Tassia assente com a cabeça.

Devagar eu envolvo suas costas com um braço, e suas pernas com o outro. Me levanto com ela e a levo para a nossa cama. Tento ser o mais delicado possível enquanto Tassia geme com a mão sobre a barriga. Apoio sua cabeça no travesseiro e deixo seu corpo sobre o colchão. Fico parado a olhando sem saber o que fazer agora.

- Louis anda logo - Tassia pede, seu rosto suado e se contorcendo de dor.

- Eu não sei o que fazer - confesso nervoso.

- Tira a minha calcinha - ela instrui tentando controlar sua respiração.

Me sento de frente ao seu corpo e abro suas pernas, deixando elas dobradas. Levanto o vestido de Tassia e tiro a sua calcinha. Meus olhos se arregalam e eu me engasgo ao ver uma pequena parte do quê se parece com a cabeça do bebê, na fenda da vagina de Tassia.

- Meu Deus! - Exclamo surpreso e sem reação.

- Louis - Tassia continua gemendo e apertando seus dentes uns nos outros.
Eu não sei o que está acontecendo comigo, mas ver ela com tanta dor assim, me faz querer passar todo seu sofrimento para meu corpo. Eu nunca vi Tassia tão vulnerável e precisando tanto de mim assim, o que confesso faz meu coração dar leves sinais de algo diferente desses últimos anos.

- Tudo bem, você precisa colocar força agora - digo tentando me lembrar de como as pessoas faziam em filmes. Lá não parecia tão desesperador.

Tassia espreme os olhos e se esforça colocando forças. Eu intercalo meus olhos para ela e para o meio de suas pernas, atento as mudanças que estão acontecendo a cada vez que ela coloca forças. A cabeça do bebê começa a aparecer mais, e eu incentivo Tassia a continuar colocando forças. Ela para, respira, e volta. Não tenho ideia do quanto isso está doendo, mas sei que parece ser uma das piores dores do mundo, só pela forma que Tassia grita e respira.

- Não consigo mais Louis - Tassia diz respirando com dificuldades.

- Você consegue sim - eu falo e pego sua mão que está sobre seu joelho. Entrelaço nossos dedos e Tassia olha para mim parecendo gostar do gesto. - Eu estou contigo ok? Você consegue - a garanto com meus olhos cravados nos dela. Tassia assente com a cabeça e respira fundo. - No três você coloca toda a sua força, falta pouco - digo. - Um...dois...três.

Tassia grita enquanto coloca o máximo de força que consegue. Sua mão aperta tanto a minha, que eu consigo sentir um por cento da sua dor. Olho para entre suas pernas e a cabeça do bebê está praticamente para fora. Solto a mão de Tassia rapidamente e envolvo a cabeça do bebê com as duas mãos. Mesmo sem saber se o que estou fazendo é certo, eu puxo lentamente e bem devagar o bebê para fora, enquanto Tassia se esforça para fazer o mesmo.

- Isso Tassia - digo assim que a cabeça do bebê está completamente em minhas mãos. Eu puxo seu corpinho junto, e envolvo ele em meus braços, não me importando com todo sangue que cobre minha roupa agora. O bebê chora altamente e eu sorrio para ele emocionado, depois olho para Tassia que está exausta. Passo o bebê entre suas pernas com cuidado por causa do cordão umbilical que ainda não foi cortado, e entrego ele para ela.

- Nosso filho amor - anuncio e vejo Tassia sorri para o bebê, depois para mim. Faz tanto tempo que eu não a chamo assim, que me parece até estranho. - Preciso ligar para a ambulância agora - aviso antes de sair do quarto e descer as escadas correndo.

(...)

A ambulância chegou em menos de 10 minutos, o que foi um alívio. Além de cortarem o cordão umbilical, eles levaram Tassia e o bebê para o hospital, pois eles ainda precisariam ficar um pouco sob cuidados médicos. Alguns enfermeiros me parabenizaram por conseguir fazer o parto da minha esposa, mas eu sei que a maior guerreira foi ela.

Depois de esperar por alguns instantes na sala de espera, eles me autorizam entrar para ver Tassia, e assim que entro no quarto, me deparo com ela aninhando nosso filho nos braços. Sorrio com o coração transbordando alegria em ver os dois bem. Tassia me olha e sorri para mim.
Me aproximo da maca em que ela está, e me sento na ponta do colchão.

- Ele dormiu - fala olhando para o nosso filho que dorme em seus braços.

- Conseguimos - eu murmuro querendo não acordar ele. - Eu confesso que pensei que jamais poderia fazer seu parto.

Tassia sorri para mim.

- Eu confiei em você desde o início - Tassia diz com seus olhos brilhando. Apesar de tudo ela ainda confiava em mim?

- Eu sei que esse não é o melhor momento para falarmos sobre nossa relação, mas eu não sei se só eu senti isso, e gostaria de saber se aconteceu o mesmo contigo - pauso - Quando eu peguei ele nos braços e te olhei, percebi que não poderia ir a lugar algum. Estávamos perdidos por causa do casamento, e eu cheguei a acreditar que não te amava mais, porém quando eu o vi Tassia, - sorrio - eu entendi que meu lugar é ao seu lado, é ao lado dele, e que eu nunca poderia encontrar maior felicidade ao lado de outra pessoa. É você que eu amo. É nosso filho que eu amo.

Tassia tem os olhos inundados por lágrimas enquanto mantém o sorriso que tanto amo e senti falta, em seu rosto. Me aproximo dela, coloco minhas mãos em volta do seu rosto e beijo seus lábios com calma. Faz tanto tempo que não nos beijamos, que eu me pergunto como eu consegui ficar sem sentir sua boca na minha durante todos esses dias.

- Eu te amo - ela declara após pararmos o beijo. - Obrigada por tudo.

Acaricio sua bochecha olhando em seus olhos, sabendo que quem tem que agradecer sou eu por ter a melhor mulher ao meu lado. E só de pensar que eu quase a perdi, me faz sentir um idiota. Depois que eu coloco o bebê no pequeno berço que têm ao lado da maca de Tassia, me deito com ela me espremendo para caber nós dois. A abraço de lado como não fazíamos há muito tempo, e assim dormimos depois de uma noite longa.

Fim 💛

Imagines Louis Tomlinson Onde histórias criam vida. Descubra agora