Cansada

2.6K 107 2
                                    

"As oito estou ai" Louis me envia a mensagem.

"Ok :)" Mando para ele antes de correr para o banheiro para tomar banho.

Não vejo Louis há pouco menos de uma semana, a saudade que sinto por ele pode ser exagerada, mas eu a sinto. É muito intenso quando se é tão jovem e apaixonada, não que eu não goste, só tenho medo de no final as coisas não sairem como eu gostaria.

Louis é o namorado que qualquer pessoa gostaria de ter. Ele é tão carinhoso e compreensível. Sem citar o fato de quê ele é tão lindo. Estamos juntos há 5 meses, e mesmo parecendo ser tão pouco, para mim são quase anos.

Saio do banheiro e escolho a minha roupa: um vestido azul clarinho. Ele tem mangas não muito compridas, seu tecido é fino e com estampas de flores brancas. Louis fala que esse é o seu vestido favorito, e deste então, se tornou o meu também.

Deixo meu cabelo solto e dou uma bagunçada nos cachos. Me perfumo. Passo brilho nos lábios e vou para a sala. Olho o relógio pendurado na parede, onde marca 19:56, daqui a pouco Louis está aqui, e ao imaginar isso meu coração já dispara.

Ligo a tv para tentar passar o tempo, e vez ou outra dou uma arrumada nas almofadas do sofá, ou dos móveis de decoração em cima da mesinha de centro. Tento ficar entretida o máximo que consigo enquanto Louis não chega.

Às oito e meia eu começo a pensar que ele deve ter pego um trânsito, por isso se atrasou.

Às oito e cinquenta, eu começo a pensar que talvez tenha acontecido algo sério com ele, então o mando uma mensagem perguntando onde ele estava, mas Louis não me respondeu.

Às nove e meia eu me sirvo com o jantar que preparei para Louis, e como sozinha na mesa.

Às dez, eu o ligo preocupada três vezes, mas ele não atende.

Às dez e dez eu apago as luzes de casa, troco de roupa vestindo meu pijama, e vou dormir frustada e segurando as lágrimas magoadas com Louis.

(...)

O barulho de algo esbarrando na escrivaninha me acorda, e assim que abro os olhos me surpreendo com a figura de alguém na minha frente. Me sento e ligo a luz do abajur iluminando o rosto de Louis. Ele xinga baixo enquanto pega algo que caiu no chão, depois se vira e me olha. Seus olhos raiados pelo vermelho do sangue deixa claro que ele está bêbado.

Oh não!

- Louis. - Minha voz é calma.

- Ei amor - ele caminha cambaleando até minha cama e se senta aos meus pés.

- Onde estava? Eu te esperei a noite toda.

- Eu sei, me desculpa - ele solta o ar pelos pulmões, me fazendo sentir seu cheiro de álcool. - Me encontrei com os meus amigos no caminho para cá, e eles me chamaram para o bar, sabe, para matar a saudade dos velhos tempos.

Eu nunca fui uma namorada que pega muito no pé, na verdade sempre fui bem liberal, desde que estivesse dentro dos limites que qualquer casal tem. Mas saber que Louis não compareceu ao nosso compromisso por estar com os amigos em um bar, me deixa magoada.

- Como entrou aqui? - pergunto tentando não deixar comparecer minha voz embargada.

- A chave reserva - ele me lembra com um sorriso.

- Oh - murmuro, tinha me esquecido que entreguei a chave reserva do meu apartamento para Louis há uma semana.

Ele se inclina para mim na intenção de me dá um beijo, mas eu viro o meu rosto. Estou magoada, mas brava com ele também.

- O que? - seu rosto se estampa com confusão.

Me levanto da cama e ligo a luz do quarto fazendo meus olhos arderem com a claridade repentina.

- Eu te esperei - digo ficando de frente para o Louis, e cruzo meus braços sobre meu peito. - Esperei por horas, achando que algo de ruim havia acontecido contigo, e você me aparece aqui essa hora para me dizer que estava bebendo com seus amigos? E eu como fico nisso? - minha voz está mais alta do que eu já falei com Louis algum dia. Meu limite foi atingido, e isso é raro de se acontecer.

Louis me olha um pouco surpreso, e espero que ele preste atenção em mim e não se esqueça das minhas palavras mais tarde.

- Eu sei amor, mas é que...

- Cala a boca! - mando com a voz firme, surpreendendo Louis, já que ele arregala os olhos para mim. - Eu estou farta das suas desculpas! Eu sempre fui tão compreensível com você, sempre desculpei quando não podia comparecer aos nossos compromissos, mas isso foi demais. Você não pensou em mim antes de ir para o bar com seus amigos. Nem uma mensagem sequer você me enviou. - Passo meu cabelo jogado na testa para trás. Louis está me olhando com atenção, parecendo mais sã do quê antes. Eu me sinto mais confiante em o dizer o que quero, e o que está preso em minha garganta, então prossigo: - Eu fiz a sua comida preferida, vesti aquele vestido que você gosta, eu te esperei ansiosamente...Agora estou tão magoada com você pelo o que fez, que chego a pensar que nem sou tão importante para você assim, já que me coloca de lado em seus planos. - As lágrimas escorrem pelo meu rosto depois de tanto que eu tento as controlar.

São questões de segundos para Louis está em pé e com o seu corpo pertinho do meu. Sua mão alcança a minha bochecha, tocando-a com seu polegar para enxugar as lágrimas.

- Eu não queria mesmo que se sentisse assim - sussurra enxugando a minha outra bochecha. - Você não está jogada de lado para mim. Na verdade eu que sou um idiota, um completo idiota por não te dá o valor que merece.

Louis trás seus lábios para meu rosto e deixa beijos por onde as lágrimas escorreram, me fazendo ficar aquecida por dentro com seu gesto tão carinhoso.

- Eu deveria ter dito não para os meninos, afinal de contas eu estava indo para um outro compromisso.

- Deveria mesmo - concordo com ele, que solta um leve sorriso.

- Me desculpa? Porfavor eu prometo que vou fazer de tudo para ficarmos bem. - Suas mãos seguram minha mandíbula, me obrigando a olhar os olhos de Louis - Eu me sinto tão bem com você, de verdade. É como se o mundo deixasse de existir quando estou com você.

Meus olhos se fecham imediatamente quando a testa de Louis se une com a minha, e meus pêlos ficam eriçados enquanto ele continua a sussurrar suas palavras tão dóceis.

- Eu te amo muito - diz com seus lábios raspando nos meus - me desculpa por ter te feito esperar, estou realmente arrependido.

Fico feliz por ele ter passado por cima do seu orgulho para dizer tais palavras. Sei que Louis mesmo um pouco ainda embriagado, foi sincero com o que disse, e isso me deixa aliviada. Mesmo depois de ter errado, ele assumiu seu erro, pediu desculpas, e prometeu que vai se esforçar para continuarmos bem, o que para mim é o suficiente.

Ponho minhas mãos na nuca de Louis e beijo seus lábios com calma, não me importando com o gosto de bebida que tem a sua língua. Sinto os lábios de Louis se curvarem em um sorriso, demonstrando que ele sabe que está perdoado.

Fim.

Imagines Louis Tomlinson Onde histórias criam vida. Descubra agora